Fanfics Brasil - A Festa- Parte Final Vínculos

Fanfic: Vínculos | Tema: Original


Capítulo: A Festa- Parte Final

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Capítulo 12- A Festa- Parte Final.


Sexta-feira, 5 de Setembro de 2008.


 Ao ir à cozinha para pegar uma cerveja, Nate acabou por encontrar Ethan se agarrando com uma loira de cabelo curto e repicado com uma camiseta do Nirvana. Beijavam-se intensamente, como se o mundo fosse acabar a qualquer instante. Ela estava sentada no balcão, com as pernas entrelaçadas na cintura de Ethan, que tinha uma de suas mãos apertando sua coxa sobre a calça jeans e a outra passeando por dentro da camiseta da garota.


 O pior de tudo, na opinião de Nate, era que a cozinha não estava vazia, pelo contrário: tinha gente conversando e passando por ali sem dar a mínima para o casal quase se comendo. Pelo menos, Ethan não estava mais tão bêbado. Graças a muita água e encheção de saco por parte de Nate, o Harvey suspendera o álcool, ficando um pouco menos “alegre”.


 Apesar de indecente, aquilo não era anormal se tratando de Ethan. Decidindo que o melhor era ignorar, Nate pegou sua cerveja no freezer. Já ia fazendo seu caminho para fora da cozinha, quando uma cena chamou-lhe a atenção e o fez congelar: uma garota alta de cabelos castanhos ondulados e de comprimento mediano com luzes, vestindo calça dourada e blusa azul de ombro caído foi até Ethan e deu-lhe um beliscão no ombro, interrompendo o amasso.


 Essa garota era ninguém mais, ninguém menos que Michelle Foster.


 Ela murmurou algo no ouvido de Ethan e saiu logo em seguida. Ele, então, falou alguma coisa para a loira, que, mesmo tendo feito careta inicialmente, acabou por sorrir e dar-lhe um beijo de despedida antes de descer do balcão e ir conversar com uma garota morena que estava misturando cerveja com vodka na pia.


 Ao ver que Ethan deixara a cozinha pelo mesmo lado que Michelle, Nate sentiu um calafrio.


 Aquilo não ia prestar. 


(...)


 Se Ethan estivesse com a cabeça no lugar, com certeza reclamaria do trabalho que seria ir de quarto em quarto para procurar Michelle. Os pais de Faith eram cirurgiões de renome e não economizaram nem um pouco na hora de construir aquela casa, que, além de enorme, tinha quartos o suficiente para as próximas duas gerações da família morarem ali.


 Após deparar-se com portas trancadas, ganhar fama de “empata foda”, fazer vários comentários inapropriados e deixar muita gente furiosa, Ethan a encontrou no quarto da irmã de Faith, que, para seu azar, era o último do extenso corredor. Ela estava sentada de pernas cruzadas na cama de colcha lilás cheia de bichinhos de pelúcia. Assim que o moreno entrou, Michelle foi até ele pisando duro e empurrou-o contra a porta branca de madeira recém-fechada.


 — O que você estava fazendo com aquela vagabunda?! — Praticamente rosnou.


 — O mesmo que você costuma fazer com o seu namorado, Mick. — respondeu de modo despreocupado. O argumento foi como um xeque mate, algo que Michelle não podia negar ou ir contra. Ethan inverteu as posições rapidamente, antes que ela sequer desse conta. Agora era a Foster que estava prensada contra a porta. — Você fica uma gracinha quando está com ciúmes, sabia disso? — sussurrou ao pé do ouvido, mordiscando o lóbulo da orelha em seguida, fazendo o coração da garota ir a mil.


 Ela afastou-o de si alguns poucos centímetros e agarrou sua face com uma das mãos, cravando suas longas unhas cor-de-rosa shock em sua pele lisa.


 — Nunca mais me chame de “gracinha”, sou bem mais que isso. — Olhou no fundo dos olhos escuros do Harvey antes de selar seus lábios em um beijo lascivo.


(...)


 — Ethan? — Michelle começou, sentando-se na borda da cama sem se preocupar em cobrir seu corpo nu. — Me responda com sinceridade... Você vai voltar para aquela loira?


 Ethan franziu o cenho, estranhando a pergunta.


 O que ela tinha a ver com isso?


 — A Theresa? Vou. — respondeu sem hesitação. Se ela queria sinceridade era isso que teria.


 Michelle mordeu o lábio inferior com força e abaixou a cabeça, concentrando o olhar no chão de madeira. Ethan, após abotoar a calça jeans com muito custo — apesar de bem mais racional do que antes, ele ainda estava bêbado — foi até ela com suas roupas em mãos. Ela murmurou um agradecimento e pegou as peças, porém não fez menção de colocá-las.


 — Por que está com essa cara? — perguntou com certa preocupação. Gostava de Michelle, não o suficiente para querer algo sério, mas gostava.


 Ela levantou a cabeça para fitar a face de Ethan e soltou a bomba sem medir o impacto:


 — Eu não quero que você fique com outras garotas.


 Ao invés de reclamações por parte de Ethan, houveram risadas. Risadas não, gargalhadas, pois o que havia acabado de ouvir era tão absurdo que só podia ser brincadeira.


 — Estou falando sério. — frisou.


 — Não, não está.


 Michelle levantou-se e ficou cara a cara com ele.


 — Estou com cara de quem tá brincando? — Endureceu a voz.


 Ethan forçou-se a parar com as risadas e encarou a garota. Pode ver em suas sobrancelhas franzidas e nos olhos esverdeados toda a seriedade que ela estava querendo transmitir.


 — Você tomou alguma coisa estranha hoje, Mick? — Mesmo vendo que ela não estava para brincadeira, Ethan se recusava a considerar suas palavras, pois elas não faziam o menor sentido.


 — Mas que cacete, Ethan! — esbravejou. — Estou falando sério!


 — Você tem pelo menos noção do que tá dizendo? — Ethan deixou toda a graça de lado, permitindo que a austeridade lhe tomasse conta. — Você tem um namorado, Michelle! Um outro homem! É ridículo você querer exigir exclusividade de mim!


 — Ache ridículo ou não, é isso que eu quero.


 — Felizmente, querer não é poder. — devolveu, mais do que aborrecido com a situação.


 O que diabos tinha dado nela?


 Já ia em direção à porta quando Michelle, usando apenas uma frase, o fez estancar no lugar.


 — Acho que o Nate Cooley vai ficar sabendo do seu segredinho, então.


 A mente de Ethan deu um nó. Não. Absolutamente não.


 Não tinha como ela saber daquilo.


 Fez o possível para parecer calmo e seguro, já que ela podia muito bem estar falando de outra coisa.


 Não tinha como ela saber daquilo.


 — De que merda você tá falando?


 Michelle repuxou seus lábios rosados em um sorriso vitorioso e se aproximou lentamente dele.


 — Você sabe... Aquilo que você me confessou naquele dia, no bar... Quando dormimos juntos pela primeira vez. — As palavras saíram sussurradas, em tom de segredo.


 Ethan continuou sem entender nada.


 Conhecia Michelle desde que entrara na faculdade, pois ela era uma das veteranas do curso de Direito. Eles nunca tinham conversado muito, não até o dia seguinte à última festa de aniversário de Aaron, quando Ethan, bolado consigo por ter transado com Esther, foi afogar as mágoas em um pub qualquer. Michelle estava neste mesmo pub, acompanhada unicamente de um vestidinho preto, revoltada com Darragh, que havia acabado de lhe dar um bolo para assistir ao campeonato de rúgbi com os amigos.


 Ethan sentou-se ao lado de Michelle no balcão do bar, um dos poucos lugares disponíveis, visto que o estabelecimento estava lotado naquela noite. Ambos começaram a conversar e, à medida em que o tempo passava, mais álcool entrava e segundas, terceiras, quartas e quintas intenções iam surgindo entre eles. Devido às bebidas fortes que consumiu, Ethan não se lembrava das coisas que tinha falado e, muito menos, de como Michelle fora parar nua em sua cama no dia seguinte.


 Como Darragh O’Hale estava longe de ser uma das pessoas favoritas do Harvey, sua consciência ficou tão pesada quanto uma pena. Depois daquele dia, ele e Michelle começaram a dar umas escapadas ocasionais, que vinham aumentado a frequência bastante ultimamente.


 — Novamente, de que merda você tá falando?!


 — Você dormiu com a namorada do seu melhor amigo. — Resolveu ser direta, causando um mini ataque cardíaco no pobre Ethan.


 Puta


 Que


 Pariu


 Como pôde ser tão burro a ponto de soltar aquilo?!


 — Confesso que fiquei chocada quando você me disse. Se fosse a Sheila O’Flahertie ou a Faith Cameron eu até entenderia, mas Esther Mitchell? Ela é tãoo sem graça, não combina nem um pouco com você. — continuou da maneira mais zombeteira possível.


 Ethan jamais bateria em uma mulher, era completamente contra seu código de conduta, se é que tinha um. Entretanto, não pôde deixar de sentir vontade de torcer o pescoço de Michelle. Nunca achou que um dia se sentiria assim em relação a ela.


 — Eles não tinham nada na época. — Foi ríspido.


 — Ótimo argumento, mas não livra a sua cara. — falou enquanto dava-lhe as costas para vestir suas roupas.


 — Então é isso?! Vai me chantagear?!


 — Chantagem é um termo muito pesado, prefiro aviso.


 — Você enlouqueceu...— disse com escárnio.


 O ambiente foi dominado pelo silêncio nos instantes seguintes, enquanto Michelle terminava de se arrumar. Já pronta, ela virou-se para Ethan e disse:


 — É melhor eu ir, senão Darragh vai ficar desconfiado. Conversamos outra hora. — terminou dando um selinho no moreno, que foi repudiado pelo mesmo, antes de deixar o quarto.


 Ethan sentou-se pesadamente na cama bagunçada e, com a cabeça à mil, cobriu a face com as mãos.


 Ele estava muito ferrado.


 Passou minutos, em vão, tentando se acalmar. No final, chegou a uma conclusão: precisava de álcool.


(...)


 Sentada nas escadas da entrada da casa, Juliet se distraia assistindo a bagunça que os “convidados” estavam fazendo no jardim de Faith. Era como se outra festa, independente da do interior da casa, estivesse acontecendo ali, com direito a galões de cerveja, pegação, mau trato para com os gnomos de jardim e pessoas dançando um limbo improvisado com cabo de vassoura.


 — Este lugar está livre?


 Juliet não havia notado a aproximação de Nate até aquele momento. Sorriu de maneira gentil e chegou para o lado, abrindo um espaço para ele se sentar junto a ela. Ele ofereceu-lhe cerveja, mas Julie recusou, mostrando seu copo com uma substância raríssima naquela casa, chamada suco.


 — Ethan ainda vai me enlouquecer. — O loiro desabafou sem tirar os olhos de uma Esther bêbada que comemorava por ter tido sucesso no limbo.


 — Por que? — Juliet indagou de cenho franzido. — Ele fez alguma coisa?


 Suspirando de desânimo, Nate contou toda a história do envolvimento de Ethan e Michelle para Julie, que escutou tudo atentamente para no final se manifestar:


 — Entendo que ele é seu amigo, mas você não devia se preocupar tanto com isso. Mal conheço Ethan, mas sei que ele não é nenhuma criança e tem noção de no quê está se metendo. Se mesmo sabendo dos riscos ele quer continuar, então paciência.


 — Você não entende...— Nate, agora, fitava Juliet. — Para mim, Shae e Ethan, não existe essa história de “cada um com seus problemas”. Problema de um, é problema de todos. Sempre foi assim. Já perdi a conta de quantas noites eu passei em claro ajudando Shae a se preparar para uma prova no dia seguinte ou a terminar um trabalho que ela passou semanas procrastinando. Ou de quantos castigos e detenções ela, com toda sua manipulação e cara de pau, me livrou. De quantas brigas Ethan se meteu para me defender... — Sem perceber, Nate abriu um sorriso sereno e nostálgico, que acabou contagiando Juliet.


 — Você até me fez sentir saudade dos meus amigos agora.


 — Saudade dos seus amigos? Como assim, Princesa? Eu estou bem aqui. — pendeu a cabeça para o lado e fez cara de desentendido.


 — Palhaço. — Riu. — Você sabe do que estou falando.


 — Sabe o que acabei de perceber? Que você nunca me falou sobre você.


 Juliet olhou-o como se uma plantação de abobrinha tivesse saído de sua boca.


 — É claro que já! Te contei várias coisas sobre mim nas vezes em que saímos juntos...


 — Várias o caramba! Apenas o básico do básico, como... — Colocou a cerveja de lado e virou-se para ela. —... que detesta o clima daqui e sente falta de usar short e nadar nos fins de semana. Ama animações, principalmente as da Pixar. Seu jogo de vídeo game preferido é GTA San Andreas. É pirada por Seinfeld e pelas músicas do Nickelback, com destaque para Lullaby e Far Away. Seu sonho é se formar em psicologia e trabalhar com crianças, seja em escolas ou junto de assistentes sociais. Detesta fazendas porque tem medo de galinhas, todavia você adora vacas, até ganhou uma de pelúcia da sua avó paterna quando tinha sete anos, você deu-lhe o nome de Maggie...


 — Uou! — Juliet exclamou de olhos arregalados. — Não acredito que você lembra de tudo isso.


 — E por que não me lembraria? — Foi a vez de Nate olhar para Juliet como se abobrinhas tivessem caído de seus lábios coloridos de roxo.


 — Porque a maioria dessas coisas não é tão interessante assim.


 — Se é sobre você, então é interessante.


 De duas, uma: ou Nate estava dando em cima dela, ou ele disse aquilo na maior inocência, sem nem imaginar o impacto daquelas palavras sobre a pobre Julie.


 Como ele não tinha se aproximado dela, mudado o tom de voz ou feito qualquer outra coisa que indicasse segundas intenções, Juliet concluiu, com pesar, de que a segunda opção era infinitamente mais provável. Sentiu-se uma tola por ter criado aquelas fagulhas de esperança, mesmo que por milésimos de segundo.


 O que ela esperava, afinal? Aquele era o Nate, pelo amor de Deus! O garoto de beleza proporcional a ingenuidade, cujas ações provocavam um rebuliço no coração de Juliet. O garoto que era apaixonado por sua namorada, Esther, e, por conta disso, estava fora de seu alcance.


 — Me senti lisonjeada agora. — Ter concluído a frase sem gaguejar foi quase um milagre divino, dado seu estado de espírito, que estava bem expresso em seu rosto enrubescido.


 É claro que Nate, como sempre, não havia reparado.


 Nate sorriu e assim que ia dizer algo, uma figura de blusa azul de manga comprida e saia evasê floral pulou em cima dele, da mesma forma que Ethan fizera horas antes. Dessa vez, entretanto, ele se conseguiu se segurar em uma das colunas ao lado da escada, evitando, dessa forma, cair para trás.


 — Você quer me matar, Rapunzel? — disse bem humorado para a namorada, que estava mais louca que o Batman.


 Esther murmurou algo no ouvido de Nate, sentou-se em seu colo, passou os dois braços pelo seu pescoço e lhe tascou um beijão, que poderia ser comparado a um de cinema se ambos não estivessem em uma posição estranha por causa da escada.


 Tudo isso com Juliet do lado, olhando a cena com o maior desconforto do mundo.


 — Vela saindo. — Sua expressão facial era incompatível com a piadinha. Se Nate tivesse olhado para ela, sua estratégia de fingir não se importar com o casal teria ido por água abaixo.


 — Princesa? — Julie parou de andar o olhou por cima do ombro quando escutou Nate lhe chamar. Ele provavelmente tinha interrompido o beijo abruptamente, o que explicava a cara confusa de Esther. — Temos que continuar essa conversa outra hora.


 Apesar de tudo, Julie lhe respondeu com um sorriso verdadeiro. Ela entrou na casa rapidamente para que Nate não reparasse em sua face, que havia ficado vermelha novamente.


 Nathaniel Cooley não tinha a mínima noção das coisas.


(...)


— Eu realmente sinto muito por ter feito você passar por isso. — disse Ray sem tirar os olhos da estrada iluminada pelos postes. Dava até para sentir a vergonha incrustada em cada uma de suas palavras.


 — Já disse para parar com isso. Nem foi tão ruim assim...— falou Sheila, se esforçando para esconder que estava achando graça de Ray e do fato de parecer que ele estava à procura de um buraco para esconder.


 — O que não foi tão ruim assim? Scott e Mia brigando sobre a decoração da igreja ou sobre a música da valsa? — debochou com uma carga de irritação em sua voz.  


 Seus amigos, que sempre tiveram um relacionamento, em sua maioria, pacífico e sem muitas desavenças, tinham que ter escolhido justamente aquela noite para se atracarem? A noite em que Shae estava lá?


 Sheila, observando que ele segurava o volante com tanta força que os nós de seus dedos estavam esbranquiçados, tentou acalmá-lo:


 — Dá um desconto pra eles, planejar um casamento enlouquece qualquer um. Minha irmã e o noivo dela, por exemplo, brigaram semanas a fio por causa do destino da lua de mel. Scott e Mia, pelo menos, deram uma trégua no final.


 — Trégua que eles usaram para falar das minhas ex-namoradas. — Deus, como ele queria enforcar os dois!


 Dessa vez, Sheila não conseguiu segurar o riso.


 — Você tem que admitir que foi engraçado, Rudolph. — Ray olhou-a de soslaio, a fuzilando. Se Shae queria apaziguar seus ânimos, a menção do apelido foi uma péssima ideia.


 “— Em 2005, Ray namorou uma mulher chamada Myranda. Quando o idiota aqui, no auge de sua falta de bom senso, a dispensou na véspera de Natal, ela o acertou na cara com um taco de hurling. Ele ficou igualzinho ao Rudolph, a rena do nariz vermelho. ” — A lembrança das palavras bem humoradas de Scott tornou ainda mais difícil para Sheila tirar o sorriso zombeteiro da cara.


 — Você quer fazer o resto do caminho para sua casa a pé?! — ameaçou.


 — Assim como a tal Isla fez com você? — Não, ela não resistiu a mais uma provocação.


 “— Ray namorou uma colega de trabalho chamada Isla. Logo após terminarem, ambos tiveram que ir juntos à uma reunião de negócios em Ennis. Eles brigaram a viagem inteira e o retardado aqui conseguiu deixar ela tão puta da vida que, no final, ela pegou o carro dele e foi embora, largando-o pra trás sem meio de transporte, documentos ou dinheiro, já que estava tudo dentro do carro. Por sorte, ele conseguiu pegar um celular emprestado com um desconhecido na rua e me ligar. Eu tive que sair do trabalho e dirigir quase duas horas para pegar esse idiota. ” — Tanto Scott quanto Sheila tiveram uma crise de riso quando Mia relembrou o ocorrido.


 Ray apertou ainda mais o volante — se é que era possível — e trincou os dentes.


 — Pelo menos eu nunca fiz minhas ex-namoradas se atracarem feito dois animais na rua. — alfinetou.


 Sheila calou-se na hora, adotando uma expressão séria. Logo em seguida, o coração de Ray apertou com a percepção do tamanho da besteira que tinha falado.


 — Deus, Shae... Me desculpe... Não foi isso... Eu não quis...— Bufou. — Me desculpe, eu não quis te ofender.


 — Não ofendeu. — Foi seca e direta.


 Pelo resto do trajeto, Sheila ficou em silêncio e se limitou a observar a paisagem noturna pela janela do veículo. Deixando seu aborrecimento de lado, Ray começou a ansiar pelo fim daquele clima estranho desesperadamente. Sentia que tinha que dizer mais alguma coisa, algo que ela precisasse ouvir. Mas o que?


 Quando ele a deixou em frente à sua casa, Shae apenas murmurou um obrigado, sem nem olhar para ele, antes de descer do carro e entrar na residência.


 E, daquela maneira fria, a noite se encerrou.



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Autor(a): Lilie

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Capítulo 14- Medidas Drásticas. Sábado, 6 de Setembro de 2008.  Uma. Duas. Quatro. Sete vezes a campainha precisou ser tocada até que a porta fosse aberta, revelando um Ethan pra lá de acabado. Cabelos desgrenhados, olhos vermelhos e sonolentos, cara de morte, cheiro de álcool, sem camisa, jeans da noite passada caído e ...


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