Fanfics Brasil - Medidas Drásticas Vínculos

Fanfic: Vínculos | Tema: Original


Capítulo: Medidas Drásticas

232 visualizações Denunciar


Capítulo 14- Medidas Drásticas.


Sábado, 6 de Setembro de 2008.


 Uma. Duas. Quatro. Sete vezes a campainha precisou ser tocada até que a porta fosse aberta, revelando um Ethan pra lá de acabado. Cabelos desgrenhados, olhos vermelhos e sonolentos, cara de morte, cheiro de álcool, sem camisa, jeans da noite passada caído e mostrando quase metade da cueca boxer vermelha.


Ele estava a personificação da desgraça.


— Espero que tenha um bom motivo para me acordar cedo após uma madrugada infernal. — Sua voz saiu em um sussurro rouco e aborrecido.


— Foi você que me pediu para vir aqui o mais rápido possível, idiota. — Sheila retrucou, fechando a porta atrás de si.


— Eu? — Ethan jogou-se no sofá de camurça vermelho vinho e cobriu os olhos com o antebraço, como se aquilo fosse aliviar a sensação de que seu crânio iria rachar a qualquer momento.


— Não lembra que você encheu a minha caixa de mensagens de voz?


— Meu amor, eu não lembro nem como cheguei em casa. — Sheila bufou, devia ter imaginado aquilo.


— Você estava falando umas coisas estranhas… — Aproveitou que a mãe de Ethan não estava em casa para se sentar na mesinha de centro. — Tipo, que você estava fudido, que a casa ia cair, que a Michelle estava maluca...


 Ethan sentou-se de supetão, assustando Sheila. A lembrança veio a ele como uma injeção de adrenalina. Uma injeção muito dolorosa, por sinal.


— Eu ‘tô muito fudido! — exclamou, levando as mãos à cabeça.


— A manchete eu já sei, querido. — Revirou os olhos de maneira irônica. — O texto é o que me interessa agora.


 Sem cerimônias, ele contou a Shae sobre o “pedido” de Michelle.


— Deixe-me ver se entendi direito... Ela disse que se você não for o brinquedinho sexual exclusivo dela, ela vai te dedurar pro Nate? — falou lentamente, como se quisesse se certificar que seu sistema auditivo não estava com defeito.


— Não com essas palavras...


— E o que você ainda ‘tá fazendo aqui?!— esbravejou. Levantou-se da mesinha em um impulso e começou a andar de um lado para o outro, gesticulando de maneira nervosa e descontrolada enquanto falava. — Joga uma água no rosto, ajeita essas calças e vai logo atrás do Nate!


— Não grita, cacete! Minha cabeça ‘tá doendo! — repreendeu, massageando as têmporas. — Ir atrás do Nate pra quê?


— Para contar a verdade, oras!


— Você pirou?! É exatamente o que estou tentando evitar!


— Não tem mais como evitar, seu demente! É melhor você contar pro Nate de uma vez, antes que aquela piranha o faça! Vai ser menos pior ele saber por sua boca.


— Michelle não vai me dedurar.


 Sheila estava pronta para retrucar, quando reparou na expressão estranhamente séria de Ethan. Um frio incômodo correu por sua espinha assim que percebeu o que aquilo significava.


— Ethan Ariel Harvey, você não está pensando em virar o cachorrinho daquela lunática, está? — Sheila perguntou com receio, se aproximando subitamente do amigo.


— É só até eu pensar em alguma coisa...


 Ethan odiou aquelas oito palavras.


 A incerteza implícita as tornava amargas e pesadas. Aquelas eram palavras de covardes, perdedores, pessoas que não conseguiam encarar seus erros de frente.


 Aquelas eram palavras de Ethan Harvey, o mau-caráter que traiu uma das pessoas que mais ama no mundo.


 Deus, como pôde deixar as coisas chegarem naquele ponto?


— Você não pode fazer isso! Eu não vou deixar! — Shae decretou, após o choque inicial. Seus olhos estavam transbordando preocupação e desespero, o que fez Ethan se sentir ainda pior.


— E que outra opção eu tenho?!


— Contar a verdade pro Nate! Quantas vezes vou ter que te dizer isso?!


— E quantas vezes vou ter que dizer que não vou correr o risco de perder o Nate?!


 Sheila sentou-se ao lado de Ethan e tocou seu rosto de um jeito quase maternal.


— Você não vai perder ele. Quero dizer, ele vai ficar puto da vida sim. Quem não ficaria? — Ethan perguntou-se onde ela estava querendo chegar, pois, se a intenção dela era convencê-lo, aquele era o caminho errado. — O importante é que, com o tempo, ele vai te perdoar. — acrescentou, mirando os olhos escuros do amigo.


— Como pode ter tanta certeza disso? — perguntou, em tom de deboche.


— Porque ele também não vai querer te perder. Por Deus, vocês são amigos há uns treze anos! Acha mesmo que ele vai jogar tudo isso fora por causa de uma garota?!


 Ethan riu de maneira amarga e começou a falar, aumentando o volume da voz exponencialmente:


— Não... porque eu já fiz as honras. Eu joguei nossa amizade fora por causa de uma garota! Eu tive medo de encarar as consequências! Eu fugi feito uma menininha quando vi ele beijando a Esther! Eu fiquei em silêncio quando ele me disse, com toda a alegria do mundo, que eles estavam namorando! Eu agi como se tudo estivesse bem! Eu deixei que ele fosse feito de bobo! Eu o enganei! Eu menti! Eu o traí! — Naquele ponto, já se encontrava transtornado, com o rosto avermelhado, a respiração descompassada e as mãos tremendo de raiva. — Acha mesmo que ele não vai levar tudo isso em conta?!


 Depois dos longos instantes em que o barulho da respiração ofegante de Ethan foi o único som na sala, Sheila disse a única coisa que poderia dizer:


— Eu acho... Mas só se ele ficar sabendo por você.


— Não seja tola! — Ethan, em todo seu escárnio, praticamente cuspiu suas palavras.


 Aborrecida, a O’Flahertie levantou-se do sofá e saiu pisando duro.


 — Quando você achar o seu bom senso, a gente volta a conversar! — Sua última palavra foi sincrônica com o bater da porta.


 Sheila mal começara a fazer seu caminho para casa quando Nate chegou de carro. Ela paralisou, pensando no desastre que seria se ele tivesse aparecido mais cedo. Por ser, de longe, o mais responsável do trio, Nate tinha as cópias das chaves de Sheila e Ethan para casos de emergência e eventualidades, com destaque para a árdua tarefa de praticamente carregá-los para dentro de casa após uma bebedeira.


 Flagrar os dois melhores amigos brigando porque um deles dormiu com sua namorada não era o melhor jeito de receber a notícia.


— O que está fazendo aqui? — Sheila perguntou de maneira automática.


— Os pais do Ethan estão viajando e Vince mal para em casa... — Nate se aproximou de Shae, com as mãos nos bolsos do casaco marrom— Ou seja, vim para ter certeza de que ele não se engasgou com o próprio vômito ou dormiu com a cabeça dentro da privada. — A casualidade com que Nate disse aquilo e Sheila reagiu assustaria qualquer um. — Agora... o que você está fazendo aqui a essa hora, Bela? — Naturalmente perguntou.


— O idiota me mandou um monte de mensagens estranhas ontem à noite. Fiquei preocupada e vim aqui ver o que tinha acontecido. — Tecnicamente, ela não estava mentindo, apenas ocultando alguns detalhes.


— E aí...? — Nate indagou, arqueando uma das sobrancelhas.


— Além de estar morrendo de ressaca, ele não se lembra. Deve que foi apenas drama...— Aquilo sim era mentira.


 Sheila sentiu seu peito apertar desconfortavelmente. Ethan escolheu mentir para Nate, já ela estava fazendo aquilo praticamente obrigada. Por mais que detestasse estar naquela situação, jamais deduraria Ethan. O segredo era dele, ele que tinha que contar.


— Clássico. — falou Nate, dando de ombros.


— Clássico. — repetiu Sheila, revirando os olhos.


— Então, devo supor que ele está “bem”? — Quis se certificar.


— Se ele se afogar na privada, pode saber que fui eu quem enfiou a cabeça dele lá. — Nate começou a rir. — Estou falando sério, docinho! Ele está insuportável!


— Não vou contestar isso. — declarou, bem-humorado, com o sorriso que apenas ele sabia dar.


— Não vai me perguntar o porquê de eu não ter ido na casa da Faith ontem e dizer que eu fiz falta? — Sheila decidiu mudar de assunto, não queria mais falar de Ethan e, consequentemente, contar mais mentiras a Nate.


 Ele não merecia aquilo.


— O porquê, talvez. Mas dizer que você fez falta? Não força, Bela.


 Sheila deu-lhe um tapa no braço, que arrancou resmungos de protesto.


— Que belo amigo você é, hein?!


— O que você queria que eu dissesse? Que ficaria feliz em carregar mais um bêbado pra casa? Já basta o trabalho que tive com o Ethan. — Por mais que fosse brincadeira, tinha um fundo de verdade.


— Era só ligar para a Skye q…


— Três bêbados é demais, Shae. — interrompeu a amiga, acabando por arrancar uma gargalhada da mesma. — Já que o soberano Harvey não está disposto a receber visitas, que tal fazermos alguma coisa? — sugeriu.


— Uou! Que milagre é esse?! Desde que começou a namorar aquela bruxa loira, você não me dá mais bola. — Sheila reclamou, cruzando os braços e armando um bico um tanto quanto infantil.


 Nate bufou e virou os olhos.


— Não sei se te xingo por fazer drama ou por ofender minha namorada. — confessou.


— Ofender? Por Deus, Nathaniel, ela deve estar acostumada a ouvir coisas bem piores. — Antes que Nate continuasse aquela “pré-discussão”, Sheila acrescentou rapidamente, com o objetivo de despistá-lo. — Skye brigou com o Mark e está puta da vida, sabe o que isso significa?


— Que ela comprou bebida pra caralho? — A pergunta era quase retórica.


— Duas garrafas de licor, sabores pêssego e chocolate. Combinamos de tomar tudo hoje... Quer se juntar a nós?


— Pra vocês duas, tudo se resume a bebida? — perguntou, em tom de julgamento, um pouquinho bravo ainda pelos comentários a respeito de Esther.


— É a genética. O que posso fazer? — respondeu, dando de ombros. — E não seja exagerado, faz tempo que eu não bebo.


 Nate mudou sua fisionomia ao abrir um sorriso malicioso, que incomodou Sheila profundamente.


— Ah, tinha me esquecido! Seu namorado não gosta que você beba, não é mesmo? — provocou.


 — Ray não é meu namorado! — Sheila praticamente rosnou, para a graça do loiro. — E mesmo se fosse, ele não tem que gostar de nada.


 A lembrança da noite anterior atingiu a consciência de Shae em cheio. Apesar de ela ter negado, Ray provavelmente achava que ela estava com raiva dele pelo comentário sobre a briga de Logan e Vince.


 Sheila se comportou daquela maneira fria não por estar brava, e sim envergonhada. Detestava o fato de sua falta de caráter e bom senso ter sido causadora de tanto transtorno. Fez uma nota mental para mandar uma mensagem para Ray ainda naquele dia, ele era uma das últimas pessoas no mundo com quem queria ficar brigada.


— Repita isso mais algumas vezes, quem sabe você me convence...


 Sheila podia e queria mandá-lo à merda e falar alguma coisa que o deixasse irritado, mas sua cota de brigas e estresse já havia estourado com Ethan, então preferiu encerrar o assunto de vez.


 — Vamos beber ou não? — inquiriu com certa impaciência.


 Depois de ponderar por uns instantes, Nate deu sua resposta:


 — Podemos começar pelo de chocolate?


(...)


Domingo, 7 de Setembro de 2008.


 Esther aproveitou a manhã escura e chuvosa para se sentar no chão acarpetado de seu quarto com um cobertor velho e relaxar com um livro que havia pegado emprestado com Winnie, uma de suas amigas do grupo de estudos. Com uma capa chamativa, que ilustrava uma garota de óculos com formato de coração e um pirulito vermelho na boca, a obra em questão era o clássico e controverso Lolita*, de Vladimir Nabokov.


 Já havia passado da página 100 e, apesar de ter torcido o nariz no começo, estava achando a trama interessante, ficando tão absorta na leitura ao ponto de não escutar o recado que sua mãe gritou do andar de baixo. Quase sempre era algo como “estou indo ao mercado” ou “o almoço está pronto”, mas se Esther tivesse prestado atenção, saberia que aquele não era o caso e, consequentemente, não teria se assustado do jeito que assustou quando viu Ethan Harvey na soleira da porta.


 O livro caiu de qualquer jeito quando ela se levantou de supetão, lívida. A atmosfera ficara tão tensa que respirar se tornou uma tarefa infinitas vezes mais trabalhosa, pelo menos para Esther, já que Ethan estava com a maior cara de nada do mundo, o que a irritou, de certa forma. Se fosse para aparecer em sua casa em uma manhã de domingo sem ser convidado, pelo menos que tivesse a decência de dar explicações.


— O que está fazendo aqui? — Esther foi a primeira a se manifestar, sem paciência para esperar o visitante indesejado fazer as honras. Assustou-se com o quão frágil e vacilante sua voz soou num primeiro momento.


— Precisamos conversar. — Pelo tempo que Ethan demorou para lhe responder, Esther esperava que uma composição de palavras melhor saísse de sua boca, o que não foi o caso.


— Pelo o que me lembro, nós concordamos que não temos nada para conversar. — Com um pouco de esforço, conseguiu falar, com um tom de voz decente.


 Ethan remexeu-se desconfortável. Preferia estar em qualquer outro lugar, com qualquer outra pessoa, falando sobre qualquer outra coisa; entretanto, opção era algo que ele não tinha.


— Infelizmente, as coisas mudaram. — Deu ênfase na primeira palavra, para deixar claro o seu desgosto com a situação.


— Como assim “mudaram”? — Franziu as sobrancelhas de um modo que ficava difícil saber se ela estava expressando aborrecimento ou confusão.


 Ethan resolveu contar do mesmo modo que contou para Sheila: sem enrolação.


 Sheila e Esther eram pessoas notavelmente distintas, com valores e atitudes diferentes, mas, para o azar do Harvey, ambas tiveram reações parecidas à notícia.


— Seu idiota filho da mãe! — gritou, indo para cima de Ethan com a intenção de enchê-lo de porrada, mas só conseguiu acertar uns dois tapinhas antes de ser imobilizada. — Me solta, desgraçado! — exigiu, se debatendo tanto que seus óculos caíram no chão. — Como você pôde contar isso para a primeira vagabunda que apareceu na sua frente?!


— Não foi assim, ‘tá legal? Eu estava fora de mim! — justificou-se, um tanto quanto surpreso com a reação explosiva de Esther. Aquilo era completamente fora de seu feitio.


— Vai se fuder!


— Se continuar desse jeito, a casa inteira vai escutar o seu chilique. — Esther viu que ele estava certo e, a contragosto, sossegou. Ethan entendeu aquilo como uma deixa para soltá-la.


 Esther catou seus óculos e se sentou na beirada da cama, respirando fundo várias vezes para tentar se acalmar, assim como sua mãe lhe ensinara quando pequena. Após se recompor, ergueu seus olhos castanhos para a figura de Ethan, que encontrava-se encostado na porta, que ela nem percebera que havia sido fechada, com os braços cruzados sobre o moletom azul marinho. Não podia negar, mesmo com cara de quem queria a morte, ele era bonito. Ele sempre foi bonito. Mas a partir momento em que seu coração deixou de bater mais forte, que as borboletas sumiram de seu estômago, que suas bochechas não ficaram mais vermelhas e que as lembranças ruins destruíram as boas, toda aquela beleza deixou de ser importante.


— E agora? — A própria Esther se assustou com a firmeza de sua voz, que, diferente de antes, não precisou de nenhum esforço para sair assim.


— Esperava que você tivesse alguma sugestão, afinal, eu não sou o único que pode se ferrar. — confessou.


—Eu tenho uma: que tal você ser submisso à Foster até ela se cansar de você, ao invés de por pouco tempo, como você quer fazer? — sugeriu, com escárnio.


— Primeiro ponto: ninguém se cansa de mim. Segundo: eu não quero. Terceiro: é melhor levar isso a sério, antes que eu resolva acatar a sugestão da Shae. — Tudo aquilo foi apenas um blefe para atingir Esther. Jamais contaria a verdade para Nate.


 — E qual foi a sugestão da pintora de rodapé? — Esther preferia usar outros adjetivos que começavam com a letra P para se referir à Sheila, mas a situação já estava tensa sem que arrumasse uma briga paralela com Ethan. Chamá-la de baixinha não era algo que ele daria muita importância.


— Ela quer que eu conte a verdade para o Nate.


 Esther bufou, devia ter imaginado. Sheila não perderia a chance de prejudicá-la nem em um milhão de anos.


— Aquela pu… lenhadora de bonsai quer me ferrar, isso sim! Você não vai fazer isso, ouviu bem?!


— Então me convença. — Ethan teve que segurar seu sorriso vitorioso quando viu a cara de bosta que Esther fez.


— Ok, ok... Deixe-me pensar.


 Esther começou a andar de um lado para o outro, como se aquilo fosse fazer sua cabeça funcionar. Felizmente, não demorou muito para que a primeira tentativa aparecesse:


— E se você chantageá-la? Diga que, se ela contar a verdade pro Nate, você conta pro Darragh que ela tá pulando a cerca com você. Simples.


 Ethan a olhou como se ela tivesse falado que havia acabado de descobrir que o céu era azul e a grama verde.


— Que ideia genial, revolucionária! — Bateu palmas, debochando da sugestão. — Essa foi a primeira coisa em que pensei, Esther. O problema é que eu não posso usar isso para chantagear a Michelle porque ela sabe que eu não vou chegar para o Darragh e dizer que eu tô traçando a namorada dele!


 Se não estivesse envolvida naquilo, teria mandado Ethan ir procurar por uma solução no quinto do inferno. Por que teve que ser tão burra a ponto de se apaixonar por Ethan Harvey? Por que teve que dormir com aquele idiota? Por que deixou Nate tanto tempo na friendzone? Se tivessem lhe dito que ser namorada de Nathaniel Cooley era tão bom, teria pulado nos braços dele ainda no colegial.


 Como foi tola!


— Mas eu posso. Se a Michelle não largou o Darragh até hoje, é porque tem um motivo. Diferente de você, que pode levar uma surra, eu não tenho nada a perder revelando as puladas de cerca dela.


 Apesar de fazer sentido, Ethan não gostou muito daquela opção, pois ela parecia bastante propensa a falhas. Mas como era a melhor e, possivelmente, única opção viável, teve que aceitar.


— Como posso saber que você vai fazer tudo certo? Você não é do tipo que sabe ameaçar. — disse, olhando tanto para seu quarto cheio de coisas cor-de-rosa quanto para seu vestido verde pastel com gola bebê na cor branca. Tudo coisa de patricinha.


— Você não me conhece. — disse entredentes, segurando-se para não dar uma na cara dele pelo comentário insolente. — O meu está na reta também, não posso me dar ao luxo de fazer besteira.


— Se você diz...


— Vou falar com ela essa semana mesmo.— garantiu.


— Me conte tudo depois que o fizer. — Esther assentiu.


 Ethan já ia se despedir, forçando sua educação ao máximo, quando viu a capa do livro que estava jogado no chão e resolveu comentar:


 — Lolita? — A loira assentiu novamente, seguindo o olhar do Harvey. — É o preferido da Shae.


 Esther quis matá-lo, pois aquela informação desnecessária havia acabado completamente com o charme do livro.


 


* Lolita é um romance do escritor russo Vladimir Nabokov lançado em 1955. Conta a história de Humbert, um homem por volta dos 40 anos que desenvolve uma obsessão pela enteada, Dolores(Lolita), de apenas 13 anos.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Lilie

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Capítulo 15- Confiança Quinta-feira, 11 de Setembro de 2008.  Ser firme e corajosa quando estava na frente de Ethan e puta de raiva: fácil.  Apontar o dedo na cara de Michelle Foster e mandar ela sossegar o fogo e tirar o cavalinho da chuva: difícil.  Ao invés de aprender para, desse modo, se tornar uma boa enfermeira e g ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 0



Para comentar, você deve estar logado no site.


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais