Fanfic: O dia depois de amanhã | Tema: Amor Adolescente

Caminho em direção a sala, a aula é de literatura inglesa. Nossa! Eu mereço uma chuva de romantismo logo de primeira:

_ Fala sério! -bufo

_ Oi, como vai?- cumprimenta uma loira com um sorriso enorme na cara

_ Oi.

_ Você precisa de ajuda... pra encontrar a sala?

_ Não precisa se incomodar...

_ Lógico que não é incômodo- me interrompe- Meu nome é Jane! Você deve ser Emmy.

_ Ahm, sou sim! Como sabe?

_ Bom você foi capa da edição do Jornal da Escola nos últimos 2 dias... Não temos novatos por aqui... Então você se tornou o centro das atenções! Não é o máximo?

_ Droga!

_ Algum problema?- pergunta ela após ver que eu não gostei nada da notícia

_ Não gosto dessas coisas... Eu não quero que falem de mim. Isso é constrangedor.

_ Se você quiser posso falar com a galera do Jornal e pedir pra não publicarem mais nada.

_ Você poderia fazer isso?- já gostei dessa moça

_ Claro! Olha estou aqui pro que precisar.

_ Ufa, obrigada mesmo!

_ Não tem de que. Agora posso acompanhar você?

_ Claro- acho que ganhei uma amiga

Na sala de aula fui surpreendida:

_ Senhorita Stewart não gostaria de se apŕesentar para a sala?

_ Ahm.. Isso é serio?

_ Acho que sim... Não se sente a vontade?

_ Não é isso, apenas acho que todos ja devem saber de mim ja que fui assunto no Jornal da escola...

_ Bem acho que isso foi um não... Gostei de você Emmy. Vamos nos dar muito bem.

Droga! Agora essa? Será que ninguém aqui percebeu que eu não estou para amizades... E esse professor... Não Emmy, não é ele... Você está longe agora.

_ Está se sentindo bem senhorita Stewart?-pergunta-me o professor o qual é chamado de Jack Brown pelo que vejo no quadro

_ Posso ir à infermaria? Tenho hora pra tomar...- não termino a frase

_ Claro... Joe deve estar vindo. Se encontrar algum rapaz perambulando por aí mande-o vir direto pra sala. Pode ser?

_ Acho que sim.

Em questão de segundos já estou caminhando pelo corredor. Onde será que fica a enfermaria desse lugar? Enquanto penso distraída vou procurando minhas pílulas na bolsa que levo comigo. Ao abaixar a cabeça, esbarro com força em alguém que vinha em direção contrária e deixo cair minha porção de remédios.

Droga! Isso não devia ter acontecido!

_ Peço desculpas- fala um rapaz a minha frente- Pode deixar que eu ajudo você!

Nessa hora ele acaba por tocar minha mão enquanto pego as pílulas. Não me contenho e levanto o rosto a fim de olha-lo. Para minha surpresa, me deparo com um belo par de olhos verdes, uma boca carnuda e bem delineada, uma pele alva e atraente:

_ Foi mal! Eu é que estava distraída...

_ Meu nome é Joe Landon.

_ Me chamo Emmy Stewart. -respondo sem tirar meus olhos dos seus

_ A garota nova...

_ É... - digo ao me levantar

_ Ahm... Desculpa mas pra onde ia com tantos remédios? Está tentando suicídio...ou...

_ Nada que seja da sua conta-rebato- E acho que já pode soltar a minha mão.

Ao notar isso ele logo me solta:

 _ Eu sinto muito...

_ Eu não me machuquei... eu...

_ Me refiro ao que falei... Eu não queria ser tão idiota...

_ Já entendi.- nesse momento passo por ele e caminho em frente

_ Olha se você estiver precisando de ajuda eu posso ajudar.

Me viro pra trás e pergunto:

_ Você pode me dizer onde fica a enfermaria?

_ Claro, eu posso acompanhar você.

_ Não precisa. Basta me dizer onde fica.

Ele me olha meio constrangido. Acho que não esperava tal resposta. Ele não viu nada ainda.

_ Você pode ir direto e dobrar no segundo corredor. É a terceira porta à esquerda.

_ Obrigada.

_ Não tem de que.

Saio o mais depressa possível e caminho pela direção indicada. Logo já estou na sala de enfermaria:

_ Posso ajudá-la senhorita Stewart?

_ Meu Deus, será que não há um só sobrevivente nessa escola que não saiba quem eu sou?

_ Sou a enfermeira Susanne. Pelo visto não gosta de ser esposta não é?- pergunta a loira que está em pé na minha frente

_ Pra falar a verdade não.

_ Olha sinto muito em avisar que tudo, absolutamente tudo, que acontece por aqui vira notícia pro qrupo do jornal. Se prepare.

_ Não gostei muito de saber disso.

_ Você vai se acostumar... e o que a trás até aqui no primeiro dia de aula? Algum problema?

_ Não... Eu só preciso tomar meus remédios, tenho horário e...

_ Seu caso foi repassado pra gente. Vamos ter que mudar certos "horários" pra não interrompermos suas aulas. Não quer se sentar?

Ela me aponta uma poltrona cinza logo ao meu lado e senta após eu fazer o mesmo:

_ Então vocês já sabem que eu...

_ Senhorita Stewart sabemos apenas o necessário para deixá-la a vontade aqui. E não se preocupe. Mantemos tudo sob sigilo.

_ Certo. E eu agradeço por isso.

_ Eu sei. Soubemos que você optou por cancelar suas sessões com o psicólogo. Será que podemos saber?

_ Acho que se eu quiser ter uma vida normal de volta, eu precisarei me livrar de tudo aquilo que lembra o meu passado... Inclusive meu tratamento.

_ Isso mesmo. Tratamento. Senhorita Stewart...

_ Me chama de Emmy por favor.

_ Ok. Emmy. Como eu ia falando. Você tem que colocar na sua mente que o que passou não vai sair de uma hora pra outra da sua memória. Pelo contrário, você vai ter que aprender a conviver com essas lembranças pro resto de sua vida. É nisso que o tratamento ajuda.

_ Meu psicólogo falou o mesmo mas já sei o que eu quero fazer. Se não der certo eu mudo de idéia... Só preciso de um tempo.

_ Ok. Já entendi.

_ Será que posso tomar meus remédios agora?

_ Claro. Fique a vontade.

Vou até a mesa pŕoxima onde está uma jarra grande de água. Me sirvo de três pílulas diferentes e bebo lentamente. Nunca pensei que teria que precisar desses rémedios nauseantes para me manter em absoluto controle emocional. É frustante saber que não sou mais capaz de manter meu psicológico em total paz comigo mesma. É, a vida me reservou surpresas extremamente desastrosas pra mim:

_ Está tudo bem com você Emmy?- é a Susanne me livrando dos meus pensamentos

 _ Claro. Eu só estava distraída.

_ Bem, aqui estão seus novos horários com seu tratamento. Você pode sentir certas reações devido a troca brusca tempo mas nada com que se preocupar.

_ Que reações?

_ Náuseas, tontura ou muito sono. Tente se manter descansada. Isso não vai levar muito tempo. Tudo bem pra você?

_ É. Acho que sim.

_ Que bom. Estarei aqui pro que precisar.

_ Eu agradeço. Até qualquer hora.

_ Tenha um bom dia.

Apesar da grande simpatia de Susanne me sinto desconfortável em saber que há pessoas por aqui sabendo sobre meu passado. Minha idéia era de que vindo pra cá, eu não tivesse olhos de pena ou curiosidade sobre mim. Caramba. Eu estava enganada. Está na hora de eu me acostumar mesmo com a idéia de que vou carregar esse peso pro resto da vida, pra onde quer que eu vá.

Chego na sala e logo sou surpreendida por Jane:

_ Está tudo bem com você Emmy?

_ Nossa! Acho que ouvi essa pergunta umas 100 vezes hoje. Mas está tudo bem sim.

_ Legal.

Tive então minhas aulas normalmente. Fiquei contente em ver que Jane não se tratava de uma "bisbilhoteira em combustão". Até porque se fosse eu não sairia abrindo o bico pra ela. Eu só preciso de adaptção e privacidade por aqui. Na hora do intervalo fui ao refertório onde acompanhei Jane em seu almoço:

_ Tem certeza de que não está com fome?

_ Não. Eu tô legal assim.

_ Você não sabe o que está perdendo- Diz ela após abocanhar um enorme pedaço de torta de frango

_ Ah eu sei sim! Mas acho que vou pegar um copo de suco.

Levanto-me vou até o balcão e peço:

_ Um copo de suco de maracujá por favor.

_ Dois minutinhos.- responde a atendente de cozinha

_ Esbarros no meio do colégio, remédios e agora um copo de suco de maracujá que por sinal é um ótimo calmante. Você é um caso bem interessante senhorita Stewart.

Levo um susto ao ver que se trata de Joe Landon "Esbarrão" que está falando isso.

_ Primeiro: Me chame de Emmy. Segundo: Eu não tô afim de conversa. E terceiro: Fica longe.

_ O que foi isso? Uma ameaça ou...

_ Um aviso. Espero que tenha entendido o recado.

_ Você é bem misteriosa sabia?

Pego meu suco sob o balcão e tento sair mas uma mão agarra meu braço impedindo que eu continue. Há um choque bom atravessando meu corpo... É bom, mas ... Aquelas lembranças... Meu braço dói... Estou com medo... Meu Deus!

_ Me solta!- minha voz soa quase como um grito

Joe está assustado com minha reação e larga meu braço depressa:

_ Eu sinto muito! Machuquei você?

_ Não faça mais isso por favor!- estou respirando com dificuldade

_ Ok. Desculpa. Eu não fiz nada demais... eu só...

_ Tchau Joe.