Fanfic: Aulas de Amor *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Talvez fosse o fato de nunca ter ficado sozinha com um homem como ele. Ou, pelo menos, não fora das paredes do escritório. O que dizer a ele? Como se comportar? Profissionalmente como na firma ou mais à vontade colocando discos na vitrola e sentando-se no tapete como fazia com seus amigos?

Acabou optando pela segunda hipótese.

Se sua missão seria ajudá-lo a chamar a atenção de Mia, achava indispensável que agisse com bastante naturalidade. Talvez o sr. Herrera lhe seguisse o exemplo e perdesse um pouco daquele ar de quem havia engolido um guarda-chuva.

Sim, aquela seria a primeira lição, Anahí decidiu. Começava a achar divertida a idéia de transformar o chefe.

- Ainda não está nevando, srta. Portilla - ele falou após ajudá-la com o casaco. - Mas é bem possível que comece. O inverno realmente chegou.

Anahí pegou a bolsa e foi com ele até a porta.

- Oh, eu sou louca pelo inverno! Nada como entrar embaixo de um cobertor e ficar assistindo televisão com a neve caindo lá fora. Ou fazer pipocas com bastante manteiga e chocolate quente bem espesso. Sem falar no dia de Natal, quando a gente abre os presentes que estão sob a árvore!

- Você fala de um jeito que faz tudo isso parecer mesmo muito bom. Sempre achei que no inverno o mundo se torna feio e sem graça. As pessoas morrem de frio e não sentem prazer em sair.

Haviam chegado à porta do prédio onde um sedan azul-marinho encontrava-se estacionado junto ao meio-fio.

Era a imagem do carro convencional, Anahí pensou, entendendo por que o sr. Herrera achava tudo muito frio e sem graça.

- Por que não vamos no meu carro? - sugeriu rapidamente. - Já dirigiu um carro esporte, sr. Herrera?

- Não, mas não acho necessário irmos em seu carro. O meu está...

- Então, insisto. - Ela o interrompeu. - Vai ver como é bem mais emocionante do que os outros. Aposto como amanhã mesmo vai querer trocar o seu.

Antes que ele pudesse recusar, Anahí já havia aberto a porta do Z280 e se acomodado.

- Vamos, é facílimo de dirigir. - Ignorando a expressão assustada do sr. Herrera, atirou-lhe as chaves.

Alfonso contorceu-se todo a fim de pegar as chaves e a fitou sem jeito.

- Srta. Portilla, não acho que deva.

- Acredite-me, sr. Herrera. Eu sentiria um enorme prazer se dirigisse o meu carro.

Mais parecia que Anahí havia sugerido que ele atravessasse a principal avenida da cidade completamente nu.

- Não vejo razão para irmos em seu carro quando o meu está aqui - ele ainda insistiu, sentando-se rio banco do motorista. - Quer mesmo que eu dirija?

- É claro! Não pediu para que eu lhe desse algumas dicas?

- Dicas? Oh, sim, pedi. Mas o que tem seu carro esporte a ver com as dicas?

Anahí piscou para ele.

- Mia pode gostar desse tipo de carro. Quem sabe você convence o irmão dela a alugar um ou, em último caso, pode emprestar o meu se ela gostar.

Os olhos astutos de Alfonso brilharam por trás dos óculos. Pelo visto haveria bem mais envolvimentos do que calculara de início.