Fanfic: Aulas de Amor *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Dezembro em Oklahoma era dos meses mais frios do ano, quando o vento gelado soprava cortante e impiedoso. Anahí só esperava que depois de tanto frio pelo menos tivessem neve pelo Natal, que seria dali a duas semanas.

- Lindo o seu casaco. - Maite olhou com certa inveja para o casaco de pele branco que Anahí usava. - É aquele que ganhou de sua mãe no último aniversário, não?

- Ele mesmo. Minha mãe é um amor, não acha?

- Sim, um amor - Maite concordou sem entusiasmo. - Nem usando uma maravilha destas eu chamaria a atenção de algum homem. Preciso bem mais que um casaco de peles para que me olhem do jeito que a olham, amiga.

- Não peço a eles que me olhem, Maite.

- E precisa?

Anahí parou, perdendo a paciência.

- O que há com você hoje? Acordou com o pé esquerdo por acaso?

- O que há? Faz três semanas que não sei o que é sair com alguém - Maite respondeu com uma risada amarga. - E além disso olhar para você todas as manhãs me faz sentir como um sapato velho pelo resto do dia.

- Ora, Maite. - Anahí riu, passando o braço pelos ombros da amiga enquanto caminhavam. - Anime-se, minha cara. O Natal está próximo e logo será um outro ano. Já posso até sentir um cheiro excitante no ar!

Maite respirou fundo e em seguida deu de ombros.

- O único cheiro que sinto é de chuva de granizo.

- Oh, Maite! - Anahí riu apertando o passo. - Vamos mais rápido senão chegarei atrasada.

Muito antes de Anahí chegar à sua sala, Alfonso Herrera já ouvira o barulho de seus saltos altos pelo corredor. Esperava-a na porta com um ar de quem se encontrava ali por acaso.

- Bom dia, sr. Herrera. - Anahí o cumprimentou sorridente, indo direto ao fundo da sala pendurar o casaco. - Desculpe tê-lo feito esperar.

Alfonso ajeitou os óculos de tartaruga sobre o nariz. A chegada de Anahí, como sempre, o perturbava. A simples visão da saia leve de lã movimentando-se sobre os quadris enquanto ela andava era o suficiente para deixá-lo completamente atordoado.

- Tudo bem, srta. Portilla. - Alfonso caminhou até a mesa dela. - Já comecei a trabalhar nos relatórios. Na verdade quase cheguei a terminar alguns deles ontem à noite.

Anahí sentiu complexo de culpa. Pobre sr. Herrera... Trabalhando até tarde enquanto ela estivera dançando com Derrick. Bem, mas por outro lado ele até que recebia um bom ordenado. Um excelente ordenado, na verdade!

Será que ela teria coragem de desistir de suas noitadas se ganhasse o mesmo que o chefe? Por certo que não. Dinheiro não era tudo, descobrira isso havia muito tempo.

- Tratamos antes da correspondência, sr. Herrera? - indagou, sentando-se. - Suponho que logo depois queira concluir aqueles relatórios que começou, não?

O sr. Herrera concordou enfiando as duas mãos nos bolsos da calça.

Maite o chamara de homem das neves e colarinho engomado, Anahí lembrou-se. Engraçado, mas ela nunca havia pensado nele daquela maneira.

Sabia que a maioria dos funcionários da Sooner Fidelity tinha a mesma opinião que Maite, e achava curioso, pois noventa e nove por cento deles mal o conheciam. Aliás, duvidava que alguém conhecesse de fato o sr. Herrera.

Durante aqueles dois anos trabalhando para ele nunca o ouvira mencionar o nome de amigos ou parentes. O único assunto que conversavam era trabalho. O homem era obcecado pelo trabalho, nesse ponto Maite estava certa.

Até mesmo Anahí costumava vê-lo apenas como seu chefe e não como um homem. Mas naquele momento, talvez devido aos comentários de Maite, decidiu examiná-lo mais atentamente. Olhou-o por alguns segundos.

E não era que o sr. Herrera tinha boa aparência? constatou. Pena não ser mais descontraído ao se vestir. Se usasse roupas modernas e cuidasse um pouco do visual, sem dúvida seria um executivo bastante atraente. Jamais se tornaria um Derrick James, mesmo assim... bem, cada homem tinha seu tipo, não? Uns mais musculosos, outros um pouco menos, o que não significava que não despertassem o interesse das mulheres.

Anahí sentiu vontade de rir. Imaginava Maite vendo-a pensar daquele jeito sobre o sr. Herrera! Diria que ela ficara doida!