Fanfic: Aulas de Amor *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

- Não o chame assim, Christian. - Anahí saiu para o corredor. - O sr. Herrera é o melhor chefe que já tive.

- Imagino. - Christian a seguiu. - Aposto como ele é o único que ainda não cantou a bela secretária que tem. E pelo que dizem a respeito do nosso gênio, você não vai precisar se preocupar, amor.

Anahí apertou o passo e, quando chegou à porta do escritório, virou-se para ele, irritada.

- Volte para o seu trabalho, Christian. Você me dá enjôo, sabia?

Christian soltou uma gargalhada e antes de afastar-se assoprou-lhe um beijo.

Conforme havia dito, o sr. Herrera esperava por ela em seu escritório.

Anahí bateu de leve na porta e entrou. Encontrou-o distraído olhando para a enorme janela de vidro de onde se viam edifícios modernos cercados pelas nuvens cinzentas de inverno.

- Aqui está o seu café, sr. Herrera. Bem forte, como gosta.

- Obrigado, srta. Portilla. - Ele pegou a xícara sorrindo. - Não é sua obrigação fazer isto, você sabe. Não sou daqueles que acham que a secretária deve ser uma escrava.

- É claro que sei, sr. Herrera. E não me sinto uma escrava só por trazer-lhe uma xícara de café, imagine.

Ele sorriu, indicando a cadeira que Anahí costumava usar quando anotava os ditados.

- Sente-se, por favor, srta. Portilla.

A cadeira era de madeira maciça e escura como os demais móveis do escritório. Anahí sentou-se, ajeitou a saia e olhou para o chefe do outro lado da escrivaninha.

O sr. Herrera tinha cabelos, de fato, bonitos, pensou, escuros, brilhantes, apenas necessitando de um corte mais moderno. Tinha certeza como Richard, seu cabeleireiro, faria maravilhas com aquela cabeleira farta e sedosa.

Lentamente, ela desviou a atenção dos cabelos para os olhos. Eles lhe pareciam verdes, mas não podia afirmar com segurança. Os óculos a impediam de ver com clareza. Mas havia os lábios a considerar.

Puxa, que boca tinha o sr. Herrera. Como não havia reparado antes? Se tivesse que apontar algum defeito naquela boca sensual e bem desenhada, seria a de nunca vê-la rir. Raras vezes curvava-se num sorriso, mas jamais ria com prazer genuíno.

De repente Anahí percebeu que o sr. Herrera a fitava de uma forma estranha. Desviando rapidamente os olhos se deu conta de que o estivera examinando como se ele fosse uma escultura numa galeria de arte.

- Quer que eu pegue meu bloco, sr. Herrera? – indagou rapidamente.

- Não é preciso. - Ele tomou um gole de café. - O assunto é... é pessoal, digamos assim.

Anahí começou a ficar nervosa.

O sr. Herrera nunca havia discutido nenhum assunto pessoal com ela!

Durante aqueles dois anos trabalhando com ele haviam mantido um relacionamento puramente profissional! A ponto de ela muitas vezes se esquecer da existência dele, a não ser quando o via no escritório. A menos que não estivesse se referindo a si próprio mas, e sim a ela.

Era possível que quisesse chamar-lhe a atenção devido ao número de telefonemas que recebia de rapazes. Ou às flores que ocasionalmente lhe mandavam ali para o escritório.

Não aguentando mais o clima de suspense, Anahí resolveu arriscar.