Fanfic: Aulas de Amor *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Capítulo VIII

Anahí fechou os olhos. Sentia-se tão segura ao lado de Poncho. Nunca conseguira perdoar o pai por ter abandonado sua mãe, mas só agora entendia realmente o quanto ela devia ter sofrido. Só agora, na condição de mulher apaixonada, avaliava a perda de um amor.

De repente, endireitou-se no sofá. Como num passe de mágica o sorriso voltou-lhe ao rosto.

- Poncho! Amanhã é dia de Natal! Não devemos estar falando de coisas tristes. Conte-me o que já ganhou de presente.

Alfonso sorriu. Era bom vê-la animada outra vez.

- Bem, da Sooner ganhei um bônus extra, e de meus pais, um lote de ações.

Dinheiro, Anahí pensou, mais dinheiro. Ela havia quebrado a cabeça tentando encontrar algo especial para dar a Poncho. No ano anterior havia lhe comprado uma caneta. Um presente impessoal, da secretária ao patrão.

Naquele ano, porém, a situação tomara-se bem diferente. Queria dar-lhe algo que o fizesse lembrar-se sempre dela. Mesmo quando ele estivesse com Mia.

Depois de muito pensar, optara por um pulôver de lã. Maite lhe diria que roupas eram pessoais demais, mas ela não se importava. A intenção era que Alfonso soubesse que pensava nele como um homem. Como alguém de quem se sentia íntima.

Anahí sorriu.

- Não ganhou nenhuma garrafa de uísque, charutos ou gravatas de seda?

Não, mas ganhei a sua companhia, Alfonso sentiu vontade de dizer, mas não teve coragem.

- Ainda há alguns presentes que ficaram no escritório sem serem abertos - lembrou-se. - E você? O que ganhou até agora?

- Poncho! Não costumo trapacear. Meus presentes estão todos embaixo da árvore para serem abertos no dia certo. Amanhã. - Ela olhou para a águia presa em seu vestido. - A não ser o seu, Poncho. Vou usá-lo em todos os natais daqui para a frente. E no ano-novo, e no meu aniversário.

Alfonso desejou tocá-la. Só esperava que Anahí continuasse pensando daquela maneira depois que soubesse da verdade.

- Mas o meu presente você vai ter que esperar, Poncho... Está lá em casa, embaixo da árvore, junto com os outros.

- Não devia ter se incomodado, Anahí.

- Sei disso. Você é daquelas pessoas que têm de tudo. Mas achei que merecia uma lembrança minha.

Alfonso olhou para a porta e ela acompanhou-lhe o olhar. De onde estavam dava para avistar na outra sala o pinheiro de Natal com os presentes de Mia arranjados ao lado.

- Espero que minha ajuda tenha sido boa em relação aos presentes de Mia, Poncho - comentou procurando parecer casual. - Teria sido mais fácil se eu a conhecesse.

- Eu... Eu tenho certeza de que Mia vai adorá-los todos. Você tem muito bom gosto, não se preocupe.

Sim, ela se preocupava! Tinha vontade de sacudi-lo pelos ombros até fazê-lo entender que nenhuma outra mulher no mundo se importava tanto com ele como ela. Mas não podia. Ao invés disso, mudou de assunto.

- Está com sono, Poncho?

- Não, e você?

- Ainda não, também.

Alfonso levantou-se para ligar de novo a televisão. Enquanto isso Anahí foi até a janela. Continuava nevando. Ela voltou e sentou-se ao lado dele no sofá.

- Está com fome, Anahí?

- Impossível depois de tudo o que comi naquela festa.

- O mesmo digo eu.

Anahí fixou a atenção na televisão. Anunciavam um filme antigo, aparentemente bom.

- Quer assistir? - Poncho indagou-lhe. - Gosta de filmes antigos?

- Especialmente quando são dos anos quarenta ou cinqüenta - ela confessou, acomodando-se melhor no sofá. - E você?

Alfonso aumentou o volume e sentou-se bem junto dela, segurando-lhe a mão.

- Também. Especialmente quando tenho a mão de alguém para segurar.

Anahí sorriu. Um mês atrás teria sido impossível imaginar Alfonso Herrera ousando um gesto tão romântico.

- Concordo com você, Poncho - disse suavemente. - Tudo fica melhor quando se tem alguém a quem dar a mão.