Fanfic: Aulas de Amor *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Com o rosto banhado em lágrimas, Anahí serviu-se de um café e sentou-se na mesa da cozinha. Instantes depois a campainha tocou. A princípio ela não quis atender, achando que fosse Alfonso, mas logo ouviu a voz preocupada de Lawrence.

- Anahí? Você está bem?

- Aqui na cozinha, Lawrence! - gritou-lhe sem ânimo para se levantar. Lembrou que haviam combinado verem o jogo de Derrick juntos. - Já está na hora do jogo?

- Oi! - Lawrence franziu as sobrancelhas. - O que houve? Esteve chorando?

- Tudo bem, Lawrence. - Anahí enxugou o rosto com as costas da mão. - Apenas me magoaram.

- Como?

- Atiraram a verdade na minha cara.

- E por causa disso ficou magoada? - O garoto a fitou confuso. - Sempre supus que se deve dizer a verdade.

- E é como deve ser, Lawrence. Só que nesse caso em particular a verdade veio tarde demais.

- Conte logo o que aconteceu. - Lawrence sentou-se junto dela. - Sou seu amigo, lembra-se?

Sim, Lawrence era seu amigo. Talvez o único em quem podia confiar naquele momento. Anahí sentia uma necessidade tão grande de abrir-se com alguém que acabou contando tudo a Laurence, desde o primeiro dia em que Alfonso lhe pedira ajuda para conquistar Mia até a briga deles na noite anterior.

Quando terminou, o comentário de Lawrence a deixou surpresa.

- Puxa! Poncho deve amá-la um bocado, não?

- Por que chegou a esta conclusão, Lawrence?

- É muito simples. Eu precisaria estar completamente doido por uma garota para me dar a todo esse trabalho que Poncho se deu.

Anahí o fitou pensativa. Talvez Lawrence estivesse certo. Mas teria Poncho feito mesmo tudo aquilo por ela? Será que a amava tanto assim?

- E você tem que admitir, amiga, - o garoto continuou - que o plano de Poncho funcionou. Você acabou se apaixonando por ele, não foi?

- É verdade, Lawrence. Mas por que Poncho precisava inventar um plano? Por que simplesmente não chegou e disse que me amava?

Lawrence se atrapalhou um pouco.

- Bem, não faço a menor idéia... - De repente os olhos dele se iluminaram. - Mas é bem provável que tenha sido por falta de chance! Você vive cercada de amigos. Sai quase todas as noites. O cara deve ter achado difícil se aproximar. Na minha escola as garotas mais cotadas são as mais difíceis.

Anahí franziu as sobrancelhas. Lawrence não passava de um garoto, mas de certa forma a fazia encarar os fatos pelo lado de Poncho. Era verdade que ela vivia cercada de admiradores. E também não podia negar que até duas semanas atrás nunca havia olhado para ele a não ser como seu chefe. Talvez isto o tenha feito concluir que devesse tomar medidas mais drásticas.

Será...? Anahí sentiu o coração acelerar-se.

- Continuo achando que Poncho não precisava ter mentido, Lawrence - insistiu.

- Não foi bem uma mentira. Ele apenas fez de conta que Mia existia. E depois, não acha que seria bem pior se ela existisse mesmo?

Anahí se arrepiou toda.

- É claro que seria, Lawrence!

- Então. Acho tudo tão simples... Poncho te ama. Você também está apaixonada por ele. Se estivesse em seu lugar iria procurá-lo e diria que está perdoado.

- Machista!

Lawrence sorriu.

- Mamãe também diz que sou um gato!...

- Sim, você é um gato, Lawrence. E machista também!

- Vejo as coisas da seguinte maneira: a única acusação que tem contra Poncho é a de tê-la feito se apaixonar por ele. E acho que está certa ao afirmar que Poncho é muito esperto. Eu nunca teria imaginado um plano tão genial!

Menos de quinze minutos depois de Lawrence ter saído, Anahí se encontrava em Nichols Hills, à porta da casa de Alfonso.

Sentia-se tão nervosa que seu coração batia descompassado e as pernas mal a sustentavam. Entre tocar a campainha e ele aparecer teve a sensação de que esperou uma eternidade.