Fanfic: Uma Noite [3ª temporada] - Adaptada | Tema: Christopher Uckermann & Dulce Maria

Vejo Sherlyn, que aparece pela entrada da cozinha.
— Olá! Já iamos mandar uma equipe de busca. —Corre para mim, e seu rosto de preocupação fingida se transforma em preocupação de verdade— Você está bem?
—Sim—digo tirando importância.

Suponho que meu aspeto reflete meu abatido estado de ánimo.
Não dou a Sherlyn a oportunidade de insistir. Pego uma garrafa de champanhe e faço caso
omisso de seu olhar inquisitivo. Está vazia.
— Há mais garrafas? —pergunto, a deixando no sitio com demasiada brutidão. Estou tremendo.
—Sim —responde lentamente, e me passa outra recém aberta.
— Obrigada —sorrio. É um sorriso forçado, e ela o sabe, mas não consigo evitar de me sentir
ofendida, ou irritada.
— Está segura de que...?
—Sherlyn. —Deixo de colocar o champanhe e respiro fundo. Me viro, e um sorriso sincero
se desenha no meu rosto atribulado—Estou bem, de verdade.

Assente, pouco convencida, mas me ajuda a encher nos copos no lugar de continuar insistindo.
—Então será melhor que continuemos a servir.
—Sim —concordo. Deslizo a bandeja pelo balcão e a elevo até meu ombro—. Vou saindo.

Deixo Sherlyn e me aventuro entre a massa de gente, mas já não estou tão atenta com os
convidados como antes. Não sorrio nem metade ao servir o champanhe, e não paro de inspecionar o salão o procurando. Me apresso em reabastecer na cozinha para poder voltar entre a gente o quanto antes, e não presto a menor atenção ao que me rodeia, de modo que corro o risco de fazer o ridículo pela segunda vez se este estado provoca que choque com algo e volte a deixar cair a bandeja.
Mas tanto faz.

Sinto uma necessidade irracional de vê-lo de novo... E, então, algo faz que me vire, uma energía invisivel atrai o meu corpo até à fonte que a emite.
Aí está ele.
Fico petrificada no sitio, com a bandeja a meio caminho entre o meu ombro e a minha cintura. Me está estudando, com um copo que contem um líquido escuro planeando sobre sua boca. Dirijo o olhar para seus labios, uns labios que estive a ponto de provar.
Meus sentidos se intensificam quando levanta lentamente o copo e bebe todo o conteúdo antes de limpar a boca com a parte detrás da mão e de colocar o recipiente vazío na bandeja de Sherlyn quando esta passa pela sua frente. Sherlyn o olha, e depois se vira, me procurando. Seus olhos grandes e castanhos se posam em mim brevemente e seu olhar começa a oscilar entre esse homem desconcertante e eu com uma mistura de curiosidade e preocupação.

Ele continua me olhando com intensidade, e isso deve de ter despertado a curiosidade de sua
acompanhante, porque esta dá a volta e segue a sua linha de visão até mim. Sorri maliciosamente e levanta seu copo de champanhe vazio. Fico em panico.
Sherlyn desapareceu, de modo que não me resta nenhum remedio que acudir eu mesma. A mulher agita o copo no ar, me indicando que mova a b/unda, e minha curiosidade, junto com a minha falta de má educação, me impide não atendê-la. De modo que me dirijo para eles. Ela
continua sorrindo, e ele, olhando. Por fim chego e lhes ofereço a minha bandeja. Sua tentiva de me fazer sentir  inferior é evidente, mas sinto demasiada curiosidade como para que me afete.

—Tome seu tempo, querida —ronrona ela, pegando um copo e o oferece a ele —Christopher?
—Obrigada —responde ele com voz baixa, aceitando a bebida.

« Christopher? Se chama Christopher?» Inclino a cabeça olhando para ele e, pela primeira vez, seus labios se curvam ligeramente. Estou segura de que, se quisesse, conseguiria me matar com o seu sorriso.
—Já pode ir —diz a mulher.

Me dá as costas e puxa um Christopher relutante para que faça o mesmo, mas seu gesto
grosseiro não atinge minha satisfação interior. Dou meia volta sobre minhas Converse, feliz de
saber seu nome. E dessa vez não me viro.
Sherlyn se aproxima de mim como um lobo enquanto entro na cozinha, tal e como imaginava que faria.
— P/uta m/erda! —Faço uma careta de dor perante sua linguagem e apoio a bandeja  no balcão— Estava olhando para você, Dulce. Como se lhe comesse com os olhos.
—Eu sei. —Teria que estar cega ou totalmente idiota para não me dar conta.
—Está acompanhado de uma mulher.
—Sim.

Me alegro de saber seu nome,  mas essa parte não me dá tanta piada. Mesmo que não tenha
nenhum direito de sentir ciumes. Tenho ciumes? O que se está passando comigo? É uma sensação que nunca antes havia experimentado.
— Uuuh! Aqui há molho—Canta Sherlyn, se rindo enquanto sai dançando da cozinha.
—Sim, o que quiser —murmurro para mim enquanto me viro para a porta, consciente de
que seguiu todos meus passos até aquí.