Fanfic: Uma Noite [3ª temporada] - Adaptada | Tema: Christopher Uckermann & Dulce Maria
Desço do onibus de um salto, me esquivo entre as pessoas e me apresso entre o caos da hora
de ponta do tráfego dos pedestres. Meu estado de ánimo reflete a cor de minhas Converse: alegre e ensolarado, como o tempo.
Depois de percorrer as ruas secundarias de Mayfair, entro na cafetería, que está repleta,
como segunda-feira passada quando comecei a trabalhar para Del. Não tenho tempo para conversar com Sherlyn nem para me desculpar com Del de novo pelo desastre de sexta-feira. Me lançam o avental e imediatamente me ponho em marcha recolhendo as chavenas de quatro mesas vazías que no instante estão ocupadas de novo. Sorrio e os sirvo rapidamente, e limpo as mesas mais rápido ainda. A verdade é que me cai muito bem isso de atender com um sorriso.
Às cinco em ponto, minhas Converse amarelas já não me parecem tão alegres. Me doem os
pés, me doem as panturrilhas e me dói a cabeça. Ainda assim, sorrio quando Sherlyn me dá um
tapa no traseiro ao passar ao meu lado.
—Só está à uma semana aqui e não sei o que faria sem você.
Meu sorriso se intensifica enquanto a vejo cruzar a porta de vai e vem em direção à cozinha, mas esta desaparece no momento quando me viro e me encontro de frente a ele outra vez. Não acredito muito no destino nem que as coisas acontecem por algo. Acredito que cada um é dono de seu proprio destino, e que nossas decisões e ações são as que marcam o percurso
de nossa vida. Mas por desgraça, as decisões e as ações dos outros também influenciam nosso
percurso, e às vezes não se pode fazer nada para evitá-lo. Talvez por isso me isolei tanto do mundo, me tranquei em mim mesma e rejeitei todas as pessoas, situação ou possibilidade que pudesse me roubar o controlo de minha vida. Não tenho problemas em admití-lo.
As decisões, ruins e egoístas, de alguém já afetaram demasiado a minha vida. O que me
preocupa é minha repentina incapacidade de continuar com minha sensata estrategia, provavelmente no momento em que mais necessidade tenho que o faça.
E precisamente a causa desse momento de fraqueza está justo em frente a mim.
O coração se acelera, e esta sensação familiar deveria me dizer tudo o que devo saber, e o faz. Me atrai, me atrai muitissimo. Mas que faz ele aqui? Não gostou nada de meu café, e, mesmo que leve todo o día preparando uma infinidade de cafés perfeitos, suspeito que isso está a ponto de mudar.
Me está olhando. Deveria me irritar, mas não estou em posição de lhe perguntar que por/ra
olha porque eu também estou olhando a ele. Usa sua expressão impassivel de sempre. Sabe sorrir? Terá dentes ruins? Tem pinta de ter uns dentes perfeitos. Tudo o que vejo é perfeito, e sei que o que não vejo também deve de ser. De novo leva posto um terno de tres peças, esta vez em um azul marinho que sobressai a cor de seus olhos. Tem um aspeto tão perfeito e caro como sempre.
Preciso de falar. Isto é absurdo, mas continuo em transe até que Sherlyn sai da cozinha e choca contra minhas costas.
— Ui! —exclama, e me agarra o braço. Analisa minha expressão de pasmo, preocupada ao
ver que não respondo nem faço questão de me mover. Depois desvía o olhar e fica ligeramente de boca aberta—. Ah... —sussurra. Me solta e me olha de novo—. Bom, vou..., hum..., jogar o lixo fora.
Se vai e deixa que o atenda eu. Quero lhe gritar que volte mas, uma vez mais, fico sem palavras e continuo o olhando.
Ele apoia as mãos no balcão, se inclina para a frente e uma mecha de cabelo rebelde lhe cai sobre a testa, o que faz que desvíe o olhar um pouco mais acima do seu.
—Não me para de olhar —murmura.
—Nem você a mim... tão pouco. —afirmo, recuperando por fim a fala. Me observa com auténtica intensidade—. Não lhe está saindo muito bem isso de se manter afastado.
Ignora minha observação.
— Quantos anos você tem? —Percorre lentamente meu corpo com o olhar antes de voltar a
se focar nos meus olhos.
Não respondo, mas franzo o cenho ao ver que levanta uma sobrancelha com expetativa.
—Lhe fiz uma pergunta. —insiste.
—Vinte e quatro —me apresso a responder, quando o que na realidade quero lhe dizer é que
isso não é assunto seu.
—Está saindo com alguém?
—Não —respondo para minha surpresa. Sempre digo que estou com alguém quando algum
homem mostra interesse em mim. É como se estivesse debaixo de algum feitiço.
Assente pensativamente.
— Vai me perguntar o que desejo?
Se referirá ao que deseja beber, ao menos isso espero. Ou não? Quererá continuar de onde o
deixamos na outra noite? Começo girar o velho anel de eternidad de safiros que o avô comprou à avó, um sinal evidente de que estou nervosa. Uso no mesmo sitio desde que ela me o ofereceu o día que cumprí a maioria de idade, aos vinte e um e, desde então, sempre brinco com eke quando estou nervosa.
— Que deseja?
Minha segurança de sexta pela noite desapareceu. Estou feita um pudim.
Seus penetrantes olhos azuis se escurecem ligeramente.
—Um americano, com quatro expressos, dois de azúcar e cheio até metade
.
Me sinto totalmente decepcionada, o que é absurdo. O que também é absurdo é que voltou depois de escrever que meu café era o pior que havia provado na vida.
—Achava que não gostou de meu café.
—E não gostei. —Se afasta do balcão—. Mas queria lhe dar a oportunidade de se redimir, Dul.
Fico corada.
— Lhe gostaria de se redimir? —digo.
Seu rosto é serio e inespressivo.
Deveria me esforçar em encontrar esse mau genio do que a minha avó sempre me fala e
mandá-lo para o inferno, mas não o faço.
—De acordo —respondo, e me viro para a maldita cafetera, que sei que vai me deixar mal.
Estou segura de que me sairia melhor se não me sentisse tão observada.
Rezo mentalmente aos deuses do café e começo a preparar os quatro expressos, me esforçando para regular minha respiração entrecortada. Desempenho a tarefa de forma lenta mas segura, sem me importar se demoro toda a noite. Por absurdo que pareça, quero que goste deste.
Com o canto do olho vejo a cabeça curiosa de Sherlyn se assomando pela porta de vai e vem, y sei que morre por saber o que se está passando. Noto como sorri com malicia, ainda que não a esteja vendo. Tomara que saisse e interrompesse este embaraçoso silencio para poder conversar con ela comodamente, mas ao mesmo tempo não quero que o faça. Quero estar a sós com ele. Me sinto atraída por ele, e não posso fazer nada para evitá-lo.
Quando termino, encho o copo para levar até a metade e lhe ponho uma tampa antes de o entregar. Está sentado de novo, e então me dou conta de meu erro. Ainda não o provou e já estou fazendo m/erda.
Fixa a vista no copo de cartão, mas me adianto antes de que diga algo.
— O quer numa chavena normal?
—Não é preciso —Levanta a vista para meus olhos—. Talvez assim esteja melhor. —Não
sorri, mas tenho a sensação de que quer fazê-lo.
Caminho lentamente, ainda com a tampa posta o risco de que se derrame o conteudo da chavena é mínimo, me aproximo dele e lhe ofereço o café.
—Espero que goste.
—Eu também —diz. O aceita e aponta o sofá em frente com um gesto de cabeça—. Me acompanhe.
Tira a tampa e começa a soprar lentamente o vapor de sua bebida. Seus labios, já de si mesmo apeteciveis, parecem estar me convidando. Tudo o que faz com essa boca é lento, desde falar
até soprar para esfriar seu café. É tudo muito deliberado, e faz com que me pergunte que outras
coisas fará. É odiavelmente lindo, embora um pouco convencido. Segura que chama a atenção por onde passa.
Levanta uma sobrancelha e aponta o sofá em frente de novo. Minhas pernas se deslocam por
vontade propria e me sento.
— Como está o café? —pergunto.
Dá um gole lento ao americano, e eu me ponho toda tensa e me preparo para que o cuspa. Não o faz. Assente em modo de aprovação e dá outro gole. Me relaxo aliviada ao ver que não desgosta. Levanta o olhar.
—Você notou que eu também me sinto bastante fascinado por você.
—«Também»? —pergunto perplexa.
— É evidente que eu fascino você.
Grande babaca arrogante.
—Suponho que deve de fascinar a muitas mulheres —respondo—. As convida a todas a
tomar café?
—Não, só a você. —Se inclina para a frente e seu olhar quase me deixa sem alento. Nunca
fui o centro de uma atenção tão intensa. Isto é demasiado.
Rompo o contato visual e afasto a mirada, mas então me lembro de algo e me obrigo a
enfrentar a sua intensidade.
—Quem era a mulher da festa? —pergunto sem nenhum pudor.
Ele me perguntou diretamente qual é o meu estado sentimental, assim que eu tenho todo o
direito do mundo a conhecer o seu. Havia demasiada confiança entre eles como para que seja só uma socia. Não as tenho todas comigo, mas espero que responda que está solteiro. A ideia de que este homem esteja disponivel é absurda, ao igual que o fato de que eu queira que o esteja. Quero que esteja disponivel... para mim.
—Minha socia —responde, e me observa com cautela. Seu tom suave acaricia minha pele
ardente.
—Está solteiro? —inquiro exigindo uma aclaração completa, ainda que não saiba muito bem
com que fim. Me pergunto que planos tem meu subconsciente, porque eu não tenho nem ideia..., ni me preocupa, e isso sim que deveria me preocupar.
—Sim.
—Valeu —me limito a dizer enquanto continuo o observando. Sua resposta me deixa bastante
satisfeita.
Agora quero saber que idade tem. Parece mais velho, e sempre que o vejo usa roupa da melhor qualidade, o que indica que tem muito dinheiro.
—Valeu —responde, e volta a tragar o café lentamente enquanto o observo. É como uma massa gigante de intensidade que me incita a... algo.
—Gostei do café —diz, e deixa o copo sobre a mesa e lhe dá a volta antes de se levantar do sofá.
O sigo com a vista até que me sinto pequena debaixo do seu penetrante olhar de seus potentes
olhos azuis.
— Já vai? —solto desconcertada. A que veio tudo isto? Que pretendia?
Com um gesto incomodo, me oferece a mão.
—Foi um prazer conhecê-la.
—Já nos conheciamos —afirmo—. Você esteve a ponto de me beijar, mas se foi.
Faz descer ligeramente a mão perante minhas mordazes palavras, mas se recompõe e volta a levantá-la.
—E depois foi você que se foi.
Que é isto, um jogo? Está zangado porque o deixei na mão e agora quer me devolver para ficar ele por cima? Aproxima mais sua mão e eu me afasto. Me dá medo tocá-lo.
—Você acha que vão saltar faiscas? —pergunta tranquilamente.
Abro os olhos como pratos. Sei que haverá faiscas porque já as senti. Seu tom debochado me infunde algo de valentía e estendo minha minúscula mão para uni-la à sua. E aí estão vez. Faiscas. Não é a classe de eletricidade que percorre toda a cafetería e nos faz lançar um grito afogado e dar um salto para trás da impressão, mas aqui há algo, e no lugar de emanar para fora, me atravessa por dentro, e rebota por todo meu corpo, acelerando meus batimentos e me obrigando a separar os labios. Não quero soltá-lo, mas ele estende a palma e me leva a fazê-lo.
Então dá meia volta e se vai, sem uma palavra ou um olhar que me indique que ele também sentiu algo. Sentiu? A que veio isso? Quem é esse homem? Levo as mãos às bochechas e me as esfrego com furia, tentando recuperar o sentido comum.
Me intriga demasiado, e nenhum passeio nem nenhuma colcha conseguirão me distrair para onde se dirigem meus pensamentos, não depois desta breve mas esclarecedora conversa. Estou indo fundo num terreno desconhecido, um terreno perigoso. Depois de todos estes anos evitando os homens, inclusive os decentes, me encontro encorajando a um que tem pinta de que é melhor deixá-lo estar.
Mas há atração. Uma atração muito intensa.
Autor(a): dricapentas
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Levo toda a semana distraída. Cada vez que a porta da cafetería se abre, espero que seja ele, mas nunca aparece. Nos últimos quatro días, uma dezena de homens me perguntaram meu nome, me pediram o numero de celular ou me disseram que olhos mais bonitos eu tenho.E desejava que todos eles fossem Christopher.Estive ocupada preparando uma in ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 488
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aucker Postado em 14/12/2020 - 23:38:15
Estou morta com a avó da Dul kkkk
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babiihvondy Postado em 26/01/2017 - 11:33:44
Aaaa continuuua 😥😒
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vondyfforever Postado em 11/11/2016 - 23:00:21
Posta maaaais*-*-*-*-*-*
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hanna_ Postado em 10/11/2016 - 21:02:32
3º ttemporada! Continua ;)
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hanna_ Postado em 24/10/2016 - 01:11:58
Wow, nossa! Essa cliente obsessiva só parece ser a cereja no bolo. Perigo por tdos os lados. Q cheguem bem. Tadinho do Christian...
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vondyfforever Postado em 13/10/2016 - 19:04:34
Postaaaa maaaais *-*-*-*
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saah_ Postado em 11/10/2016 - 20:00:15
SOCORRO, É A BLANCA!!! Continua drica
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saah_ Postado em 04/10/2016 - 23:01:39
Nao to entendendo nada, socorro...mas okayy, continua
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amanda_mp Postado em 03/10/2016 - 21:27:48
Continua Amo essa fic Venho ver se você postou tds os dias
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vondyfforever Postado em 02/10/2016 - 22:59:20
Postaa maaais *-*-**-*-*-*-