Fanfic: Uma Noite [3ª temporada] - Adaptada | Tema: Christopher Uckermann & Dulce Maria

Me endireito e observo o espaço, olhando a obscena cama de pele, o gigante candelabro suspenso do teto e as janelas do chão ao teto com a mais fabulosa vista sobre a cidade. Não devia estar tão espantada. Sabia que a casa dele parecia um palácio, mas aquilo é outra coisa. Vejo duas portas do outro lado do quarto e, decidindo que uma deve dar para um banheiro, atravesso a fofa alcatifa creme e abro a primeira, obrigando meus olhos a evitar a cama enorme. Não é um banheiro, é um roupeiro, se um espaço vasto pode ser classificado como roupeiro. A divisão quadrada tem armários de mogno do chão ao teto e prateleiras em volta das paredes, com um armário ao centro e um sofá encostado a ele. A superficie do armário exibe dúzias de pequenas caixas de joalharia, todas abertas, mostrando fileiras de botões de punho e de gravatas e relógios. Fico com a sensação de que, se movesse qualquer uma daquelas caixas, ele ficaria sabendo.

Fecho a porta e me apresso para a seguinte, entrando no banheiro mais majestoso que alguma vez vi. Fico de boca aberta, os olhos saltando das órbitas. Uma gigante banheira de pés se ergue orgulhosamente na frente da enorme janela, com intrincadas torneiras douradas num mosaico de azulejos dourados e cremes. Tento absorver tudo aquilo. Não consigo. É demasiado. É como uma casa-modelo. Depois de lavar as mãos, limpo tudo com cuidado e endireito as toalhas, não querendo deixar nada fora do lugar.

Ao sair do quarto, estaco quando dou por mim na frente de Christopher.
Está outra vez de cenho franzido.
- Bisbilhotando? - pergunta.
- Não! Vim ao banheiro.
- Isso não é o banheiro; é meu quarto.

Olho o corredor, contando duas portas antes daquela onde me encontro.
- Você disse terceira porta à direita.
- Sim, a terceira é a próxima. - Aponta para a porta seguinte, e eu olho, confusa.
- Não. - Me viro e aponto na outra direção. - Uma, duas, três. - Indico a porta atrás de mim. - Terceira porta à direita.
- A primeira porta é um armário.

Sinto a irritação crescendo de novo.
- Não deixa de ser uma porta. - friso. - E eu não estava bisbilhotando.
- Está bem. - Encolhe os ombros perfeitos e pestaneja, antes de pegar em toda a sua perfeição e a levar pelo corredor fora. - Por aqui - diz por cima do ombro.

A irritação explode. Quem julga ele que é? Meus Conserve iniciam uma marcha maldisposta ao longo do corredor atrás dele, mas, quando chego à sala, não o vejo. Olho à minha volta para as diversas portas que dão sabe Deus para onde, mas não o vejo em lado nenhum. Todas aquelas emoções desconhecidas estão dando comigo em louca.
Irritação, confusão... desejo, necessidade, luxúria.
Me precipito para o hall, arranco a mala de cima da mesa e me dirijo para a porta.
- Onde vai? - seu tom suave me faz cocegas na pele, e me viro para o ver com um copo cheio.
- Estou indo embora. Isso foi uma ideia estúpida.

Ele se aproxima, um pouco surpreendido.
- Você se enganou e abriu a porta errada e isso é motivo para você ir embora?
- Não, você é que faz com que eu me queira ir embora - o contrario. - A porta não tem nada a ver.
- Deixo você desconfortável? - pergunta. Consigo detetar uma pequena preocupação na sua voz.
- Sim, me deixa. - confirmo. Ele me deixa muito desconfortável, e a tantos níveis que sou obrigada a me perguntar por que estou aqui.

Aqui estou de volta meninas... Espero que gostem e comentem muito :P