Fanfic: Uma Noite [3ª temporada] - Adaptada | Tema: Christopher Uckermann & Dulce Maria

Del nos guía pela entrada do staff do hotel enquanto nos dá instruções, mostra a zona do servicio e se assegura de que saibamos com que classe de clientela vamos lidar.
Concluindo: uns finos.

Posso suportá-lo. Depois de comprovar que minha avó estava bem, praticamente me empurrou pela porta da rua e me jogou as Converse pretas antes de se preparar para ir ao bingo com George e o grupo de aposentados do bairro.
— Que nunca haja ninguém com o copo vazio! —exclama Del por cima do ombro. —E se assegurem de devolver todas as vazias à cozinha para que as lavem.

Sigo Sherlyn, que segue Del, e oiço atentamente enquanto eu pego a juba pesada do cabelo com um elástico. Não parece muito difícil, e me encanta observar as pessoas, assim que esta noite promete.
— Tomem. —Del se detém, nos planta uma bandeja redonda a cada uma, e me olha os pés —. Você não tinha nenhum sapato preto plano?

Seguindo seu olhar, agacho a cabeça e levanto um pourco as pernas de calças pretas.
—Essas são pretas. —Movo um pouco os dedos dos pés dentro das Converse pensando no muito mais que me machucariam os pés se tivesse usando outro calçado.

Não diz nada mais; revira os olhos e continua nos guiando até o caótico espaço da cozinha, onde dezenas de membros do staff do hotel vão de um lado a outro gritando e lançando ordens uns aos outros. Me colo mais a Sherlyn enquanto continuamos caminhando.
— Estamos só nós? —pergunto, de repente algo alarmada. Tanta actividade frenética sugere que haverá muitos convidados.
—Não, também estará o staff da agencia que costuma utilizar. Só somos reforços.
— Ele faz isto com muita frequência?
—É a sua principal fonte de renda. Não sei por que conserva a cafetería.

Assinto pensativamente para os meus adentros.
— O hotel não oferece um serviço de catering?
—Sim, mas a gente que você está a ponto de alimentar e de dar de beber manda, e se querem a Del, terão a Del. Tem muita fama nestas coisas. Deveria provar seus canapés. —Beija a ponta dos dedos e eu me desato a rir. 

Meu chefe nos mostra a sala onde vai ter lugar o ato e nos apresenta aos numerosos garçons e garçonetes da outra equipe. Todos parecem entediados e irritados. É evidente que para eles isso é algo frequente, mas para mim não. Estou desejando que comece.
— Preparada? —Sherlyn  coloca um último copo de champanhe na minha bandeja—. O truque está em a segurar com a palma da mão. — Pegua a sua própria bandeja com a palma da mão no centro.—. E a levantar um pouco até o ombro, assim. —Com um movimento ágil, a bandeja sobe e aterriza sobre seu ombro sem que os copos se tocam um pouco. Me deixa de boca aberta— Vê? —A bandeja desce desde seu ombro até à altura de sua cintura—. Quando você lhes oferecer os copos, segure-a aquí, e quando se deslocar, a suba de novo. —A bandeja sobe e aterriza sobre seu ombro uma vez mais sem problemas— Se recorde em relaxar quando você esteja em movimento. Não fique rigida. Tente.

Deslizo minha bandeja cheia pela superficie e coloco a palma no centro.
—Não pesa —digo surpreendida.
—Não, mas se lembre que quando os copos vazios comecem a se substituir às cheias pesará ainda menos, assim que tenha em conta quando as subir e as abaixar.
—Ok. — Giro o pulso e elevo a bandeja até meu ombro com facilidade. Sorrio ampliamente e volto a baixá-la.
— Você nasceu para isto —diz ela entre risos—. Vamos.

Coloco a bandeja de novo sobre o ombro, dou meia volta sobre minhas Converse e me dirijo para o som, cada vez maior, das vozes e dos risos que provêm do salão de atos.