Fanfic: Uma Noite [3ª temporada] - Adaptada | Tema: Christopher Uckermann & Dulce Maria

Ao entrar, meus olhos castanhos escuros se abrem como pratos ao ver tanta riqueza, os trajes e os smokings. Mas não estou nervosa. Me sinto tremendamente emocionada. Me espera uma
sessão de observação fantástica.
Sem aguardar que Sherlyn me dê o sinal, me perco entre a crescente multidão, ofereço minha
bandeja aos grupos de gente e sorrio, me dêem ou não agradecimentos. A maioria não o faz, mas isso não põe em causa meu estado de animo. Estou no meu elemento, coisa que me surpreendo. Subo e baixo a bandeja sem problemas, meu corpo se desloca sem esforço entre as massas de opulencia, e vou e volto da cozinha de vez em quando para me reabastecer e seguir
servindo.
—Você está indo muito bem, Dulce. —me diz Del enquanto saio com outra bandeja repleta de
copos de champanhe cheios.
— Obrigada! —canto, ansiosa para voltar junto à minha sedenta multidão.

Vejo Sherlyn no outro lado da sala. Sorri, e isso me dá mais energía ainda.
— Champanhe? —pergunto, mostrando minha bandeja a um grupo de seis homens de idade mediana, todos eles vestidos com smokings e gravata borboleta.
— Legal! Fantástico! —exclama com entusiasmo um homem robusto enquanto pega um copo e passa a um de seus acompanhantes. Repite o gesto quatro vezes mais antes de pegar o seu—. Está fazendo um trabalho magnífico, senhorita. —Aproxima sua mão livre para mim, me mete algo no bolso e me pisca um olho—. Se dê algum capricho.
— Não, por favor! —Nego com a  cabeça. Não vou a aceitar dinheiro de nenhum homem—.
Cavalheiro, meu chefe já me pagará. Não é necessário. —Tento retirar a nota do bolso enquanto sustenho a bandeja firmemente sobre a palma de minha mão—Não nos esperam gorjetas.
—Não aceito um não —insiste, e me empuja a mão no bolso—. E não é uma gorjeta.
É por o prazer de ver uns olhos tão bonitos. 

Fico vermelha como um tomate no instante e não sei o que dizer. Deve de ter uns sessenta anos como pouco!
—Senhor, sinto muito, não posso aceitá-lo.
— Tonterías! —Me despacha com um bufo ao mesmo tempo que mexe sua mão gorducha e
retoma a conversa com seu grupo enquanto eu fico me perguntando que diabos fazer.

Inspeciono a sala, mas não vejo Sherlyn, e a Del tampouco, de modo que me apresso a serviro resto dos copos para voltar para a cozinha, onde encontro meu chefe colocando os canapés.
—Del, alguém me deu isso. —Em uma bofetada deixo a nota no balcão e me sinto algo melhor ao confessá-lo, mas abro os olhos como pratos ao ver que é de cinquenta libras. De cinquenta? Mas em que estava pensando?

Fico ainda mais pasmada quando Del se começa a rir.
—Dulce, bem feito. Fique com isso.
— Não posso!
—Claro que sim. Essa gente tem mais dinheiro que sentido comum. Tome isso como um elogio —Empurra as cinquenta libras para mim e continua preparando umas pequenas pizzas.

Não me sinto melhor.
—Só servi um copo de champanhe —digo em voz baixo—Isso não justifica uma gorjeta de cinquenta libras. 
—Não, é verdade mas, como disse, tome como um elogio. Meta-a no bolso e continue servindo. — Aponta minha bandeja com um gesto da cabeça, me lembrando o tempo que está vazia.
— Uy! Sím, claro.

Me coloco em marcha. Guardo de novo a exagerada gorjeta no bolso, decidida a discutir o assunto mais tarde, e carrego minha bandeja antes de me perder de novo entre a gente.
Evito o cavalheiro que acaba de me dar cinquenta libras e vou em outra direção, me detenho em frente a um vestido de seda vermelho.
— Champanhe, senhora? —pergunto, e lanço uma olhada a Sherlyn. Ela assente para me dar ánimos uma vez mais, sorrindo, mas já não preciso. Sou uma profissional nisto.

Foco a atenção de novo na mulher vestida de seda, cujo cabelo preto, liso e brilhante lhe chega até seu traseiro empinado. Sorrio quando se vira para mim e descubro seu acompanhante.
Um homem.
Ele.
C.