Fanfic: O Inesperado ~ adaptação Vondy ~ | Tema: Vondy

Assenti e caminhei até a cozinha. Ela não tinha dito que nós tínhamos que ir à floricultura? Por que estava demorando agora? Será que ela desconfiava de alguma coisa e estava ali pra ter certeza que Christopher não estava a traindo? Ignorei esse pensamento, porque não havia meio de Belinda saber que Christopher e eu andávamos transando. Até porque era algo meio inimaginável.

 Coloquei água num copo e o ofereci aela bebeu, quieta. Me entregou o copo quando acabou e eu o coloquei na pia.

– Posso usar seu banheiro? – ela perguntou.

 Gelei da ponta dos pés até a cabeça. Assenti, com um sorriso falso, e lhe mostrei o caminho para o banheiro de hóspedes. Ela entrou e trancou a porta. Respirei fundo e fui até meu quarto, pra ver se Christopher não havia saído desse outro banheiro. Voltei para a sala e esperei Belinda. Ela saiu e caminhou até onde eu estava.

– Acho que vou ligar pra Christopher, ele disse que queria ir ajudar a escolher as flores também.

– Não! – eu a impedi.

– O que? – ela me encarou, confusa.

– Vamos ligar pra ele no caminho até a floricultura. Tenho certeza que ele já vai estar pronto até lá.

 Eu não queria que ela ligasse pra christopher e escutasse seu celular tocar no meu banheiro. O que ela ia pensar? E pior, o que poderia acontecer? Ela poderia cancelar o casamento, terminar com ele, fazer o pior de todas as hipóteses. Eu não queria que aquilo acontecesse de jeito nenhum, até porque aquele casamento era meu ganha-pão.

– Tudo bem, então. Vamos – ela disse, dando de ombros.

 Peguei minha bolsa e saímos de casa. Tive que trancar a porta. Eu esperava que Christopher percebesse que no cinzeiro da mesinha da sala de TV tinha uma chave reserva. Belinda e eu entramos no elevador e ela pegou o celular, começando a discar.

– Não sei por que ele quer opinar nas flores – ela bufou.

– É o casamento dele também – respondi, sem pensar.

 Belinda me encarou de sobrancelhas arqueadas e colocou o fone no ouvido.

–Oi, amor. Estamos indo pra floricultura. Onde você está?

 Tremi com a resposta que Christopher fosse dar, mas Belinda deu risada.  O elevador chegou e nós saímos, caminhando em direção à calçada e à um carro grande parado na frente do prédio. Meu Deus, será aqueles dois só usavam esses carros imensos pra se locomover?

– Tudo bem, amor. Nos vemos lá. Beijo.

Belinda desligou o celular e entrou no carro. Entrei logo em seguida. Ficamos em silêncio o trajeto inteiro, porque eu não tinha assunto com ela e não queria que ela ficasse irritada comigo. Assim que paramos na frente da floricultura, os seguranças de Belinda abriram a porta para que pudesemos sair. Entramos no estabelecimento e eu fui falar com a vendedora.

– Oi, eu te liguei há alguns dias atrás sobre a decoração de um casamento na Igreja de St. Thomas. Você se lembra? – perguntei.

– Ah, sim. Claro. Você disse que seria um casamento bem grande e eu te disse que essa era a nossa especialidade – ela sorriu.

– Isso mesmo! Nós viemos escolher as flores hoje.

– Ah, claro. Vou pegar uma ficha de requerimento.

 E ela se esgueirou por uma porta.Belinda olhava todas as flores, às vezes cheirando algumas. Suspirei enquanto esperava a dona da floricultura voltar. Belinda se aproximou de mim.

– Indica alguma coisa? – ela perguntou.

– Rosas são clássicas – foi tudo o que eu lhe disse.

 A dona da floricultura apareceu, trazendo dois papéis de requerimento. Ela me mandou um sorriso e começou a preencher o endereço da igreja de St. Thomas em um dos papéis de requerimento.

– Então, qual o tamanho do casamento? – ela levantou a cabeça.

 Christopher escolheu aquele momento pra chegar.