Fanfic: O Inesperado ~ adaptação Vondy ~ | Tema: Vondy

Christopher até ajeitou a coluna e me mandou um olhar frio. Ele apertou o botão de seu próprio detector e apontou para o cavalo, tirando-o da lista novamente. Revirei os olhos e passei por ele, trombando em seu ombro no caminho e caminhando em direção ao fundo da loja. Comecei a selecionar a prataria e o aparelho de jantar. Também selecionei um conjunto de saleiros. Fui selecionando mais coisas úteis, especialmente para a cozinha. Passei longe dos itens de decoração, porque, honestamente, eram perda de tempo.

 Christopher acabou escolhendo uma tábua e um conjunto de sushi, o que o levou para perto de mim. Ele ficou me olhando enquanto eu escolhia mais alguns itens, sem dizer nada. Quando nossos olhares se encontraram, sua voz pareceu ter voltado e ele chamou meu nome.

 – Você parece brava comigo – ele murmurou.

 – Não estou brava com você – dei de ombros.

 – Foi por causa de ontem? Por causa da igreja? Por causa do que aconteceu na sua casa?

 Neguei com a cabeça e desviei os olhos. Não queria me entregar naquele momento e, quanto menos Christopher pensasse que eu me importasse, melhor.

 – Não foi nada, Christopher. É só que... Belinda devia ter vindo aqui comigo e ela seria extremamente útil. Mas você não sabe fazer nada direito – bufei.

 Christopher começou a rir. Quando eu olhei pra ele, percebi que não era uma risada verdadeira. Seus olhos continuavam frios e ele parecia sem emoção.

 – Você está soando como ela – ele balançou a cabeça.

 – Ela quem?

 – Selena.

 – É com ela que você vai se casar, não é? Alguém tem que ser profissional por aqui – reclamei.

 – Você só está conseguindo ser patética, Dulce.

 Christopher se afastou de mim novamente e eu tive que me controlar. Respirei fundo um milhão de vezes, mas eu ainda não conseguia ficar quieta. Fui atrás de Christopher,  não para recomeçar nossa briga, mas para finalizá-la de vez. Quem ele pensava que era pra falar comigo daquele jeito?

 – Patética? Eu que estou sendo patética? Ah, por favor – eu o puxei pelo braço.

 – Você está agindo como se nada tivesse acontecido entre nós e como se eu fosse uma criança que precisa ficar em observação 24 horas por dia. Isso é patético, sim!

 Eu olhei pra ele boquiaberta e com as sobrancelhas arqueadas. Por mais que Christopher tivesse o mínimo de razão, ele precisava ouvir umas verdades. O mundo não girava ao redor do umbigo dele e ele não ia se safar por me dizer aquelas coisas. Eu não era Belinda e não era um de seus assessores. Por mais que eu trabalhasse pra ele, eu preferia manter minha dignidade e minha autoconfiança do que deixá-lo falar merda.

 – Pra começo de conversa, você age como uma criança. Então se você quer que eu pare de te tratar como uma, pare de agir como tal. Segundo, nada de significativo aconteceu entre nós. Nós fodemos, e daí? Do mesmo jeito que você poderia ter fodido uma puta, você me fodeu. E foi assim. O que é patético, Christopher,  é você querer me dar lição de moral sendo que você é ridículo. Você pensa que tem alguma influência sobre mim? Vai nessa. Mas eu já cansei dessa sua atitude e desse seu comportamento. Você é tão manipulador quanto sua amável noiva, então vocês formam um ótimo casal. Vocês terão um casamento maravilhoso. Só não envolva na bagunça que você chama de vida, porque eu não quero.

 Christopher me olhou com os olhos em chamas.

 – E quem disse que eu quero você na minha vida? – ele murmurou, a sobrancelha arqueada.

 Senti uma pedra afundar no meu estômago e apenas assenti.