Fanfic: Between Now and Never - {Vondy} | Tema: Suspense, amor.

Ficamos por algum tempo naquela cozinha sem pronunciar uma palavra sequer. Christopher estava calado e pensativo, algo em meu ser dizia que ele se sentia culpado por algo, mas eu não sabia dizer o que. A sopa que ele fez estava deliciosa, ele realmente tinha boas mãos para cozinhar. Mas ele não estava feliz. Fui tomada por outra vontade de abraça-lo. Porque eu sinto isso quando o olho? O brilho do azul intenso de seus olhos havia desaparecido, e no lugar uma íris negra reinava. Ele estava perdido em lembranças. Ele me fitou por alguns instantes, antes de sua mão tocar a minha como um conforto. Era como se ele estivesse lendo a minha alma, e eu a dele. Deus, como isso era possível? Vi seu rosto aproximar-se centímetros do meu. Por um instante, pensei que ele iria me beijar, mas rapidamente ele levantou-se e deu às costas para mim.

- Preciso ir. – Ele afirmou em um tom sofrido. Era como se ele sentisse... Dor. Eu não pronunciei palavra alguma. Minha mente rodava muito para que isso acontecesse. Ele apenas se foi. Deixando-me confusa e... Atormentada. Esta era a palavra. Lembrei-me do que minha mãe me disse no sonho. “Ele irá cuidar de você”. Quem iria cuidar de mim? Como faria isso? Eu não entendia o porquê, mas todo o meu coração dizia que era Christopher. Ele irá me proteger. Eu sinto isso, mas como?

***

Já era madrugada e o sono ainda não havia batido à minha porta. Eu estava exausta sem saber o porquê, mas não conseguia dormir. Meu corpo pedia por descanso, mas eu não conseguia sair daquela mesa. Era como se tudo tivesse parado e eu estivesse travada sem poder me mexer. Eu olhava diretamente para a parede branca daquela cozinha, porém minha mente habitava em outro canto escuro e sombrio. Depois de minutos, ou talvez, horas que passei ali, apenas observando aquela parede sem vida. Conclui que uma parede tem a vida melhor que a minha. A parede não sofre, não fala, não sente. Ela simplesmente está ali, apenas para sustentar um teto. Nada mais que isso. Desejei por um momento ser essa parede. Talvez eu não teria pesadelos durante a noite, e também não ficaria confusa com um cara misterioso que de repente apareceu na minha vida e eu sinto que o conheço tão profundamente, mas não faço ideia de onde ou quando eu o conheci. E também não sofreria pela morte dos meus pais, porque eu não os teria. Mas isso foi só por um momento, porque depois me repreendi. Meus pais – enquanto vivos – foram os melhores pais do mundo. Nunca deixaram faltar um grão de arroz sequer em nossa casa, mas acima de tudo, nunca deixaram faltar amor em nossa casa. E eu os amarei e serei eternamente grata por isso. Às vezes, o que me deprime, é que eu acho que não retribuí o amor deles a altura. Eu poderia ter feito mais, eu tinha que ter feito mais. 

Olá! Capítulo pequeno? Sim! Podem me bater por isso. Nunca pensei que eu não teria tempo pra nada. Escola, irmão, casa. Deus, são tantas coisas. Eu juro que estou tentando escrever, mas a coisa tá meio apertada. Acho que vou ter que começar a postar só nas segundas, quartas e sextas. Beijos!