Fanfic: Between Now and Never - {Vondy} | Tema: Suspense, amor.

   Desculpe não ter aparecido por aqui. Meu irmãozinho, Thomas, está com câncer e nós estávamos em muita correria. Consegui tirar um tempinho para vir aqui. Mais uma vez, desculpem-me.

- Obrigada! – Respondi.

- Bom, preciso ir. Até mais e obrigado por me atender, Dulce. – Antes mesmo que eu pudesse dar uma resposta, ele se foi.

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Após as seis, titia e eu fechamos a loja e ela conseguiu-me convencer a ir a um café que tinha ali na esquina. Apesar de eu odiar sair de casa, concordei, afinal, o que havia de mal em ir tomar um café com sua tia? Chegamos e escolhemos um local mais afastado, bem no canto. Eu escolhi, na verdade. Um garçom veio anotar nossos pedidos. Eu pedi um cappuccino com chantili e um croissant e titia pediu um café expresso com torradas.

- Sabe Dulce, seus pais adoravam essa cafeteria quando ainda eram jovens. – Ela sabia que eu evitava falar dos meus pais, mas que eu adoraria saber sobre sua adolescência e tudo o que tinham vivido. Mas ainda era doloroso demais falar sobre... isso. – Eles vinham aqui todas as tardes. Eu invejava Blanca. – Isso meio que me deixou surpresa. Minha mãe sempre disse que tinha inveja de Tia Alma, porque ela sempre ficava com os meninos mais bonitos.

- Porque? – Perguntei, finalmente.

- Sua mãe deve ter dito que eu ficava com todos os garotos e a deixava seca, certo? – Ela deu uma leve risada e eu retribuí. – Mas, nenhum deles me amava, e eu também não os amava. O amor de seus pais era puro e lindo, e eu invejava isso, por não poder ter. Por ser incapaz de amar e ser amada. – Ouvir isso da minha tia me deixou um pouco emocional, porque eu me lembrei das cartas e dos poemas que meus pais trocavam. Eles se amavam muito. Todos os dias trocavam cartas, mesmo morando na mesma casa. Às vezes, papai recitava poemas e declarações para mamãe antes do jantar, porque os seres humanos não podem ser como eles eram?

- Você nunca amou ninguém? – De repente, essa dúvida me veio à cabeça e tive vontade de perguntar. Ela contraiu os lábios e seus olhos ficaram perdidos em alguma lembrança, assim como os olhos da minha mãe ficavam. Alguns minutos se passaram e eu avistei o cara que pegou o livro emprestado na biblioteca hoje à tarde entrar na cafeteria junto de dois caras altos e uma garota. Um era mais alto que o outro, mas eram cópias idênticas. Como gêmeos. Cabelos escuros e olhos castanhos, corpo não tão definido, mas quase lá. A menina devia ser namorada do Christopher, já que não largava do seu ombro tagarelando algo que era indecifrável pela distância onde eu me encontrava, mas logo depois um dos gêmeos, o mais alto a puxou e beijou sua boca, puxando uma cadeira e a pondo em seu colo. Não. Definitivamente não era sua namorada. Senti um alívio imediatamente e percebi que eu estava com medo de que ela pudesse ser sua namorada. Rapidamente me reprimi por isso. Eles estavam conversando e rindo, mas Christopher estava carrancudo e pensativo, como se estivesse sentindo algo. Nesse momento ele se virou e me flagrou o observando, seus colegas estavam distraídos demais para saber que nós estávamos conversando por olhares.

- Sim. – Minha tia disse tirando-me totalmente do transe. Voltei meu olhar para ela que estava suspirando e continuei olhando de soslaio para Christopher, que ainda estava me observando. – Sim, eu já amei alguém sim. Mas não deu certo.

- Conte-me. – Pedi. Fingir interesse em algo que não me interessava nem um pouco era uma especialidade que aprendi a desenvolver tendo convivido tantos anos com meu pai. Ele adorava falar sobre política, e eu particularmente odeio isso. Ele sabia que eu só estava fingindo interesse para agrada-lo, mas mesmo assim ficava feliz por eu me importar em fazer isso.

- Seu nome era Franco. Nós nos conhecemos no colégio, ele era perfeito em tudo. O sonho de consumo de toda garota. Lindo, bad boy e tudo o mais. E claro, eu não desperdiçaria uma chance dessas. Mas ele tinha um temperamento um pouco quente, e o meu fervia. Então, brigávamos a todo instante, não podíamos se quer nos ver que já rolava algum barraco ou algo do tipo. E uma vez, enquanto brigávamos ele confessou que me amava. E nós começamos a nos envolver, e aí eu fiquei grávida e ele sumiu. – Tá legal, não estou mais fingindo interesse, essa história é muito, muito interessante. – Perdi meu bebê com seis meses. – Senti um pouco de pena de sua história. Não gostaria que ninguém perdesse um amor.

- E por que ele sumiu? – Novamente eu me peguei olhando de soslaio para Christopher, agora ele parecia distraído e estava conversando com seus colegas. Mas meu olhar não saia de cima dele, e eu senti que ele percebeu isso, porque virou para me ver. Um sorriso brincou em seus lábios e eu me vi sorrindo também. Titia percebeu.

- Sabe, eu acho que você deveria ir falar com ele. – Ela disse.

- Oque? Não, não. – Respondi nervosamente. A última coisa que eu queria, era ter aquela conversa sobre “como conseguir um namorado” de mãe e filha.

- Eu percebi que vocês estão se olhando desde que ele chegou. Não sinta vergonha, não há problemas em se sentir atraída por um cara. – Ela estava tentando fazer eu me enturmar. Eu sabia disso. Mas eu não quero me enturmar, eu não quero amigos, eu não quero nada.

- Olá, senhoritas. – Ouvi uma voz quente e intensa atrás de mim. Titia sorriu. Eu já sabia quem era. Me virei para dar de cara com Christopher e seu sorriso branco e brilhante. Seus amigos já haviam ido embora. Deduzi que ele ficou para me chamar para ir a algum lugar.

- Oi. – Respondi. Nesse momento minha tia já havia o cumprimentado e dito para se sentar. E eu estava corada.

- Bom, eu vim te convidar para um passeio pela orla. – Ele perguntou direcionando seu olhar à minha tia, como se pedisse uma permissão. Torci para que ela disse que não, porque já estava tarde. Mas foi totalmente ao contrário das minhas expectativas.

- Claro, vá Dulce. Se divirta. – Faltou o “não chegue tarde”. Mas eu sabia que ela não iria dizer isso. Afinal, ela já estava feliz o suficiente porque eu estava saindo com um cara. Agora, é hora de encarar isso. 

Espero que gostem. Fiz mais esse capítulo com amor. Um beijo! *-*

- Comentem! - Disse a autora :).