Fanfic: Vale à Pena Arriscar | Tema: the maze runner
- Bem, que seja. – Chuck deu de ombros como se estivesse discutindo sobre o que comer no café da manhã. – Se não estiver morto uma hora a fome vai fazer ele aparecer. Eu não to nem ai.
Depois de comer, Thomas levou o prato até o balcão.
- Tudo que eu quero é um dia normal, um dia para relaxar.
- Então terá o seu maldito desejo realizado – disse uma voz atrás de si, vindo da porta da cozinha.
Thomas virou-se e viu Newt lá, com um belo sorriso. Seu sorriso produziu uma onda tranqüilizadora em Thomas, como que seus problemas tivessem desaparecido e as coisas estivessem em ordem novamente.
- Vamos indo para a gaiola, seu pássaro fujão – falou Newt. – Vai poder relaxar bastante enquanto permanecer no Amansador. Venha. Chuck levará alguma coisa para você comer na hora do almoço.
Thomas concordou e encaminhou-se para a porta, com Newt afastando-se para dar passagem. De repente, um dia na prisão parecia excelente. Um dia para ficar apenas sentado e relaxar...
***
Thomas foi retirado de suas lembranças ao ver Minho estralando os dedos na frente de seu rosto, tentando chamar sua atenção. Thomas limpa a garganta, se arrumando direito à mesa onde se encontrava sentado.
- Ei seu trolho, não ouviu que estou falando com você? – Minho pergunta.
- Desculpa – fala deslizando a mão esquerda em seu rosto, com a imagem de Newt ainda em sua mente, sentia muita falta dele. –... O que você disse?
- Nada não, esquece – responde o asiático não muito a fim de repetir sua fala, não era a primeira vez que Thomas viajava em seus devaneios e o deixa falando sozinho, precisava conversa com ele, mas esperará uma oportunidade onde os dois estivessem a sós.
Caçarola e Aris o encaram – os dois estão sentados do outro lado da mesa, de frente para Minho e Thomas, eles conversavam sobre as lembranças que Caçarola se recordou quando removeu o dissipador, mas Thomas não escutará nenhuma palavra sequer.
- Thomas você está se sentindo bem? – pergunta Caçarola, preocupado.
Thomas solta uma risadinha sem graça diante a pergunta do ex-cozinheiro.
- Me sentindo bem? – repete. Como ele poderia estar bem quando está sendo mantido preso por um bando de cientistas malucos, na espera aterrorizante para ter sua cabeça cortada e seu cérebro arrancado?... Estava com uma resposta rude na ponta da língua, mas respirou fundo para se acalmar, pois ultimamente qualquer coisa o irritava. – Estou sim... Com toda a certeza do mundo.
Caçarola nota um tom sarcástico em sua resposta e se dá conta que aquilo não é muito esperto de se questionar. Olhando no grande relógio pendurado na parede a sua frente, Caçarola se levanta.
- Acho que vou indo para o meu quarto.
- Mais já? – Minho pergunta. – Ainda falta uma hora para o toque de recolher.
- Sei disso, mas estou com sono. – ele se despede e vai em direção do corredor que dá acesso a seção dos quartos. O CREUL os mandou para uma área em um pequeno prédio onde constituía apenas pelo refeitório, banheiros – um feminino e o outro masculino – e os dormitórios onde os Clareanos dormiam em dupla.
Aris não demorou muito e logo foi dormir também, ficando apenas cinco pessoas no refeitório – Thomas, Minho, Brenda, Jorge e um outro garoto o nome qual Thomas não fazia questão de se lembrar.
Nessa uma semana em que eles estiveram presos, Thomas evitará Brenda ao máximo que pode e a mesma ao perceber isso desistiu de tentar puxar assunto com ele. Thomas sabia que ela não tinha nada a vê com a situação presente deles, mas ele apenas preferia ficar longe dela.
- Thomas? – chama Minho batendo a palma das mãos na mesa, tentando chamar a atenção do amigo – Qual é Thomas, você vai passar o resto da vida no mundo da lua?
- Não – responde rude e Minho o encara aborrecido, Thomas suspira e começa a se desculpar – Foi mal... É que tudo isso está me dando nos nervos, a minha vontade é de sair matando um por um daqueles idiotas, principalmente aquele mértila do Janson.
Minho faz um sinal para que ele falasse mais baixo, notando que os guardas do CRUEL os encaravam do outro lado do cômodo.
- Cara você tem que manter a calma se não vai acabar arrumando confusão... Sei que aqueles trolhos merecem uma boa lição, mas se você ainda não notou, estamos em uma tremenda desvantagem.
Thomas revira os olhos, sabendo que Minho estava certo. Ele tinha que tomar mais cuidado.
Ficaram em silencio, conversando bem pouco até que o sino ressoou nos alto-falantes daquele refeitório. Sem falar nada, os dois seguiram para o quarto.
O quarto era pintado todo de branco, contendo apenas uma cama de solteiro em cada lado da parede, um criado mudo entre as duas e um pequeno guarda-roupa. Não possuía janelas, apenas uma porta.
Thomas deita na sua cama se cobrindo com um lençol comprido enquanto Minho desliga o interruptor da luz e se joga na cama ao lado, sentia que o efeito da vacina estava passando, pois o cansaço excessivo já se fora.
***
No dia seguinte Thomas acorda nada disposto, pois os pesadelos atormentaram seu sono à noite inteira. Sonhou com Newt e Teresa em várias situações difíceis e terríveis, queria se esquecer mais parecia uma maldição, a noite era os pesadelos e de dia as lembranças. Não ter nada para fazer durante esses dias deu-lhe tempo o suficiente para encher sua cabeça de perturbações...
Depois de tomar um banho e vestir o uniforme que o CRUEL avia lhes fornecido – com uma calça jeans, uma blusa cinza de manga longa e um coturno – Thomas se dirige até o refeitório onde alguns guardas tinham trazido sanduíches e sucos, ele pega sua comida e vai se sentar junto a Minho e Aris.
Quando deu 9hrs em ponto, a porta dupla que dá acesso ao resto do prédio se abre e Ava Paige entra acompanhada por mais duas pessoas, um homem e uma mulher.
- Todos já sabem como é o processo... Espero não ter problemas hoje – diz a mulher colocando uma pequena caixa sobre a primeira mesa – O que estão esperando? – pergunta arqueando uma sobrancelha e em questão de segundos, todos os prisioneiros levantaram-se para formar uma fila perto da mulher.
Thomas odiava aquilo, não conseguia entender o propósito de todos os dias eles aplicarem aquela vacina em cada um, ele não via necessidade já que vários guardas circulavam por toda parte, ninguém em sã consciência tentaria alguma bobagem.
Thomas era o terceiro da fila e logo chegou sua vez, o homem deu-lhe um algodão umedecido no álcool para que ele passasse no local onde seria aplicada a vacina. Querendo acabar logo com aquilo ele passa o algodão no lado esquerdo do seu pescoço e logo a mulher injeta a vacina, lhe arrancando uma careta de dor.
***
Ele se senta em uma mesa afastada, enquanto esperava chegar à vez de Minho que por sinal era um dos últimos.
Thomas já podia sentir o efeito da vacina tirando todas suas forças, ele passa a mão esquerda no local que foi aplicado aquele liquido quando tem uma estranha sensação de estar sendo observado, ele vira a cabeça para o lado até ver Ava Paige o encarando e o estranho é que essa não foi à primeira vez.
Todos os dias quando eles vêm com as vacinas, ele vê Ava Paige o observando, ela parece estranha, o olhando com certa pena, como que quisesse lhe falar alguma coisa mais não podia.
Ela não para de encará-lo e já cansado daquilo ele devolve um olhar desafiador como que se dissesse “Vem aqui e me diz logo o que você tem para falar”.
Ava Paige desvia o olhar e frustrado Thomas se levanta se dirigindo para seu quarto, fechando a porta logo em seguida e deitando em sua cama. Não deu dois minutos e a porta se abre, e para não tão surpresa de Thomas, era Paige. Antes de qualquer coisa ela olha para os dois lados do corredor e quando vê que ninguém se aproximava adentra no quarto.
- O que você que?... Fica me encarando toda vez. – Thomas se vira de lado até se sentar. – Eu não fiz nada de errado.
- Eu não vim aqui por isso. – responde se sentando na cama de Minho, ela esfrega uma mão na outra sem si importa em esconder sua preocupação.
- Então o que veio fazer aqui?... Afinal por que fica perdendo tempo vindo aqui aplicar aquelas mértilas de vacinas? Você não deveria estar trabalhando em busca da cura usando o cérebro de Teresa? – a cada pergunta que saia de sua boca a raiva ia aumentando dentro de si.
Por um instante ela não diz nada, apenas fica o encarando como que o estudasse.
- Não sou mais a Chanceler. – diz ela para a surpresa de Thomas.
- Como assim?
- Eu não estava de acordo com o que aconteceu com Teresa, tentei impedir mais não consegui... Meus assessores não concordaram comigo.
- E por que você queria impedir?... Já que tirou tantas vidas de inocentes, uma mais ou uma a menos não faria diferença para você. – retruca com sarcasmo.
- Não é bem assim Thomas. – murmura ela baixando a cabeça e encarando o chão. – Fiz tudo que fiz para apenas alcançar um bem maior e tinha algumas conseqüências onde incluía sacrificar a vida de alguns jovens... Mais você não pode querer me julgar já que acreditava nisso tanto quanto eu.
Thomas se cala, o que Ava Paige acabou de falar serviria como um tapa na cara, ela estava certa, ele não tinha o direito de julgá-la. Mais o que importa para ele é que ele mudou de idéia e seja o que foi que o convenceu a sacrificar pessoas para apenas um bem maior, não o afetará mais, ele nunca retornaria a trabalhar para o CREUL.
- Então você veio aqui só para jogar isso na minha cara?
- Não, de jeito nenhum... Mais como eu ia dizendo, meus assessores não concordaram comigo. Teve uma reunião com o CCP e eles chegaram à conclusão que eu não estava mais apita para meu cargo então elegeram Janson no meu lugar.
- Por que você está contando isso?
Ava Paige abre a boca para responder quando um som vindo do lado de fora do quarto à fez levantar rapidamente da cama, olhando no relógio em seu pulso.
- Tenho que ir, conversaremos em uma outra oportunidade – sem esperar uma resposta de Thomas, ela sai do quarto fechando a porta atrás de si.
Thomas se deita novamente, fechando os olhos na tentativa de dormir um pouco. Queria pensar sobre a conversa com Ava Paige, mas estava cansado.
***
Aqueles cinco meses e três semanas se passaram arrastadamente frustrante. Os dias eram extremamente iguais, de manhã os guardas traziam o café da manhã, logo em seguida Ava Paige e as outras duas pessoas viam com as vacinas, ao meio dia o almoço, às sete horas o jantar e dez horas o toque de recolher.
Mesmo que os Clareanos implorassem por alguma resposta os empregados do CRUEL se recusavam a falar. Uma vez Minho com seus típicos comentários sarcásticos conseguiu arrumar confusão com um dos guardas o qual ele acabou que levando duas doses da vacina em recompensa de seu mau comportamento e isso acabou que sobrando para Thomas que teve que carregar Minho para todos os lados, já que o mesmo mal conseguia mexer os olhos...
Outro dia amanhece e parecia que ia ser apenas mais um, Thomas levanta, toma banho e vai para o refeitório. Era o horário de almoço, Thomas como de costume se sentará com Minho, Aris e Caçarola. Brenda estava sentada três mesas à frente com Jorge ao seu lado quando um agente do CRUEL entrou pela porta dupla indo direto na direção dos dois.
Thomas se esforçará para ouvir a conversa dos três mais não conseguiu ouvir nada, não com Minho e Aris conversando ao seu lado. Brenda parecia discutir com o agente mais logo sua expressão muda para pensativa, Jorge fala alguma coisa e em seguida balança a cabeça positivamente como que concordasse com o agente e para a surpresa de Thomas, Jorge e Brenda se levantam e seguem o homem.
Thomas cutuca Minho com o cotovelo e aponta para os três a tempo de vê-los saindo pela porta dupla sem olhar para ninguém.
- O que será que aquele homem quê com os dois? – Minho pergunta arqueando uma sobrancelha, curioso.
- Eu não sei – responde soltando um suspiro.
***
Quatro dias se passaram e nada de Brenda e Jorge dá as caras, Thomas naquela altura já imaginava que Brenda voltou a trabalhar para o CRUEL, pois era a única resposta alcançável.
Aquilo já estava o irritando, queria resposta ou alguma explicação, primeiramente não sabia se as coisas em ralação a Teresa e a cura tinham dado algum resultado positivo, depois vem a Ava Paige que nunca mais veio falar com ele e agora essa da Brenda e de Jorge que foram embora sem mais nem menos.
Thomas estava prestes a espancar alguém em busca de informações e teve o plano de no dia seguinte interrogar Ava Paige quando ela vier aplicar as vacinas, mas seu plano não foi deixado de lado quando Brenda entra pela porta dupla acompanhada por mais dois agentes.
- Se levantem – diz ela chamando a atenção de todos – Chanceler vai falar com vocês dentro de uma hora.
- Como assim? – Minho pergunta, se levantando de cima da mesa onde estava sentado – Você está trabalhando agora para aqueles trolhos? – parecia que ele tinha lido sua mente, pois era isso que Thomas estava prestes a perguntar.
- Não tenho tempo para perguntas, então andem logo – retruca ela sem se dar o trabalho de olhar para Minho – O que estão esperando?... Sigam-me.
Autor(a): gladetmr
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).