Fanfic: ¤ Minha Rebelde Feiticeira ¤ - Adaptada - TERMINADA

— Dulce! — ele exclamou, sem disfarçar a decepção.

— O que você está fazendo aqui tão cedo?

— Eu... eu... ah... Queria falar com você.

— Sobre o quê?

— Sobre lady Belinda.

— Sim?

— Eu a odeio!

A revelação não a surpreendeu. A exceção de Christopher, todos no castelo pareciam detestar lady Belinda. Ela estava sempre reclamando a respeito de tudo, desde a maneira como as criadas arrumavam o quarto até os condimentos usados na comida, incompatíveis com seu estômago delicado, ou a necessidade de ter alguém para cuidar de suas belas roupas em tempo integral. Ninguém mais conseguia agüentar aquela vozinha infantil e insistente, sempre desfiando um rosário de pequenas queixas.

Entretanto uma coisa precisava ser dita. Diante de Alfonso, Belinda se esforçava ao máximo para para ser doce e delgada, curvando-se a todas as vontades daquele com quem planejava casar-se. Alem do mais cobria-o de elogios sempre que possível. Alfonso dava a impressão de aceitar o assédio sem se importar

— Eu estava apenas sendo simpático — ele explicou à irmã. — Não queria magoar os sentimentos da coitada. Não é culpa dela que o barão tenha inventado esse casamento.

— Então você não está querendo obedecer às ordens do barão?

— É este o problema. Não, não quero me casar com lady Belinda apesar de ser bonita. Só não sei como comunicar minha decisão a Léon. Você acha que Christopher se encarregaria de fazê-lo, se eu lhe pedisse?

— Não sei o que Christopher faria. Entretanto se não quer mesmo casar-se com lady Belinda, é melhor lhe dizer logo, antes que ela continue se fazendo de tola. - Tem outra coisa sobre a qual eu gostaria de conversar. Simplesmente não tenho coragem de desapontar a moça. Será que você não poderia falar com ela? Por favor? Sendo mulher, saberia melhor o que dizer.

Por favor, Dulce...

Embora se sentisse feliz ao ver que o irmão escapara às artimanhas de Belinda, Dulce não tinha duvidas de que devia ser ele mesmo quem deveria resolver a questão. Porém, era provável que Belinda chorasse e fizesse uma cena apenas para impressioná-lo e forçá-lo a concordar com o noivado.

— Está bem. Falarei com lady Belinda, mas sob uma condição. Você, pessoalmente, pedirá a Christopher que interceda ao barão em seu favor.

— Sendo a esposa de Christopher, ele lhe dará mais atenção do que a mim.

— Isso não vem ao caso. Não se esqueça de que você é um nobre, pertencente a uma família importante. Você não tem obrigação de casar-se com ninguém. Estou certa de que não faltarão pretendentes a Belinda.

— Sim, sim, você tem razão. Falarei com Christopher. Você me promete que falará com lady Belinda?

— Prometo.

— Oh, obrigado, Dulce! É tão gentil da sua parte. É como se um peso tivesse sido tirado dos meus ombros! Eu simplesmente não sabia o que fazer.

Outra vez, o portãozinho do jardim foi aberto.

— O que foi, Anahí? — Dulce indagou.

— Bom dia, minha lady, meu lorde — a serva murmurou, enrubescendo. — Vim lhe trazer um recado do cozinheiro, minha lady. Ele diz que não será possível servir as tortinhas salgadas que lady Belinda pediu para o almoço. Estamos sem a farinha adequada.
Dulce praguejou baixinho, para o espanto de Alfonso.
— Desculpe-me, mas estou cansada de me preocupar com o estômago delicado de lady Belinda e com aquilo que ela pode ou não comer. Aposto que Pedro envelheceu dez anos desde que aquela criatura chegou aqui.
— Quanto a mim e Hilda — Anahí comentou —, nunca mais, em nossas vidas, vamos querer tornar a ver os vestidos de lady Belinda. Como nos deram trabalho!
— Lady Belinda cansou a todos nós além da conta. O quanto antes for embora, mais felizes ficaremos. — Alfonso caminhou na direção de Anahí, uma expressão indecifrável no rosto. Era como se os dois estivessem ali sozinhos, esquecidos de tudo ao redor.
Alfonso e Anahí? Não, não era possível, Dulce pensou atônita.
Porém, bastava observar os dois para acreditar.
— Obrigada por me dar o recado de Pedro, Anahí. Agora pode voltar aos seus afazeres, está bem?
A criada fez uma mesura e afastou-se, não sem antes lançar um último olhar na direção do nobre.
— Estou pretendendo cavalgar mais tarde, Alfonso. Você gostaria de me acompanhar?
— Não, obrigado. Você trota rápido demais para mim.

— Não quero vê-lo entediado.

— Não se preocupe comigo.

— Alfonso?

— Sim?

— Gosto de Anahí e preferiria que ela não fosse magoada, mas pense bem no que está fazendo. Trata-se de uma criada.

— Eu sei o que ela é. Por que alguém iria magoá-la? Ela fez algo errado? Terá que ser punida?

— Não, não é isso. É que eu percebi algo...

— Você notou o meu interesse por Anahí? — O tom decidido de Alfonso surpreendeu a irmã. — Eu a amo e pretendo me casar com ela.

— Alfonso!

— Não tente me persuadir do contrário. Sei que você se casou para escapar a uma vida difícil, porém não é o meu caso. Amo Anahí e ela me ama. Nada mais precisa ser dito.

— Como você pode ser tão positivo? — Dulce protestou confusa. Que sentimento era aquele, capaz de arrastar as pessoas num turbilhão? — Ela é apenas uma criada. E já tem um filho. Você mal a conhece! Imagino que o barão seja capaz de perdoá-lo por recusar lady Belinda em favor de uma outra nobre de igual fortuna e posição social. Mas trocar uma mulher pertencente à nobreza por uma criada? Não creio que Christopher aceitará defendê-lo tampouco.

— Então eu mesmo falarei com o barão.

— Você seria capaz de fazê-lo por Anahí?

— Sim.

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bjix da Naty