Fanfic: ¤ Minha Rebelde Feiticeira ¤ - Adaptada - TERMINADA

— Não, obrigado. Não quero que alguém confunda minha cabeça com a bola. Desejo boa sorte a todos. — Tomáz ergueu o caneco num brinde e sorveu a cerveja com prazer, notando como o líquido dourado o aquecia rapidamente. Mal terminara o primeiro caneco, Vick trouxe-lhe o segundo e depois o terceiro. Seria uma descortesia negar tanta atenção, em especial porque a conversa sobre a demarcação dos limites para o jogo estava começando a lhe parecer interessante.

Além do mais, se Christopher resolvera se meter em algum lugar para dar vazão ao mau humor, com certeza não estaria disposto a ouvir conselhos. As vezes, depois de um grande aborrecimento, ele levava dias para acalmar-se.

A cerveja estava realmente deliciosa, Tomáz pensou, aceitando o quarto caneco. E que delícia não ter que falar sobre assuntos sérios. Que a discussão sobre o jogo continuasse! Há tempos não partilhava da vidinha simples dos camponeses saxões e nem tomava uma bebida tão saborosa.

Quando por fim a discussão foi encerrada, a torre do sino tinha sido eleita, por calorosa aclamação, o limite norte da disputa e Tomáz já não se sustentava de pé sem vacilar. Porém, encontrava-se de excelente bom humor. Sentia-se o amigo de toda a humanidade e o salvador do casamento de Christopher.

— Aqui, deixe-me ajudá-lo — Vick ofereceu-se, apoiando o braço do nobre para auxiliá-lo a levantar-se e caminhar até a porta.

— Isto é... obrigado... você é maravilhosa — Tomáz falou num tom pastoso, brindando-a com um sorriso que julgava elegante.

— Você acha que será capaz de chegar ao castelo em segurança? — Já tendo visto muitos homens bêbados antes, a jovem reconhecia os sinais de embriaguez com facilidade, inclusive o sorriso de lado.

— Claro — ele respondeu, dando um passo largo na direção contrária. — Eu lhe agradeço, minha gentil lady! — Tomáz fez uma mesura, quase tropeçando nos próprios pés.

— Pelos céus, que visão é essa diante de meus olhos?! — sir Christopher exclamou, saindo da escuridão como um anjo vingador.

— Sou apenas eu. — Outra vez o sorriso ridículo.

— Pelo menos você não está perdido — Uckerman comentou irônico. — por acaso passou o dia inteiro escondendo-se na taberna?

— Não. Estava tentando encontrar você. Pensei que estivesse aqui. Mas não estava. — Tomáz começou a balançar para frente e para trás, precariamente.

— Ele está um pouco... — Vick interveio, olhando para sir Christopher como se pedisse desculpas.

— É o que parece.

— Agora não me olhe assim, seu velho rabugento!

— Tomáz gritou vacilante. — A cerveja é maravilhosa, e Vick é maravilhosa e eu me sinto maravilhoso! Tudo é maravilhoso! Dulce é maravilhosa também! Só você não é, seu patife!

— Verdade? — Christopher cruzou os braços e fitou o outro, uma expressão indecifrável no rosto.

— Se me dá licença, meu lorde, tenho o que fazer.

— Vick deixou a porta da taberna aberta e afastou-se apressada. Se sir Christopher ia começar a gritar, queria estar bem longe.

De fato, Uckerman não estava zangado. Pelo menos não com Tomáz, cuja figura cômica e inofensiva o fazia lembrar-se da primeira vez que se encontraram. Tomáz estava caído na sarjeta, um caneco de cerveja na mão. Entretanto, havia nele uma serena dignidade. Intrigado, Christopher o levara de volta para o acampamento do castelo, onde ambos estavam hospedados, e aguardara até que o nobre ficasse novamente sóbrio. Fora assim, dessa maneira incomum, que uma longa amizade começara.

Porém, naquele momento, não agradava a Christopher ouvir o nome da esposa praticamente gritado no meio da rua, ainda que Tomáz estivesse fazendo um cumprimento.

— Vamos, hora de ir para a cama — Uckerman falou, esboçando um gesto para amparar o amigo que mal se sustentava de pé.

Tomáz empurrou a mão de Christopher, tentando, sem sucesso, focalizar o olhar.

— Não quero sua ajuda! Você é um tolo! Uma criatura estúpida... insignificante...

— É você quem está falando feito um tolo — Christopher retrucou paciente, passando um braço de Tomáz ao redor do ombro. — Desse jeito não demora muito a cair de cara na lama.

— E qual é o problema? — Tomáz afastou-se com um arranco. — Faz diferença para você? Você se importa apenas consigo mesmo, como se fosse uma criança. Uma criança teimosa e encrenqueira. Você tem uma mulher linda, que nem sequer merece, e a deixa sozinha para se jogar nos braços de uma outra qualquer, num quartinho de taberna.

— Não é verdade. Agora chega — Christopher falou com firmeza. — Vamos embora.

— Oh, não! Não vou com você. Não até que peça desculpas a Dulce. Não sei o motivo da briga, mas estou certo de que a culpa é sua.

Comentem plixxx *-*

bjix da Naty