Fanfic: ¤ Minha Rebelde Feiticeira ¤ - Adaptada - TERMINADA

— É provável que ela passe algum tempo conosco.

— Oh, é mesmo?

— Você pode ir agora. — Seja lá o que estivesse incomodando a criada, ela não dava mostras de que pretendia revelá-lo. — O quarto já está pronto.

— Obrigada, minha lady.

Dulce seguiu Anahí em silêncio, certa de que não era a única pessoa a quem a chegada repentina de lady Belinda desagradara. Entretanto, por que a serva ficaria incomodada? Afinal, lady Belinda não passava de mais uma convidada.

Era Alfonso quem deveria estar realmente preocupado. Era fácil adivinhar as verdadeiras intenções1 da bela jovem, interessada no título e no antigo nome da família Saviñon, em vez de querer apenas o rapaz simples e vaidoso, porém bem intencionado.

Talvez Alfonso não fosse do gosto de lady de Schull, mas outro homem sim.

De repente Dulce reconheceu o sentimento que a atormentava desde que vira lady Belinda ao lado de Christopher, um sentimento que experimentara com frequência durante a infância e apenas raramente desde que chegara ao castelo Uckerman.

Ela estava com medo.

Medo de que Christopher viesse a desejar lady Belinda. Medo de que, naquele exato momento, ele a estivesse comparando à outra de maneira desfavorável. Medo de que ele fosse partilhar a paixão incrível de que era capaz com outra mulher.

Afinal, o modo como Christopher tratava lady Belinda justificava seus temores.

E quanto à importância que o marido parecia dar à lealdade e à honestidade? Ele jurara lhe ser fiel diante de todos os presentes à cerimônia de casamento e, por Deus, iria fazê-lo respeitar aquele juramento!

— Vou cavalgar hoje — Dulce anunciou dali a alguns dias, logo após o desjejum. O salão estava quase vazio. Os soldados e cavaleiros de menor importância já haviam se retirado para cuidar das tarefas do dia, ansiosos para passar algumas horas ao ar livre. Desde a chegada de lady Belinda, não parará de chover e Dulce, assim como os homens, também desejava escapar do confinamento do castelo, da presença de Belinda e da presença de seu marido também.

O fato de manter aqueles dois sob vigilância cerrada, como se fosse um dos falcões de Gastão, era exaustivo e, infelizmente, inútil. Se Christopher quisesse seduzir uma mulher, não tinha dúvidas de que seria bem-sucedido e de que saberia como manter o relacionamento ilícito em segredo, se assim decidisse. Poucas mulheres seriam capazes de resistir àquela potente combinação de beleza física e charme devastador. E lady Belinda de Schull não era uma delas. Entretanto uma criatura tão desmiolada não teria inteligência o bastante para esconder uma ligação imoral. Assim, Dulce não possuía nenhuma evidência de que houvesse algo entre Christopher e sua convidada. Pedia a Deus que ele honrasse os votos de fidelidade e tentava sufocar a apreensão e insegurança que a atormentavam.

— Vai chover — Christopher respondeu secamente, estendendo a mão para apanhar o cálice de vinho. Porém não completou o gesto ao perceber que corria o risco de tocar a esposa.

Sem que pudesse evitar, Dulce corou de embaraço Já devia estar acostumada à aversão do marido.

— Eu também adoraria cavalgar — lady Belinda murmurou, virando-se para Alfonso. — O que você acha, meu lorde?

— A chuva vai arruinar o seu vestido. Já tive uma túnica deste mesmo tecido e basta uma gota d`água para estragá-lo.

— Oh, que chateação! Bem, suponho que seja melhor me trocar. Será que aquela mulher, Anahí, não é?, já costurou meu vestido de brocado verde?

— Creio que sim — Dulce respondeu desinteressada.

— Devo preveni-la quanto aos riscos de enfrentar o mau tempo — Christopher interveio, fitando Belinda. — Tenho certeza de que o barão não iria gostar se você ficasse doente enquanto está sob a minha responsabilidade.

— Oh, você é tão gentil em preocupar-se comigo... — Belinda sorriu dengosa. — Não quero lhe causar nenhum transtorno, meu lorde, embora eu tenha certeza de que o barão o julga incapaz de cometer qualquer erro, ou de falhar em suas responsabilidades. Entretanto vou obedecer o seu desejo e permanecer entre as quatro paredes do castelo hoje.

Dulce limpou os lábios com o guardanapo e levantou-se, as emoções à flor da pele. Num minuto estava determinada a cavalgar, no outro, decidida a permanecer em casa se Belinda ameaçasse acompanhá-la e logo depois, ansiosa para sair, mas apenas se pudesse ir só.
— Se me dão licença, voltarei em breve.

— Aonde você está indo? — Christopher indagou secamente, fitando-a pela primeira vez.

— Um pouco de chuva não me assusta e nem minhas roupas ficarão estragadas. Também não creio que o barão se importará se eu ficar doente ou não. Desejo-lhes um bom-dia.

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bjix da Naty