Fanfic: Feitiço de Amor (Terminada)
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— Querida, as
bruxas da nossa família têm um segredo, algo que herdamos de nossos pais.
A razão é que a nossa mágica é muito mais forte do que a das outras praticantes desta arte.
Merri e Fauna pararam de gesticular e ficaram paradas, surpresas,
sem entender o que Flora pretendia dizer.
— Pensei... — Dulce olhou em volta, confusa. — Pensei
que era algo que viesse no nosso sangue. O poder dos nossos ancestrais, ou
coisa assim.
— Não, querida. Há mais do que
isso. É um segredo que
você não pode nunca
revelar a ninguém, a menos que
se torne absolutamente necessário. Jamais
contaria a você, a não ser talvez em meu leito de morte. Mas agora você deve saber.
Dulce esperou ansiosa pela revelação.
— Toda mulher da
família Sortilege está destinada a perder
os seus poderes, o seu dom e a sua mágica no dia em
que completar vinte e sete anos.
Dulce deu um passo para trás como se a tia
a tivesse esbofeteado. Ela faria vinte e sete anos em menos de vinte e quatro
horas. À meia-noite do
Dia das Bruxas! Isso seria no dia seguinte!
— Não!
— Oh, sim.
Lamento, mas é a verdade.
— Meu... meu poder
de cura!
— Você poderá continuar
praticando a medicina, querida, mas...
— Não, isso não pode
acontecer, tia Flora, por favor! — O pânico disparara seu coração. Não podia perder o dom da cura. E se fosse atender alguma criança doente, como aquela que estava com uma ruptura no baço que nenhum médico diagnosticara
corretamente. A criança teria morrido
se ela não tivesse o dom
de adivinhar o que estava acontecendo de errado. — O que posso fazer? — Agarrou a tia
pelos ombros e esperou a resposta. — Deve
haver alguma coisa. As senhoras ainda têm os seus dons! — exclamou, olhando para as outras duas tias.
Merri e Fauna não deram resposta
alguma, e indicaram que seria Flora a esclarecer o que faltava. .
. — Sim, minha criança. Há um modo de
mantermos a nossa mágica. Mas eu
temo que você não vá aprová-lo.
— Não me importo! Farei qualquer coisa. Basta me dizer.
Flora pigarreou.
— Você precisa... ter relações... com um
homem antes do seu vigésimo sétimo aniversário, querida.
E... o... o homem tem de ser... puro.
— Puro?
— Oh, pelo amor de
Deus, o homem tem de ser virgem! — Merri
exclamou impaciente. — Agora está entendendo por que estamos tão aborrecidas
com você por ter levado Christopher a sair desta casa do jeito que saiu?
Dulce balançou a cabeça, como se o movimento colocasse os pensamentos no lugar.
— Isso não faz sentido. Estão brincando
comigo, não é? Tudo é tão bizarro!
— Não estamos brincando, querida — Flora
negou gentilmente. — Assim, sugiro
que comece a pensar em como fazer as pazes com o rapaz. E quanto antes, melhor.
A realidade do que Dulce acabara de ouvir finalmente a
atingiu. As tias estavam lhe dizendo que tinha duas opções: perder os poderes ou dormir com Christopher McBride.
— Esperem — ela disse. — Deve haver
outros homens nesta cidade que ainda são virgens.
— Claro, querida.
Em cursos de segundo-grau, quem sabe, mas você seria presa por seduzir um menor de idade.
— Tia Merri! Não pretendo... Oh, o que vou fazer? Deve haver outro homem virgem!
Qualquer um, menos Christopher.
— Mesmo no nosso
tempo, tivemos problemas em achar homens virgens, querida — Merri explicou.
Os olhos de Dulce se arregalaram quando uma idéia lhe passou pela cabeça.
— Foram vocês que jogaram uma praga em cima de Christopher, não é?
— Só interferimos um pouco. Foi um feitiço leve. Apenas uma espionagem na bola de cristal...
— Tia Merri, ele
foi atingido pelo próprio carro! Eu não chamaria isso de feitiço leve.
— Aquilo foi um acidente.
Não pretendíamos ferir o rapaz...
bem, não
deliberadamente.
Dulce pressionou os dedos nas têmporas e fechou
os olhos.
— Vou para o meu
quarto. Preciso meditar.
— Flora, isso foi
engenhoso! — Merri abraçou a irmã. — Como teve essa idéia brilhante?
— Bem, Dulce ia arruinar tudo. Não podíamos deixar isso acontecer, podíamos?
Fauna fez que não.
— Mas no fundo foi
uma maldade. E de onde você tirou esse
prazo? O dia do aniversário dela?
— Se não nos apressarmos, aquele rapaz vai acabar se matando ao tentar se
livrar de nosso feitiço para... vocês sabem.
— O Dia das Bruxas
veio a calhar — Merri concluiu. — Vai dar tudo certo. Dulce não vai querer se arriscar a perder o dom de cura. Sua idéia foi brilhante, Flora.
— Mas pobre Dulce.
Não será fácil para ela. E odeio ter de mentir desse jeito.
— Nós diremos a verdade mais tarde. Dulce vai entender e não se importará, assim que se
apaixonar por Christopher.
Fauna pegou seu baralho de taro e escolheu uma só carta.
— Dois de Espadas.
Vocês estão se esquecendo. Nossos poderes nos dizem que Christopher será o pai da filhinha de
Aurora. Mas não dizem que eles
se apaixonarão. Há uma grande chance de que isso nunca venha a acontecer.
— Não vão se apaixonar? — Flora perguntou, arrasada.
— Terão um filho e não ficarão juntos? — Merri lamentou.
— E possível.
Merri apertou as mãos e começou a andar de um lado para o outro.
— Oh, meu Deus! Não podemos deixar que isso aconteça.
Dulce não dormiu a noite
toda. Não conseguiu nem
mesmo ficar deitada na cama. Muitos cenários passavam
por sua cabeça. Aquilo não podia ser verdade, pois era absurdo demais. As tias deviam estar
mentindo. Mas por quê? Eram excêntricas, sim. Mas isso...
Talvez estivessem tentando fazer com que ela se interessasse pelo
homem que consideravam o marido ideal. Um homem perfeito para a sobrinha.
Perfeito para ela? Christopher McBride?
Grunhiu em desespero.
Mas... e se não fosse isso? E
se ela realmente fosse perder todo seu poder de cura?
Fechando os olhos, compreendeu que não podia se arriscar. Até mesmo dormir
com Christopher seria melhor que perder seu dom. E, além do mais, seria apenas uma vez. Certo? Apenas uma noite com Christopher,
e ela podia relaxar. Sorriu então. Uma noite com
Christopher. Talvez se embebedasse antes...
Por um momento, imaginou-o tentando se livrar da virgindade todos
aqueles anos, com as tias constantemente interferindo. O pensamento a fez
sorrir, e então caiu na
gargalhada. Pobre Christopher. Não era de
surpreender que ele pensasse estar amaldiçoado.
Mas aquilo não era divertido,
e a risada se tornou amarga. Ela não tinha escolha.
Teria de se aproximar dele e... seduzi-lo. Oh, Deus, se descobrisse que isso
era uma mentira, estrangularia as tias.
Mas considerando a possibilidade de que fosse verdade...
Como conquistaria Christopher? Ora, usando seus poderes de
bruxa, naturalmente. Podia fazer isso.
A não ser que ele não quisesse fazer sexo com ela de modo algum.
Christopher, vinte e nove anos, e ainda virgem. Frustrado a
ponto de vir lhe pedir ajuda. Misericórdia, ele estava
mais do que disposto a dormir com qualquer mulher.
CAPÍTULO II
Era o Dia das Bruxas, e Christopher decidiu tirar o dia de
folga. Merecia um descanso depois da humilhação que passara na noite anterior. Sem mencionar que seu ombro ainda
doía. O resto do corpo estava bem. Não que isso importasse. As partes que estavam melhor eram as que
provavelmente nunca usaria.
Gostaria de estrangular Dulce Maria Sortilege. Era uma mulher fria e malvada como
uma cobra.
Ia preparar seu desjejum quando a campainha do apartamento tocou.
Achou que talvez fosse o pai, mas, quando abriu a porta, viu-se diante de Dulce
Maria .
Os olhos negros exibiam uma expressão de incerteza e os cabelos acetinados emolduravam-lhe o rosto.
Christopher começou a fechar a
porta.
— Espere! Trouxe
uma oferta de paz. — Ela exibiu uma
enorme caixa, e ele sentiu o cheiro de rosquinhas frescas. Com recheio de
amora, se não se enganava.
Seus favoritos. Tentou se lembrar se alguma vez dera essa informação a Dulce. Bobagem, ela devia ter lido sua mente.
Diabos, não! Se pudesse
ler a mente dele, não estaria ali
sem um guarda-costas. Abriu a porta de novo.
— Do que se trata Dulce?
O que veio fazer aqui?
Vendo que ele usava apenas a cueca, ela recuou.
— Talvez tenha
sido uma má idéia.
Christopher a pegou pelo braço, sem ter
certeza de por que fazia isso, e ela pareceu um pouco alarmada.
— Entre, Dulce.
Não precisa se preocupar porque, se eu tiver a mínima idéia de tentar
alguma coisa com você, com certeza
meu apartamento vai pegar fogo. Você está perfeitamente segura na minha companhia.
Ela abaixou o olhar rapidamente. Um olhar de culpa. Por que seria?
Suspirou, resignada, antes de entrar. Christopher fechou a porta.
— Tem café fresco na cozinha — ele disse ao vê-la novamente com os olhos baixos. — Suponho que devo me vestir. Você com certeza não veio aqui para me ver nu.
Quando ia se virar, Christopher resmungou alguma coisa.
— O que foi?
— Nada — ela disse. — Pode ir. Vá se vestir.
Havia algo de diferente em Dulce, e ele queria saber o que
era. Além do fato de
parecer nervosa e menos hostil do que de hábito. E então descobriu do que se tratava. Ela estava usando maquiagem. Era
leve, mas os olhos estavam mais delineados. O perfume exótico se misturava com o aroma do café e das rosquinhas. Usava uma saia preta bem curta e uma blusa
combinando. Ele podia ver o sutiã escuro por baixo
do tecido. As meias de seda também eram pretas. E
os sapatos, abertos na frente, revelavam suas unhas. Isso sem contar os saltos
altíssimos.
O que ela fora fazer ali, vestida daquele jeito?
Christopher deu um passo em sua direção. A fantasia de estrangulá-la dava lugar a
algumas outras, bem mais agradáveis.
— Pensei que ia se
vestir — ela murmurou.
Ele parou as fantasias destruídas. Quem ele
estava querendo enganar? Aquilo não aconteceria
nunca. E, por mais que desejasse fazer sexo com alguém, certamente não queria que
fosse com ela. Sacudiu a cabeça e foi se
vestir.
Quando voltou, encontrou-a sentada à mesa da cozinha, diante da caixa de rosquinhas que permanecia
fechada. Serviu-se de café e sentou-se
diante dela.
— Você não fez a barba — ela disse, encarando-o.
— Não pensei que fosse necessário. Nunca me barbeio
nos meus dias de folga.
— Oh.
Droga. Algumas mulheres achavam atraente aquela aparência. Ou... ao menos pensava que fosse assim. Dulce parecia
apenas nervosa.
— Então, vai me dizer o que veio fazer aqui vestida desse jeito ou deverei
adivinhar a razão?
— O que há de errado com o jeito de me vestir? — perguntou, franzindo a testa.
— Nada.
— Então por que...
— O que está fazendo na minha cozinha, Dulce?
Ela umedeceu os lábios e respirou
fundo.
— Queria pedir
desculpas. Pelo que fiz a noite passada.
Dulce estava pedindo desculpas? Para ele?
— Não devia ter rido de você. Eu apenas... Não percebi que estava falando sério. Você vive me provocando. Assim, pensei que estivesse brincando e
esperando pela minha resposta para caçoar mais ainda.
Christopher não disse nada.
Apenas ficou parado ali, observando-a, esperando-a prosseguir.
— Eu não estava rindo de você, Christopher.
Estava rindo com você. Pensei que
estivesse fazendo uma piada sobre a tal maldição. Pensei que tivesse sido celibatário todo esse tempo por qualquer outra razão. Isto é, olhe para você. Qualquer mulher iria querer...
Christopher sorriu. Então ela o achava
atraente sem se barbear.
— Não é esse o meu
problema. — Ele tomou um
grande gole de café, e então abaixou a xícara. — As mulheres querem ir para a cama comigo. Mas alguma coisa sempre
acontece. Como no último episódio com... bem, não me lembro do
nome dela. — Parou de falar. — Por que diabos estou discutindo isso com você?
— Porque posso
ajudá-lo. — Ela estendeu a mão e pegou uma
rosquinha, apesar de não ter vontade
alguma de comê-la.
— Duvido. — Observou-a com atenção. — Nem sei por que me passou pela cabeça lhe pedir ajuda. Você sabe melhor do
que ninguém que não acredito nessa bobagem de mágica.
Os olhos dela se estreitaram e seu rosto ficou vermelho de raiva.
Parecia prestes a dar uma resposta agressiva. Porém, respirou fundo e fechou a boca, conseguindo se controlar.
— Por que, pelo
menos, não me deixa
tentar?
Christopher recostou-se à cadeira. Aquilo
estava se tornando interessante. Desde quando ela tinha perdido uma oportunidade
de repreendê-lo?
— A mulher que estava
com você... e de quem
nem se lembra o nome...
— O que tem ela? — Dulce Maria pegou de novo a xícara de café e tomou um
gole.
— Com todas as
mulheres foi assim? Mulheres que você mal
conhecia, com quem apenas queria dormir?
— Bem, de fato,
sim.
Dulce deu de ombros.
— Então, talvez esse seja o problema. Talvez inconscientemente você esteja sabotando a si mesmo porque não quer de fato dormir com uma estranha.
— Ora, ora, está parecendo mais uma psiquiatra do que uma bruxa.
Mais uma vez Dulce evitou uma resposta agressiva.
— Talvez fosse
melhor se a sua primeira vez fosse com alguém... conhecido.
Alguém... que você conhecesse há bastante
tempo.
— Certo. Quem, por
exemplo? — Christopher tomou um grande
gole de café. Amargo e
forte, como ele gostava.
Autor(a): lovedyc
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 153
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stellabarcelos Postado em 15/04/2016 - 11:49:30
Amei! Muito linda
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natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:14:10
e posta em noites do oriente tbm, vc nunca mais postou la...
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natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:14:10
e posta em noites do oriente tbm, vc nunca mais postou la...
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natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:14:08
e posta em noites do oriente tbm, vc nunca mais postou la...
-
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:14:05
e posta em noites do oriente tbm, vc nunca mais postou la...
-
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:49
Amei!!!
Blood Coven 1 - Boys That Bite -
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:48
Amei!!!
Blood Coven 1 - Boys That Bite -
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:46
Amei!!!
Blood Coven 1 - Boys That Bite -
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:44
Amei!!!
Blood Coven 1 - Boys That Bite -
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:43
Amei!!!
Blood Coven 1 - Boys That Bite