Fanfics Brasil - Feitiço de Amor (Terminada)

Fanfic: Feitiço de Amor (Terminada)


Capítulo: 9? Capítulo

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O lugar
arrepiava seus cabelos. Primeiro, era velho e mais assustador do que se
lembrava. A casa era de estilo g
ótico, com
janelas altas e estreitas. Havia sido pintada re­centemente, era verdade, e
passado por alguns reparos. Mas o canteiro de mato que o pai lhe assegurara ser
um jardim de ervas, ocupava metade do quintal, e um de flores ladeava um
caminho. Tamb
ém havia árvores e arbustos para manter o centro bem
escondido. Era por isso que ningu
ém
de fora podia ver o que existia naquela parte do terreno. Ele sempre ficava
imaginando o que haveria nas profundezas daquele quintal. E ainda havia os
sinos de vento enfileirados na va­randa e que soavam sem parar. O lugar lhe
dava calafrios, Christopher pensou. Ficou na expectativa de, a qualquer
momen­to, ser atacado por uma revoada de morcegos.


Seu pai
tinha sido acometido por uma misteriosa tosse, jus­tamente na hora de sair para
o jantar, e insistira que se trata­va provavelmente de uma rea
ção alérgica.
Dissera que ele de­veria ir representar a fam
ília,
ou as tr
ês senhoras
se sentiriam ofendidas, e s
ó Deus sabia
o que poderia acontecer ent
ão.


Christopher não
queria nem pensar em quais poderiam ser as conseq
üências. Mesmo que não acreditasse em bruxarias, lembrou a si mesmo.


Tocou a
campainha e imaginou que seria Dulce quem aten­deria
à porta. Mas quem a abriu foi uma senhora com
cabelos grisalhos e olhos bem pretos, e o sorriso de Christopher morreu.


Boa noite, Christopher.
Voc
ê não deve se lembrar de mim. Sou Merriwether. Por
favor, entre.


Boa noite, Christopher disse outra voz, vinda de uma
senhora baixinha e muito magra. Tinha os cabelos macios e brancos como algod
ão, e o rosto de uma avó, daquelas que preparam biscoitos para os
netinhos.
Que bom ver
voc
ê novamente,
meu jovem. Sou Flora, lembra-se de mim?


E eu sou
Fauna
falou uma
outra, tamb
ém baixa, mas
rechonchuda como uma ab
óbora e com o
cabelo da mes­ma cor do legume. Daquela senhora, ele se lembrava.


Estou feliz
em v
ê-las novamente murmurou. Lamento, mas meu pai não pôde
vir. Ele disse que sentia muito perder este jantar.
Enquanto falava, olhava em volta.
Havia
muita coisa
para ver. E o lugar tinha um cheiro de­licioso, do qual ele logo localizou a
fonte: incenso queiman­do em um pote que parecia oriental e muito antigo. E
tinha velas por toda a parte. A maioria cor-de-rosa ou vermelha, ele notou,
imaginando se as cores tinham algum significado especial. Soava uma m
úsica muito suave. Em cada janela se via um
prisma de cristal suspenso, e em cada prateleira estavam alinhadas pedras,
algumas pequenas, outras enor­mes. Uma pequena mesa estava junto
à janela, e sobre ela repousava um caldeirão de ferro preto, e outros itens em vol­ta, como
velas, estatuetas de figuras m
ísticas,
copos de vinho e um espelho de m
ão
ornamentado com prata.


E o que
impediu seu pai de vir, Nathan?
perguntou a
mais alta das senhoras, Merriwether, ele pensou.


Creio que
foi uma rea
ção alérgica ou algo assim ele respondeu, ainda distraído, procurando localizar Dulce, e
imaginando por que estaria fazendo isso. Nem gostava da mo
ça. Inclusive nem de seu tipo. Preferia loiras de
olhos azuis e bustos maiores que os c
érebros.
N
ão ruivas. E ainda com dons de bruxa.


Viu outra
mesa onde estava um elaborado baralho e uma bola de cristal no centro. Sentiu
um arrepio na base do pesco
ço.


Oh, seu pai
adoeceu?
Flora
pareceu preocupada.


Sim, mas se
trata de alergia. Nada s
ério. Ele... A voz de Christopher tremeu. Dulce apareceu no topo das escadas, e ele ficou estático.
Ela era... ela era linda. N
ão parecia
mais a m
édica do
hospital com aquele avental branco e o cabelo preso para tr
ás.


Ela foi
descendo as escadas. Trajava um vestido preto com mangas at
é os punhos, e que destacava os seios e cada uma
das curvas de seu corpo. O cabelo era comprido, muito com­prido, e brilhava
à luz das velas como se fosse mágico. E seus olhos pareciam mais amendoados e
negros que pedra de
ônix.


Por que ela
teria se dado ao trabalho de se arrumar da­quele jeito? Ser
á que Bobby Ridgeway viria logo mais?


Por sua vez,
Dulce sentia raiva de si mesma. Por que escolhera aquele vestido preto t
ão chamativo se era Christopher McBride o
convidado? Por qu
ê? Pelo amor
de Deus, por que caprichara no traje para se apresentar a um homem que nem
queria ver pela frente?


Talvez para
puni-lo, pensou. Para mostrar
àquele idiota
o que ele estava perdendo por consider
á-la
estranha demais, inteligente demais, jovem demais para o gosto dele. Para que
lamentasse ter pedido outro m
édico no
hospital. E por hav
ê-la
torturado durante toda a inf
ância.


Tudo isso,
por
ém, não significava mais nada para ela, não é?
J
á tinha se esquecido das zombarias sofridas
naquele tem­po, pelo menos era do que tentava se convencer. Mas isso era uma
mentira. Tinha se apaixonado pelo garoto McBride quando crian
ça, e ele retribuíra
o sentimento com ca
çoadas. Bem,
agora ele poderia ver bem no que se transformara a menina do passado.


E, se era
isso o que queria, estava sendo bem-sucedida, porque Christopher n
ão tirava os olhos dela.


Dulce ele disse em
um fio de voz.


Como vai, Christopher?
Como est
á o seu
ombro?


Dolorido
demais. Mas todo o resto parece estar bem.


Quem poderia
ter adivinhado isso?
ela
perguntou docemente.


Ele abaixou
a cabe
ça.


Você podia. E o fez, e eu fui um idiota. Reconheço isso, está bem?


Dulce se surpreendeu com aquelas palavras.


Esse é um pedido de desculpas?


Talvez ele admitiu, atravessando a sala e se aproxi­mando
dela.
Mas não vamos nos esquecer de que eu não era a única
pessoa agressiva naquele pronto-socorro.


Então, está esperando que eu peça desculpas?


Christopher abaixou o olhar, depois a encarou de novo.


Vou lhe
dizer uma coisa, Dulce. Esse vestido que est
á usando é desculpa suficiente para mim. E se dissermos que estamos empatados?


Ela
empalideceu.


Não estou usando este vestido como pedido de
descul­pas. Eu o uso porque estou velha demais para mostrar a l
ín­gua para você.
Mas voc
ê é ainda muito burro para entender a mensagem.


A única mensagem que estou recebendo querida, é: “Ve­nha e me toque".


Pois se enganou
querido, porque significa: "isto aqui n
ão é para você".


E por acaso
eu disse que queria?


Suas calças mostram isso claramente. Olhou para a parte do corpo de Christopher que parecia bem aumentada, pres­sionando o zíper. Mas você tem razão.
Tudo parece estar como sempre.


Antes que
ele pudesse fazer uma observa
ção agressiva,
Dulce olhou admirada para as tr
ês
tias vestidas com seus casacos, dirigindo-se
à porta.


Aonde vocês pensam que vão? perguntou, tentando não se mostrar desesperada.


Vamos ver
Daniel, querida
Merri
anunciou calma­mente.


O pai de Christopher está doente. E o
m
ínimo que podemos fazer.


Sim. Eu
tenho os melhores rem
édios para
alergias
Flora
acrescentou, exibindo o saco com as ervas.


Mas...
mas... tia Flora, o homem tem sua pr
ópria
far­m
ácia!


Flora
colocou a m
ão na boca,
escondendo o riso.


Você está brincando, Dulce. Como se uma farmácia
pudesse ser comparada com rem
édios de
bruxas.


Dulce balançou
a cabe
ça em
desespero.


Mas então... e o jantar?


Seja uma boa
anfitri
ã esta noite,
querida!
Merri ex­clamou.
É
seu dever. Faça com que o nosso convidado se sinta bem, e não nos embarace.


Tudo está pronto, DulceFauna observou. Apenas
pegue as travessas e sirva o jantar.


E divirtam-se! A voz de Flora soou animadíssima.


Bem... Dulce colocou as mãos
nos quadris. Olhou para a porta por onde as tias tinham sumido, e depois se
voltou para Christopher.
Detesto
dizer isso, mas acho que es­tamos sendo... manipulados para ficarmos sozinhos.


De fato,
estranhei a tosse de meu pai. Parecia meio for
çada.
Ele deve ter combinado isso com as suas tias.


Dulce fitou-o, estreitando os olhos.


E essa idéia foi sua?


Gosto de
mulheres loiras de olhos azuis. Mort
ícia
Addams nunca me atraiu.


Ela olhou
para a parte das cal
ças de Christopher que exibia bem a excitação dele.


Oh, posso
ver isso...


Por que não vai montar em sua vassoura?


Não montamos em vassouras, seu idiota.


Bem, não precisa me dizer o uso que faz das vassouras.
N
ão acho que o meu coração agüentaria.


Acho que o
seu z
íper é que não
vai ag
üentar.


Christopher suspirou e abaixou o olhar.


Droga, Dulce,
nem posso acreditar que vim aqui pen­sando em lhe pedir ajuda. Voc
ê está sempre na defensiva e se ofende por qualquer coisa.


Você cresceu me considerando um tipo de maluca satâ­nica e acha que estou na defensiva. De repente, ela ficou alerta. Você veio aqui pedir a minha ajuda?


Nunca achei
que voc
ê era maluca
ou sat
ânica.


Eu nem
acredito no diabo
Dulce disse.


Ah, estou
aliviado. Come
çava a achar
que voc
ê me jul­gava
o pr
óprio demônio.


O modo como
voc
ê me
provocava...
ela começou. Pensei
que era t
ão
supersticioso quanto...


Eu era um
menino. E meninos s
ão idiotas às vezes. Diabos, Dulce, eu provocava
todos os meus amigos.
Ele se
sentia meio confuso.
Creio que
exagerei com voc
ê. E lá no hospital, ainda piorei as coisas. Você ainda está com raiva de mim.


Chega dessa
conversa. Quer comer ou o qu
ê?


Quero falar
uma coisa para voc
ê.


Seus olhares
se encontraram, e Dulce percebeu que ha­via sinceridade no de Christopher.


Penso que...
Eu poderia...
Ele fechou
os olhos brevemente.
Isto vai
soar insano.


— É alguma
coisa f
ísica? O que
pensa que tem Christopher?
O
lado m
édico dela
entrou em alerta, notando que ele esta­va com boa apar
ência, mas, mesmo assim... quem sabe...


Bem, Dulce, é físico,
mas n
ão dó jeito que está pen­sando. Creio que alguma maldição
paira sobre a minha cabe­
ça. Isso
parece loucura?


Ela deu um
passo para tr
ás, olhando-o
com aten
ção total.


Uma maldição. Pensei que não
acreditasse nesse tipo de coisa.


Não acredito. E você?


Claro que
sim.


E... você...por acaso... me amaldiçoou?


Eu fiz o quê? Ela
arregalou os olhos.
Está me perguntando se fiz algum feitiço contra você?


Christopher assentiu.


Ela fechou
os olhos para esconder a dor que sentia. Inesperadamente, sem sentido, mas
real.


Eu sempre
pensei...
Mordendo o lábio, ela apenas sacudiu a cabeça e se voltou de costas para ele.


Dulce Maria  ? Tocou-a no ombro, fazendo com que
ela o encarasse.
Você sempre pensou... o quê?


Que você era o único
que n
ão tinha medo
de mim, Christopher. O
único que não parecia pensar que eu era uma bru­xa, um
monstro. Agora vejo que estava enganada.


Ele arqueou
a sobrancelha ao notar que havia um brilho de l
ágrimas
nos olhos dela. Aproximou-se mais, como se que­rendo comprovar que n
ão estava enganado.


Pois fique
sabendo, Christopher, que eu arrancaria a minha m
ão antes de prejudicar alguém. Não
mato nem aranhas, pelo amor de Deus!


Ele pareceu
envergonhado, mas n
ão se
desculpou.


Diabos, se
voc
ê conhecesse
uma bruxa que sempre o detestou, e andasse com a minha falta de sorte h
á um bom tempo, provavelmente pensaria que...


Pensaria em
pedir ajuda
ela disse.
Caminhou at
é a sala de
jantar e sentou-se
à mesinha
onde estava a bola de cristal e o baralho de cartas.
Então,
o que o faz pensar que est
á amaldiçoado? Talvez as coisas que acontecem com você sejam para beneficiá-lo, não
pensou nisso? Muitas pessoas pensam que est
ão
com azar... perdem avi
ões e
encontros ou seus carros quebram... quando, na verdade, os atrasos prote­geram
suas vidas de desastres.


Bem, esses
meus atrasos n
ão estão me salvando de nada a não ser... do prazer.


Verdade? Dulce o olhou, curiosa. Então,
real­mente pensa que est
á amaldiçoado?


Christopher se aproximou dela, mas não se sentou.


A evidência parece atestar isso.


Que evidência?


Ele suspirou
profundamente e seus olhares se encontraram.


Eu nunca fiz
sexo com ningu
ém em toda a
minha vida. N
ão pela falta
de vontade, mas porque sempre que tento, o mundo parece vir abaixo. Voc
ê pode dar um jeito de essa maldição acabar?


Dulce mordeu o lábio.
Rangeu os dentes. Segurou a res­pira
ção.
Nada ajudou. Caiu numa incontrol
ável risada.
E lamentou no mesmo instante quando viu o rosto de Christopher tomado
pela raiva. Ele se voltou e saiu da casa batendo a porta sem olhar para tr
ás.


A risada de Dulce foi parando, e ela então tomou
consci
ên­cia do que
fizera.


Meu Deus murmurou. Ele
estava falando s
ério. Levantou-se e correu, chamando-o, mas Christopher já havia batido a porta do carro e ligado o motor.


Pensou em
usar de m
ágica para
impedi-lo de ir embora, a fim de que pudesse se desculpar. Por
ém, uma bruxa não
devia manipular os outros. E tamb
ém
n
ão devia magoar nin­guém. E tinha a sensação de que acabara de fazer isso.


Dulce Maria  Sortilege,
o que voc
ê fez? Merri estava muito aborrecida, parada diante da
sobrinha com as m
ãos nos
quadris.


Não tive a intenção. Ela tentou se justificar, sen­tindo-se
uma menina de seis anos de idade.
Christopher es­tava tão insolente... Fiquei com raiva, e então ele me disse uma coisa e eu pensei... bem, eu
n
ão pensei, mas eu... ri dele. Respirou fundo, não
sabendo o que fazer diante do olhar chocado das tias.
Sei que não
devia ter feito isso, mas aconteceu. Quando percebi que ele estava pedindo
ajuda de verdade, e n
ão por caçoada, já era tarde. Ele ficou furioso e foi embora como uma criança malcriada.


E você não
pode culp
á-lo, não é? Merri observou.


Oh, Dulce,
sabe como os homens se ofendem facil­mente, n
ão é? Não
devia ter rido do pobre rapaz.
Fauna torcia
as m
ãos como se
aquela fosse uma situa
ção terrível.


Não fiquem desse jeito. Nunca gostei de Christopher,
e ele jamais gostou de mim, assim provavelmente jamais nos ve­remos de novo
e...


Lamento
muito se isso acontecer, querida!
Flora
exclamou e olhou com tristeza para as irm
ãs. Creio que chegou a hora de contarmos
a ela.


Eu sabia que
estavam me escondendo alguma coisa!


A delicada
Flora encarou a sobrinha, enquanto as outras balan
çavam as mãos
para que ficasse calada.


Querida, as bruxas da
nossa fam
ília têm um segredo, algo que herdamos



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Autor(a): lovedyc

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 153



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  • stellabarcelos Postado em 15/04/2016 - 11:49:30

    Amei! Muito linda

  • natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:14:10

    e posta em noites do oriente tbm, vc nunca mais postou la...

  • natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:14:10

    e posta em noites do oriente tbm, vc nunca mais postou la...

  • natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:14:08

    e posta em noites do oriente tbm, vc nunca mais postou la...

  • natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:14:05

    e posta em noites do oriente tbm, vc nunca mais postou la...

  • natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:49

    Amei!!!

    Blood Coven 1 - Boys That Bite

  • natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:48

    Amei!!!

    Blood Coven 1 - Boys That Bite

  • natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:46

    Amei!!!

    Blood Coven 1 - Boys That Bite

  • natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:44

    Amei!!!

    Blood Coven 1 - Boys That Bite

  • natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:43

    Amei!!!

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