Fanfic: Feitiço de Amor (Terminada)
<!--
/* Font Definitions */
@font-face
{font-family:"Comic Sans MS";
panose-1:3 15 7 2 3 3 2 2 2 4;
mso-font-charset:0;
mso-generic-font-family:script;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:647 0 0 0 159 0;}
/* Style Definitions */
p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal
{mso-style-parent:"";
margin:0cm;
margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:none;
mso-layout-grid-align:none;
text-autospace:none;
font-size:10.0pt;
font-family:Arial;
mso-fareast-font-family:"Times New Roman";}
@page Section1
{size:612.0pt 792.0pt;
margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm;
mso-header-margin:36.0pt;
mso-footer-margin:36.0pt;
mso-paper-source:0;}
div.Section1
{page:Section1;}
-->
O lugar
arrepiava seus cabelos. Primeiro, era velho e mais assustador do que se
lembrava. A casa era de estilo gótico, com
janelas altas e estreitas. Havia sido pintada recentemente, era verdade, e
passado por alguns reparos. Mas o canteiro de mato que o pai lhe assegurara ser
um jardim de ervas, ocupava metade do quintal, e um de flores ladeava um
caminho. Também havia árvores e arbustos para manter o centro bem
escondido. Era por isso que ninguém
de fora podia ver o que existia naquela parte do terreno. Ele sempre ficava
imaginando o que haveria nas profundezas daquele quintal. E ainda havia os
sinos de vento enfileirados na varanda e que soavam sem parar. O lugar lhe
dava calafrios, Christopher pensou. Ficou na expectativa de, a qualquer
momento, ser atacado por uma revoada de morcegos.
Seu pai
tinha sido acometido por uma misteriosa tosse, justamente na hora de sair para
o jantar, e insistira que se tratava provavelmente de uma reação alérgica.
Dissera que ele deveria ir representar a família,
ou as três senhoras
se sentiriam ofendidas, e só Deus sabia
o que poderia acontecer então.
Christopher não
queria nem pensar em quais poderiam ser as conseqüências. Mesmo que não acreditasse em bruxarias, lembrou a si mesmo.
Tocou a
campainha e imaginou que seria Dulce quem atenderia à porta. Mas quem a abriu foi uma senhora com
cabelos grisalhos e olhos bem pretos, e o sorriso de Christopher morreu.
— Boa noite, Christopher.
Você não deve se lembrar de mim. Sou Merriwether. Por
favor, entre.
— Boa noite, Christopher — disse outra voz, vinda de uma
senhora baixinha e muito magra. Tinha os cabelos macios e brancos como algodão, e o rosto de uma avó, daquelas que preparam biscoitos para os
netinhos. — Que bom ver
você novamente,
meu jovem. Sou Flora, lembra-se de mim?
— E eu sou
Fauna — falou uma
outra, também baixa, mas
rechonchuda como uma abóbora e com o
cabelo da mesma cor do legume. Daquela senhora, ele se lembrava.
— Estou feliz
em vê-las novamente — murmurou. — Lamento, mas meu pai não pôde
vir. Ele disse que sentia muito perder este jantar. — Enquanto falava, olhava em volta.
Havia muita coisa
para ver. E o lugar tinha um cheiro delicioso, do qual ele logo localizou a
fonte: incenso queimando em um pote que parecia oriental e muito antigo. E
tinha velas por toda a parte. A maioria cor-de-rosa ou vermelha, ele notou,
imaginando se as cores tinham algum significado especial. Soava uma música muito suave. Em cada janela se via um
prisma de cristal suspenso, e em cada prateleira estavam alinhadas pedras,
algumas pequenas, outras enormes. Uma pequena mesa estava junto à janela, e sobre ela repousava um caldeirão de ferro preto, e outros itens em volta, como
velas, estatuetas de figuras místicas,
copos de vinho e um espelho de mão
ornamentado com prata.
— E o que
impediu seu pai de vir, Nathan? — perguntou a
mais alta das senhoras, Merriwether, ele pensou.
— Creio que
foi uma reação alérgica ou algo assim — ele respondeu, ainda distraído, procurando localizar Dulce, e
imaginando por que estaria fazendo isso. Nem gostava da moça. Inclusive nem de seu tipo. Preferia loiras de
olhos azuis e bustos maiores que os cérebros.
Não ruivas. E ainda com dons de bruxa.
Viu outra
mesa onde estava um elaborado baralho e uma bola de cristal no centro. Sentiu
um arrepio na base do pescoço.
— Oh, seu pai
adoeceu? — Flora
pareceu preocupada.
— Sim, mas se
trata de alergia. Nada sério. Ele... — A voz de Christopher tremeu. Dulce apareceu no topo das escadas, e ele ficou estático.
Ela era... ela era linda. Não parecia
mais a médica do
hospital com aquele avental branco e o cabelo preso para trás.
Ela foi
descendo as escadas. Trajava um vestido preto com mangas até os punhos, e que destacava os seios e cada uma
das curvas de seu corpo. O cabelo era comprido, muito comprido, e brilhava à luz das velas como se fosse mágico. E seus olhos pareciam mais amendoados e
negros que pedra de ônix.
Por que ela
teria se dado ao trabalho de se arrumar daquele jeito? Será que Bobby Ridgeway viria logo mais?
Por sua vez,
Dulce sentia raiva de si mesma. Por que escolhera aquele vestido preto tão chamativo se era Christopher McBride o
convidado? Por quê? Pelo amor
de Deus, por que caprichara no traje para se apresentar a um homem que nem
queria ver pela frente?
Talvez para
puni-lo, pensou. Para mostrar àquele idiota
o que ele estava perdendo por considerá-la
estranha demais, inteligente demais, jovem demais para o gosto dele. Para que
lamentasse ter pedido outro médico no
hospital. E por havê-la
torturado durante toda a infância.
Tudo isso,
porém, não significava mais nada para ela, não é?
Já tinha se esquecido das zombarias sofridas
naquele tempo, pelo menos era do que tentava se convencer. Mas isso era uma
mentira. Tinha se apaixonado pelo garoto McBride quando criança, e ele retribuíra
o sentimento com caçoadas. Bem,
agora ele poderia ver bem no que se transformara a menina do passado.
E, se era
isso o que queria, estava sendo bem-sucedida, porque Christopher não tirava os olhos dela.
— Dulce — ele disse em
um fio de voz.
— Como vai, Christopher?
Como está o seu
ombro?
— Dolorido
demais. Mas todo o resto parece estar bem.
— Quem poderia
ter adivinhado isso? — ela
perguntou docemente.
Ele abaixou
a cabeça.
— Você podia. E o fez, e eu fui um idiota. Reconheço isso, está bem?
Dulce se surpreendeu com aquelas palavras.
— Esse é um pedido de desculpas?
— Talvez — ele admitiu, atravessando a sala e se aproximando
dela. — Mas não vamos nos esquecer de que eu não era a única
pessoa agressiva naquele pronto-socorro.
— Então, está esperando que eu peça desculpas?
Christopher abaixou o olhar, depois a encarou de novo.
— Vou lhe
dizer uma coisa, Dulce. Esse vestido que está usando é desculpa suficiente para mim. E se dissermos que estamos empatados?
Ela
empalideceu.
— Não estou usando este vestido como pedido de
desculpas. Eu o uso porque estou velha demais para mostrar a língua para você.
Mas você é ainda muito burro para entender a mensagem.
— A única mensagem que estou recebendo querida, é: “Venha e me toque".
— Pois se enganou
querido, porque significa: "isto aqui não é para você".
— E por acaso
eu disse que queria?
— Suas calças mostram isso claramente. — Olhou para a parte do corpo de Christopher que parecia bem aumentada, pressionando o zíper. — Mas você tem razão.
Tudo parece estar como sempre.
Antes que
ele pudesse fazer uma observação agressiva,
Dulce olhou admirada para as três
tias vestidas com seus casacos, dirigindo-se à porta.
— Aonde vocês pensam que vão? — perguntou, tentando não se mostrar desesperada.
— Vamos ver
Daniel, querida — Merri
anunciou calmamente.
— O pai de Christopher está doente. E o
mínimo que podemos fazer.
— Sim. Eu
tenho os melhores remédios para
alergias — Flora
acrescentou, exibindo o saco com as ervas.
— Mas...
mas... tia Flora, o homem tem sua própria
farmácia!
Flora
colocou a mão na boca,
escondendo o riso.
— Você está brincando, Dulce. Como se uma farmácia
pudesse ser comparada com remédios de
bruxas.
Dulce balançou
a cabeça em
desespero.
— Mas então... e o jantar?
— Seja uma boa
anfitriã esta noite,
querida! — Merri exclamou. —
É seu dever. Faça com que o nosso convidado se sinta bem, e não nos embarace.
— Tudo está pronto, Dulce— Fauna observou. — Apenas
pegue as travessas e sirva o jantar.
— E divirtam-se! — A voz de Flora soou animadíssima.
— Bem... — Dulce colocou as mãos
nos quadris. Olhou para a porta por onde as tias tinham sumido, e depois se
voltou para Christopher. — Detesto
dizer isso, mas acho que estamos sendo... manipulados para ficarmos sozinhos.
— De fato,
estranhei a tosse de meu pai. Parecia meio forçada.
Ele deve ter combinado isso com as suas tias.
Dulce fitou-o, estreitando os olhos.
— E essa idéia foi sua?
— Gosto de
mulheres loiras de olhos azuis. Mortícia
Addams nunca me atraiu.
Ela olhou
para a parte das calças de Christopher que exibia bem a excitação dele.
— Oh, posso
ver isso...
— Por que não vai montar em sua vassoura?
— Não montamos em vassouras, seu idiota.
— Bem, não precisa me dizer o uso que faz das vassouras.
Não acho que o meu coração agüentaria.
— Acho que o
seu zíper é que não
vai agüentar.
Christopher suspirou e abaixou o olhar.
— Droga, Dulce,
nem posso acreditar que vim aqui pensando em lhe pedir ajuda. Você está sempre na defensiva e se ofende por qualquer coisa.
— Você cresceu me considerando um tipo de maluca satânica e acha que estou na defensiva. — De repente, ela ficou alerta. — Você veio aqui pedir a minha ajuda?
— Nunca achei
que você era maluca
ou satânica.
— Eu nem
acredito no diabo — Dulce disse.
— Ah, estou
aliviado. Começava a achar
que você me julgava
o próprio demônio.
— O modo como
você me
provocava... — ela começou. — Pensei
que era tão
supersticioso quanto...
— Eu era um
menino. E meninos são idiotas às vezes. Diabos, Dulce, eu provocava
todos os meus amigos. — Ele se
sentia meio confuso. — Creio que
exagerei com você. E lá no hospital, ainda piorei as coisas. Você ainda está com raiva de mim.
— Chega dessa
conversa. Quer comer ou o quê?
— Quero falar
uma coisa para você.
Seus olhares
se encontraram, e Dulce percebeu que havia sinceridade no de Christopher.
— Penso que...
Eu poderia... — Ele fechou
os olhos brevemente. — Isto vai
soar insano.
— É alguma
coisa física? O que
pensa que tem Christopher? — O
lado médico dela
entrou em alerta, notando que ele estava com boa aparência, mas, mesmo assim... quem sabe...
— Bem, Dulce, é físico,
mas não dó jeito que está pensando. Creio que alguma maldição
paira sobre a minha cabeça. Isso
parece loucura?
Ela deu um
passo para trás, olhando-o
com atenção total.
— Uma maldição. Pensei que não
acreditasse nesse tipo de coisa.
— Não acredito. E você?
— Claro que
sim.
— E... você...por acaso... me amaldiçoou?
— Eu fiz o quê? — Ela
arregalou os olhos. — Está me perguntando se fiz algum feitiço contra você?
Christopher assentiu.
Ela fechou
os olhos para esconder a dor que sentia. Inesperadamente, sem sentido, mas
real.
— Eu sempre
pensei... — Mordendo o lábio, ela apenas sacudiu a cabeça e se voltou de costas para ele.
— Dulce Maria ? — Tocou-a no ombro, fazendo com que
ela o encarasse. — Você sempre pensou... o quê?
— Que você era o único
que não tinha medo
de mim, Christopher. O único que não parecia pensar que eu era uma bruxa, um
monstro. Agora vejo que estava enganada.
Ele arqueou
a sobrancelha ao notar que havia um brilho de lágrimas
nos olhos dela. Aproximou-se mais, como se querendo comprovar que não estava enganado.
— Pois fique
sabendo, Christopher, que eu arrancaria a minha mão antes de prejudicar alguém. Não
mato nem aranhas, pelo amor de Deus!
Ele pareceu
envergonhado, mas não se
desculpou.
— Diabos, se
você conhecesse
uma bruxa que sempre o detestou, e andasse com a minha falta de sorte há um bom tempo, provavelmente pensaria que...
— Pensaria em
pedir ajuda — ela disse.
Caminhou até a sala de
jantar e sentou-se à mesinha
onde estava a bola de cristal e o baralho de cartas. — Então,
o que o faz pensar que está amaldiçoado? Talvez as coisas que acontecem com você sejam para beneficiá-lo, não
pensou nisso? Muitas pessoas pensam que estão
com azar... perdem aviões e
encontros ou seus carros quebram... quando, na verdade, os atrasos protegeram
suas vidas de desastres.
— Bem, esses
meus atrasos não estão me salvando de nada a não ser... do prazer.
— Verdade? — Dulce o olhou, curiosa. — Então,
realmente pensa que está amaldiçoado?
Christopher se aproximou dela, mas não se sentou.
— A evidência parece atestar isso.
— Que evidência?
Ele suspirou
profundamente e seus olhares se encontraram.
— Eu nunca fiz
sexo com ninguém em toda a
minha vida. Não pela falta
de vontade, mas porque sempre que tento, o mundo parece vir abaixo. Você pode dar um jeito de essa maldição acabar?
Dulce mordeu o lábio.
Rangeu os dentes. Segurou a respiração.
Nada ajudou. Caiu numa incontrolável risada.
E lamentou no mesmo instante quando viu o rosto de Christopher tomado
pela raiva. Ele se voltou e saiu da casa batendo a porta sem olhar para trás.
A risada de Dulce foi parando, e ela então tomou
consciência do que
fizera.
— Meu Deus — murmurou. — Ele
estava falando sério. — Levantou-se e correu, chamando-o, mas Christopher já havia batido a porta do carro e ligado o motor.
Pensou em
usar de mágica para
impedi-lo de ir embora, a fim de que pudesse se desculpar. Porém, uma bruxa não
devia manipular os outros. E também
não devia magoar ninguém. E tinha a sensação de que acabara de fazer isso.
— Dulce Maria Sortilege,
o que você fez? — Merri estava muito aborrecida, parada diante da
sobrinha com as mãos nos
quadris.
— Não tive a intenção. — Ela tentou se justificar, sentindo-se
uma menina de seis anos de idade. — Christopher estava tão insolente... Fiquei com raiva, e então ele me disse uma coisa e eu pensei... bem, eu
não pensei, mas eu... ri dele. — Respirou fundo, não
sabendo o que fazer diante do olhar chocado das tias. — Sei que não
devia ter feito isso, mas aconteceu. Quando percebi que ele estava pedindo
ajuda de verdade, e não por caçoada, já era tarde. Ele ficou furioso e foi embora como uma criança malcriada.
— E você não
pode culpá-lo, não é? — Merri observou.
— Oh, Dulce,
sabe como os homens se ofendem facilmente, não é? Não
devia ter rido do pobre rapaz. — Fauna torcia
as mãos como se
aquela fosse uma situação terrível.
— Não fiquem desse jeito. Nunca gostei de Christopher,
e ele jamais gostou de mim, assim provavelmente jamais nos veremos de novo
e...
— Lamento
muito se isso acontecer, querida! — Flora
exclamou e olhou com tristeza para as irmãs. — Creio que chegou a hora de contarmos
a ela.
— Eu sabia que
estavam me escondendo alguma coisa!
A delicada
Flora encarou a sobrinha, enquanto as outras balançavam as mãos
para que ficasse calada.
— Querida, as bruxas da
nossa família têm um segredo, algo que herdamos
Autor(a): lovedyc
Este autor(a) escreve mais 12 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
<!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:"Comic Sans MS"; panose-1:3 15 7 2 3 3 2 2 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:script; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:647 0 0 0 159 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagin ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 153
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
stellabarcelos Postado em 15/04/2016 - 11:49:30
Amei! Muito linda
-
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:14:10
e posta em noites do oriente tbm, vc nunca mais postou la...
-
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:14:10
e posta em noites do oriente tbm, vc nunca mais postou la...
-
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:14:08
e posta em noites do oriente tbm, vc nunca mais postou la...
-
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:14:05
e posta em noites do oriente tbm, vc nunca mais postou la...
-
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:49
Amei!!!
Blood Coven 1 - Boys That Bite -
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:48
Amei!!!
Blood Coven 1 - Boys That Bite -
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:46
Amei!!!
Blood Coven 1 - Boys That Bite -
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:44
Amei!!!
Blood Coven 1 - Boys That Bite -
natyvondy Postado em 30/01/2010 - 19:12:43
Amei!!!
Blood Coven 1 - Boys That Bite