Fanfic: Just Like Heaven | Tema: Supernatural

– Oi Sam. - A voz doce da garota soou do outro lado da linha, fazendo as mãos de Sam gelarem. Ele se sentiu estranhamente nervoso, não esperava que depois de tantos anos, Amelia entraria em contato. - Desculpe não dar notícias.

– Amelia, oi! - Murmurou, contendo a diferente emoção que tentava escapar em suas palavras. Rolou para fora da cama, esquecendo-se do corpo da loira, que anteriormente, se apoiava no dele. - Como você está? Faz tanto tempo.

– Uns dez anos. - Amelia riu, sua risada trazendo á Sam, lembranças que há muito haviam se perdido. - Tentei falar com o Dean, mas os telefones dele não estão funcionando. Tem noticias dele?

– Não nos vemos há, sei lá, um ano. - Sam riu nervoso, beirando brevemente o deboche. Como explicar á Amelia que não falava com o irmão havia tanto tempo? - Dean está em Michigan, até onde eu sei.

– Até onde sabe?

– É complicado Amelia.

– A vida de vocês sempre foi complicada demais. - Comentou Amelia, sorrindo enquanto proferia as palavras. - Senti saudades Sam, podemos nos encontrar?

– Claro! - Sam tentou conter sua animação, quando a garota de nome desconhecido, se mexeu na cama. - Aonde você está?

– Vou até você. - Amelia respondeu, mantendo sempre em segredo grande parte de sua vida, inclusive os lugares em que se escondia. - Aonde você está?

– Michigan. - Sam sorriu sem graça. - Battle Creek.

– Chego aí em, - Uma breve pausava foi feita, e Sam pôde imaginá-la olhando em seu velho relógio de pulso. - Duas horas.

– Combinado. - Concordou desligando o telefone em seguida.

Não se lembrava muito de Amelia, a última vez que a vira foi quando Caleb foi assassinado, a garota deveria ter uns dezessete anos e já estava na estrada há muito tempo, sempre ajudando o homem que a criou. Sam se lembrava da noite que passaram na cabana de Caleb, se lembrava da pequena garota de cabelos negros, pouco mais nova que ele, o olhar curiosa da porta do quarto. Jamais esqueceria-se daquele par de olhos azuis cintilantes.

– Sam?

– Oi, Sophie. - O homem se virou para olhar a loira que estava esticada em sua cama. - Megan. - Se corrigiu ao observar o rosto confuso da garota. - Sinto muito por acordá-la.

– Não tem problemas. - Ela sorriu se levantando da cama, deixando o lençol branco de seda escorregar por seu corpo. Sam a olhou, malicioso, observando as curvas da bela garota com quem havia passado a noite. - Quem é Amelia?

Talvez se ela não tivesse tocado no nome de Amelia, Sam poderia ter voltado para a cama com ela. Mas quando os olhos verdes da garota encontraram os dele, ele percebeu que não eram aquelas olhos que ele queria que o observasse. Balançou sua cabeça de um lado para o outro, e se afastou da loira, procurando por suas calças que estavam jogadas em algum canto daquele quarto de hotel.

– Uma velha amiga. - Respondeu, se vestindo. Não direcionou seus olhos para a garota, apenas continuou abotoando sua calça e depois passando a camiseta cinza por cima de seus ombros. - Olha, tenho que sair, tudo bem?

– Eu disse algo que não devia?

Não, ela não havia dito algo que não devia, Sam quem havia interpretado mal. Não poderia continuar ali naquele quarto com ela, sendo que seus pensamentos só conseguiam se focar em Amelia.

– Não, Megan. - Raspou a garganta. - Ela é uma pessoa especial para mim, e eu não a vejo há anos, por isso vou encontrá-la.

Megan sorriu, sentindo-se mais tranquila. Sam era um cara legal, ela poderia continuar saindo com ele se ele quisesse continuar á vê-la.

– Você me liga?

– Claro. - Sam murmurou, forçando um sorriso no canto dos lábios. Ele não ligaria, o Sam que ele era agora, não ligaria para procurar uma mulher que mal conhecia, outras apareceriam de qualquer forma. - Até mais, Megan.

A garota não respondeu, apenas escondeu seu sorriso até sair pela porta. Assim que o baque da porta soou pelo quarto, Sam pode relaxar seus ombros.

Céus, mal podia acreditar que tinha falado com Amelia há poucos minutos! Não conseguia conter sua surpresa, mas de alguma forma estranha, aquilo não estava mexendo com ele.

Ela fora seu primeiro amor, e agora, finalmente tinha falado com ela de novo, então porque não estava pulando de felicidade? Claro que ficara feliz, realmente ficara, mas sempre que pensava em Amelia cogitava como seria falar com ela e vê-la de novo, e agora, que finalmente tinha conseguido, aquilo não o tinha deixado louco de felicidade.

[...]

Amelia suspirou, deixando o telefone no assento a seu lado. Um sorriso bobo dançou em seus lábios, trazendo as lembranças daquele passado tão distante, mas que parecia, agora, tão próximo de se repetir.

– Você vai se meter em confusão, não vai garota?

A voz do velho Singer surgiu na porta de seu quarto provisório, a fazendo virar seu rosto e o olhar com um olhar divertido.

– O senhor me pediu para ligar, Bobby. E foi a melhor coisa que eu fiz.

– Lhe pedi para ligar para o Dean, está confundindo os irmãos, minha filha? - A voz de Bobby mantinha o ar de divertimento também, ele sabia dos sentimentos que Amelia sempre nutriu por Sam, mas pensava que depois de tantos anos, o sentimento tivesse se esvairado. - Não se iluda Amelia, Sam não é o mesmo garoto que você viu no funeral de Caleb.

– Eu também não sou a mesma garota, Bobby. - Comentou. - A dor me mudou.

– A dor muda á todos nós, querida. - Bobby se sentou, o copo cheio de Whisky barato se agitou em suas mãos. - Mas não é disso que estou falando, Amelia. Sam não é a mesma pessoa, alguma coisa mudou dentro dele.

– Claro que mudou. - Grunhiu se levantando e caminhando em direção ao velho guarda-roupa que Bobby lhe tinha arrumado. Sua cabeça deu uma leve fisgada antes de ela proferir as seguintes palavras. - Ele foi para o Inferno, isso deve mudar qualquer pessoa.

– É, você está certa. - Bobby sorriu brevemente, erguendo seus braços enquanto caminhava até a porta. - Não arrume confusão, Amelia.

Amelia riu alto. Caleb, Bobby, John e até mesmo o pasto Jim, sempre lhe diziam aquelas palavras, como se ela fosse a maior causadora de confusão do mundo. É, talvez, ela fosse.

– Pode deixar!