Fanfic: PROIBIDA - SERIE SEGREDOS ADAPTADA - FINALIZADA | Tema: PONNY, HOT, AYA
Assim, fui indireto, encarando-o:
- Fui ao cinema com Claudinha.
- A maluca que ajudou você a causar a confusão toda. – Passou a mão pela barba escura, atento. – Aliás, por que fez tudo isso?
- Derrick estava sendo abusado. – Rosnei.
- Como? Tentou agarrar a Annie?
- Não foi bem isso. – Desviei o olhar, incomodado. – Ficou coladinho, o braço em volta do ombro dela, de mãos dadas.
- Só isso?
- Só isso? – Olhei-o, indignado.
Heitor suspirou. Apoiou os braços sobre a mesa e se inclinou para frente, olhando-me. De todos nós, era o mais analítico e sereno.
Mas seu jeito sempre observador me incomodava, parecia sempre ver mais do que eu queria mostrar.
- Pelo que sei, Annie é maior de idade. E é responsável. Que mal há em segurar a mão do namorado no cinema?
- Derrick não é namorado dela. – Falei entredentes.
- Nem você.
Isso me assustou. Nos encaramos e senti o coração disparar. Mas antes que conseguisse reagir, ele indagou:
- O que há com você? Primeiro, passa a praticamente desprezar a menina. Vi como tentou se aproximar esses anos e você sempre mal humorado, como se ela fosse uma pirralha que enche seu saco. Depois, fica desse jeito, cheio de ciúmes. Qual é a sua, Alfonso?
Mais do que suas palavras e seu tom duro, o que mais me desconcertou foi seu olhar. Havia uma desconfiança ali, algo que procurava comprovar.
Fiquei imobilizado na cadeira. Ainda não tinha coragem de contar tudo. Nem tanto por Heitor, mas pela família de forma geral. Imaginei Pedro perdendo a cabeça e partindo para cima de mim. O olhar de censura de Chris. E o que aquilo acarretaria para nosso pai, preso naquela cadeira, mas consciente de tudo. E fiquei calado.
Mantive meus olhos nos de Heitor e nenhum de nós dois recuou. Parecíamos medir forças, mas era mais do que isso. Era uma disputa para saber o que acontecia e minha em lutar se deixava à mostra ou não.
Por fim, não tive coragem de deixar sair. Ainda era difícil aceitar tudo, imagine como seria para eles.
- Eu me preocupo com Anahi. – Falei baixo.
- Isso está muito estranho. – Retrucou no mesmo tom.
- Estranho por quê? – Continuava o mais impassível possível. – Por não deixar um qualquer encostar nela?
- Derrick é um bom rapaz, e nosso empregado. Não quero confusão na fazenda. – Seu olhar ainda era sério e avaliador. – Estou tentando entender você, Alfonso.
- Não se preocupe. – Eu me ergui, exasperado, enfiando o chapéu na cabeça. – Se ele se comportar direito, faço o mesmo.
Sentia que havia mais para ser dito. Heitor estava desconfiado, isso estava na cara. Não sei se chegava a imaginar que eu tinha algo com Annie ou só achava que meus sentimentos estavam confusos. Mas como sempre, ele ia ficar de olho até ter certeza. Só então me acusaria de algo.
O cerco parecia se fechar. E pensei que teria que começar a deixar que notassem mesmo, mas sem ser tão direto. Precisava falar o quanto antes com Tia, pedir a ajuda e o conselho dela. E depois de Tia, quem mais poderia nos entender era Heitor. O problema era que, falando para ele, Pedro saberia. Os dois eram amigos, não esconderiam algo assim um do outro. E Pedro era muito cabeça quente, fazia merda e pensava depois.
- É só isso? – Indaguei, preocupado.
- É. – Não completou mais nada. Mas para quê, se tudo ficou óbvio. Eu estava na mira dele.
Acenei com a cabeça e caminhei para a porta, puto com Derrick. Devia ter vindo falar comigo, não com meu irmão.
Saí e voltei a cuidar do meu trabalho, mas passei a manhã preocupado. Na hora do almoço, lavei a cabeça no tanque fora do refeitório para refrescar, deixei a camisa suada aberta, enxuguei-me de qualquer jeito e fui pegar minha comida. Estava cheio àquela hora, a maioria de homens. Mas havia mulheres também. Todos falavam, riam, conversavam. Cumprimentei várias pessoas e meus amigos mais chegados me chamaram pra mesa deles. Acenei.
O antigo cozinheiro da fazenda, Cicinho, tinha morrido há uns sete anos. Ninguém confiou de deixar Rosendo assumir a cozinha sozinho, embora fosse um cozinheiro de mão cheia. Mas era doidinho e mesmo aos 36 anos, parecia uma criança, rindo à toa e sem malícia.
Se não tivesse alguém perto dele, se distraía e esquecia da vida.
Chris achou melhor contratar mais uma pessoa e ninguém dava certo ali. Não tinham a paciência de Cicinho com as maluquices do rapaz. E assim acabavam não ficando. Até que a esposa de um dos vaqueiros ficou viúva. Não tinha filhos e pediu algum emprego na fazenda. Foi trabalhar com Rosendo.
E incrivelmente se deu bem com ele.
Tratava-o como a um filho, levava-o para passear na cidade, cuidava dele direitinho. Agora tinha metido na cabeça que ele merecia se casar e estava à caça de uma boa esposa.
Até então, não tinha dado muito certo.
- Oi, dona Geralda. – Cumprimentei-a, indo pegar meu prato na bancada da cozinha. Lá não tinha aquilo de se servir. Eles colocavam comida no prato pra todo mundo, para não ter desperdício.
- Oi, meu filho. – Sorriu para mim. Era baixinha, levemente cheinha e negra, com cabelos trançados presos em volta da cabeça, sempre com vestidos estampados e sorriso aberto. A pele quase não tinha rugas, apesar dos seus 60 anos. – Hoje tem carne assada, como você gosta.
- Então pode caprichar. – Sorri de volta e foi o que ela fez, toda satisfeita.
Rosendo se aproximou rápido com uma jarra de refresco balançando, animado para encher meu copo. Como sempre sorria, os
olhos castanhos alegres e vivos, as bochechas coradas. Eu o cumprimentei, agradeci e, munido do meu prato e copo em uma bandeja, fui até a mesa onde estavam alguns peões da fazenda e meus amigos. De passagem vi Derrick em outra mesa, me encarando. Olhei para ele de cara feia.
Por um momento, sustentou meu olhar. Mas então o desviou e segui em frente, ainda irritado porque foi falar com Heitor antes de resolver comigo. Mariquinha. Fofoqueiro.
- Cara, to sabendo que tem festa sábado no casarão. – Disse Tertúlio quando sentei, curioso. – Parece que vem gente chique, até das “Oropa”!
- Da Europa é exagero. Vem uns clientes de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Goiânia e São Paulo. É a comemoração pelo prêmio que ganhamos como melhor produtor esse ano. – Expliquei. – disse que vai liberar churrasco e bebida aqui no refeitório para quem quiser comemorar.
- Oba! – Eles festejaram, animados.
- Tu “vai” ficar lá ou aqui? – Rubinho atacava a comida do seu prato como se ela fosse fugir, falando de boca cheia.
- Lá e aqui. – Dei de ombros.
- E na semana que vem tem outra festa, seu aniversário. E aí, resolveu o que vai fazer? – Perguntou Dado.
- Ainda não. – Meu aniversário de 26 anos caía numa quinta-feira e eu tinha resolvido comemorar no Falconetes, mas por enquanto não era nada certo.
Ficamos de bate papo e depois sentamos lá fora, enquanto alguns deles fumavam e tomavam um café preto. Quando o horário do almoço acabou, todo mundo voltou para a lida na fazenda. Acabei demorando mais tempo do que o previsto e quando cheguei em casa, suado e sujo, com chapéu enterrado
na cabeça, roupa empoeirada e camisa aberta, a primeira pessoa que vi foi Anahi.
Ela estava entrando na sala, vinda da cozinha, enquanto eu vinha de fora. Paramos e nos olhamos. Na mesma hora meu corpo inteiro reagiu. Um fogo se acendeu em meu interior e me lambeu como labareda, incendiando cada célula, cada recanto. Meu coração bateu como um cavalo em pleno galope e senti um tropel de sentimentos a me atacar, sem dó.
Estava linda, o cabelo loiro caindo sobre os ombros e os seios, como uma massa viva, a blusa branca dando-lhe um toque de pureza, doçura, que só eram confirmados pelos olhos castanhos claros amorosos. Parecia uma visão do paraíso e me senti grande, sujo, suado. Mas completamente apaixonado.
Autor(a): hadassa04
Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
O desejo veio tão quente e intenso que foi impossível não sentir como algo físico, uma terceira presença entre nós. Estava imóvel perto da escada e minha vontade foi agarrá-la e beijá-la ali mesmo, depois arrastá-la até o quarto e deixá-la nua, sem demora, deitando sobre seu corpo, fazend ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 167
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
hadassa04 Postado em 25/01/2016 - 17:42:20
Fran, não tenha medo de ler FERIDA, a dor é grande, eu sentia odio em determinados momentos, mas o livro é inebriante, vale a pena
-
franmarmentini♥ Postado em 19/01/2016 - 15:42:55
ai que dor no core...acabou ;( to com medo de ler o segundo livro...pelo jeito vão sofrer horrores...eu sempre vou olhar o poncho e a any dessa fic com carinho na outra kkkkkkkkkkkkkkkkkkk vou adorar saber um pouquinho mais deles na outra fic*
-
franmarmentini♥ Postado em 19/01/2016 - 15:36:43
ai que deliciaaaaaaa
-
franmarmentini♥ Postado em 19/01/2016 - 15:27:07
haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
-
franmarmentini♥ Postado em 19/01/2016 - 15:20:57
ai que lindos meu deus!!!!!!!!!!!!!!! é muito lindoooooooooooooooooooooooooooo ler tudo isso.
-
franmarmentini♥ Postado em 19/01/2016 - 15:14:41
haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaa foi lindo o casamento...ai deus eu sou uma lagrima...uma não um monte ;(
-
franmarmentini♥ Postado em 19/01/2016 - 15:08:43
aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii janaaaaaaa to me afogando em lagrimas...tomei coragem pra terminar de ler...
-
franmarmentini♥ Postado em 18/01/2016 - 15:54:18
;(
-
hadassa04 Postado em 13/01/2016 - 23:38:42
Cris linda da titia que bom que gostou... te espero em FERIDA
-
hadassa04 Postado em 13/01/2016 - 23:37:14
Fran tbm amo essa fic, e meu coração doeu ao finaliza-lá mas era preciso