Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Anahi •

Eu estava com uma raiva tão grande, mas tão grande que eu só não fui embora no primeiro taxi que eu vi, porque Millena me segurou pelo braço. Só ali eu consegui voltar para minha realidade. Voltar para meu eu racional e não emocional. Eu nunca pensei que fosse sentir tanto ciúmes. Mas vê-las conversando tão intimamente, trocando aqueles olhares de ‘saudades’ e toda aquela coisa de minha `mascotinha’… Foi de me tirar o folego, de me tirar do sério… Fiquei o caminho todo de volta para casa remoendo aqueles minutinhos de conversa que Maria teve com a coleguinha de escola. E a cada vez que a cena se repetia em minha cabeça, mais raiva eu sentia de tudo. Dela, de mim, das meninas por terem levado-a até lá.

Quando enfim chegamos em casa eu vi que Maria ainda lá. E para me deixar ainda mais irritada ela desceu do taxi junto da gente.

Anahi: Você não ia para o hotel? - Eu perguntei de cara fechada, chamando a atenção de minhas filhas e Samara.

Dulce Maria: Resolvi ficar. Amanha, assim que eu acordar eu vou.

Eu não disse nada, revirei os olhos, respirei fundo e fui em direção a porta de entrada, deixando todos para trás. Eu queria tomar um banho de banheira, beber uma bebida bem forte e apagar na minha cama.

As coisas estavam acontecendo de uma maneira muito estranha em minha vida… Tudo estava intenso demais, louco demais, e até bom demais.

Eu me apaixonei perdidamente, e amei loucamente Dulce Maria quando tinha dezesseis anos, mas não durou quase nada, nem mesmo um verão inteiro. Mas aqueles dias foram os melhores que eu havia vivido em minha vida. Que mesmo sendo um passado distante, quase apagado, eu sempre soube que ela era meu grande amor. Os anos passaram e a lembrança de Maria ficou guardada em mim como algo tão distante, que parecia até coisa de outras vidas… Eu sabia que poderia vê-la outra vez, mas jamais imaginei que as coisas entre a gente fossem permanecer intactas.  Como se o tempo não tivesse passado, como se tudo que vivemos juntas naqueles poucos dias, tivesse sido a dezesseis horas e não dezesseis anos…

Terminei meu banho, vesti meu roupão e entrei em meu quarto. Maria estava sentada em minha cama, como se me esperasse há muito tempo. Por incrível que pareça eu não me assustei ao vê-la ali.

Anahi: Você conhece bem a casa, então sabe que o quarto de hospedes não é aqui. - Eu disse sem olhar para ela indo em direção ao closet.

Ela não me respondeu. Mas eu senti que ela vinha até onde eu estava… Peguei uma roupa qualquer, tirei meu roupão e comecei a vesti-la.

Dulce Maria: Qual o problema Anahi? - Ela disse ao parar na porta no closet, olhando eu me vestir.

Anahi: Privacidade, você conhece? - Eu estava mesmo irritada. - Então por favor, vá para seu quarto…

Dulce Maria: Você está toda irritadinha só porque eu encontrei a mascotinha? - Ela disse como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Anahi: Eu não estou irritadinha. - Eu disse ainda com mais raiva, passei por ela como um furação, entrei no banheiro pendurando meu roupão e voltei para o quarto com um creme corporal em mãos. Maria ainda estava na porta do closet, só que virada para o quarto.

Dulce Maria: Anahi… - Ela respirou fundo antes de começar a falar. - Por favor, para com isso, não tem motivo para você está desse jeito.

Anahi: Desse jeito? Que jeito? - Eu disse debochada, sentada em minha cama, já passando creme em minhas pernas.

Dulce Maria: Da para pelo menos você me levar a sério? - Eu disse em tom um pouco mais alto.

Anahi: Sério que de jeito? - Eu também aumentei meu tom. - Do mesmo jeito que aquelazinha falou com você? Toda se querendo, falando com você como se fossem intimas. – Eu disse com raiva.

Dulce Maria: Você é maluca sabia?

Anahi: Eu maluca? Você deu em cima dela na minha cara, e o pior ela correspondeu. - Eu já estava quase gritando.

Dulce Maria: Você está gritando! - Ela disse se aproximou de mim.

Anahi: Não to nem ai se eu to gritando ou não, eu só quero que você sai do meu quarto, agora! - Eu apontei para porta.

Dulce Maria: Por favor, vamos resolver isso. - Ela disse como se tentasse ter calma.

Anahi: Não tem nada para resolver, ficou tudo bem claro para mim.

Dulce Maria: Claro o que? Eu não fiz nada, só falei com ela por dois minutos, não vejo aquela menina desde que ela tem nove anos, não tem nada haver isso que você está falando.