Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Anahi •

Eu estava em choque, completamente tensa com o que havia acabado de acontecer. Nem mesmo as perguntas que minhas filhas fizeram eu consegui responder. Depois de beber aquele copo de whisky eu me levantei ainda calada. Ainda imaginado o que teria acontecido se elas não tivessem chegado naquele momento. Eu precisava ficar sozinha, precisava pensar e tentar me acalmar.

Millena: Mãe? Onde você vai? - Ela pegou em meu braço. - Onde você vai mãe?

Anahi: Eu só quero ficar sozinha. - Eu tirei sua mão de meu braço com delicadeza.

E eu subi, fui direto para o quarto de hospedes e me joguei na cama. Não queria nem mesmo ver Alfonso, ainda mais dormir ao lado dele. Fiquei horas apenas deitada, revendo toda a minha vida. Tudo de ruim que eu já havia passado, mas tudo de bom também. Minha vida era perfeita, mas ao mesmo tempo triste. Eu tinha tudo, mas algo bem grande ainda me faltava… Depois de muito pensar e chorar também, eu consegui pegar no sono e apaguei dormindo sem sonhos….

Acordei na amanha seguinte com uma dor de cabeça tão grande, que mais parecia que eu havia tomado um porre. Levantei meio bamba e entrei no banheiro naquele quarto mesmo. Tirei minhas roupas e tomei uma ducha quente. O acontecido da noite anterior ainda martelava em minha mente. Mas naquele momento já não estava mais em choque, e nem mesmo tensa. Só conseguia sentir tristeza, e uma pontinha de raiva também. Me enrolei na toalha que estava pendurada por lá e fui até meu quarto vestir alguma coisa. No relógio de meu quarto eu vi que eram nove da manha, mas sem duvidas não havia mais ninguém em casa além dos empregados.

Desci tentando espantas as lembranças de Alfonso de mim. E tentando focar no dia de trabalho que eu ainda tinha pela frente. E nada melhor do que Dulce Maria para me fazer esquecer do que havia acontecido.

Assim que entrei na cozinha levei um susto Alfonso estava sentado a mesa com roupas comuns. Ele sorriu para mim meio sem jeito, mas eu continuei séria, apenas segui até a cafeteira decidida a não olhar mais para ele, pegar meu café e toma-lo em qualquer lugar, menos ali…

Alfonso: Por favor… Não me ignore… Me bata, grite comigo, mas não me ignore… - Ele disse sereno me de onde estava, eu permaneci de costas a para ele. - E-eu… eu fui um completo idiota ontem… Um animal… - Eu me virei de frente para ele me encostando a bancada esperando meu expresso ficar pronto. - E realmente não sei nem como me desculpar… Não sei nem se mereço suas desculpas. - Eu cruzei os braços e olhei fixamente para ele, sem dizer uma palavra. - Mas por favor, eu peço que me escute… Que tente pelo menos entender, não precisa aceitar nem nada, só tente entender… - Ele me olhava como se esperasse que eu dissesse alguma coisa, mas apenas afirmei com a cabeça e gesticulei com a mão para que ele continuasse. - Então… Tive um dia muito ruim ontem… Sai mais cedo do trabalho e tudo que eu queria era está ao seu lado, conversar, me distrair… Mas você não estava em casa… - Ele falava como se sentisse dor. - Ai eu resolvi beber alguma coisa mais forte, queria esquecer o dia ruim que tive… Mas acabei bebendo mais do que deveria… E você nunca chegava, eu comecei a ficar bêbado  e mil coisas começaram a se passar em minha cabeça. Comecei a imaginar coisas horríveis  e a lembrar de outras ainda piores… - Sua expressão era de arrependimento. - Você sabe que não posso beber destilado, você sabe que eu perco o controle… E quando você chegou, depois de tanto tempo de espera, eu já estava fora de mim… - Ele me pedia desculpas com os olhos, já eu ainda permanecia no mesmo lugar e com a mesma cara. - Me desculpa pelas coisas que eu disse, me desculpa por ter gritado com você… Desculpa ter te machucado e ter te jogando no chão… Eu realmente não queria ter feito nada daquilo… Eu estava transtornado… E morrendo de ciúmes da Dulce… Você sabe… Você sabe que eu nunca fiz mal a ninguém, que nunca levantei a mão nem mesmo para quem já mereceu… - Ele se levantou e veio em minha direção parando a minha frente. - Me perdoa meu amor, me perdoa, você é a mulher da minha vida… Eu não sei o que faria sem você… Sei que posso ser um chato as vezes, mas tudo que faço é pensando em você, no seu bem, na sua segurança… Não sou perfeito, também erro as vezes… Sei que esse pode ser sido o maior erro da minha vida até hoje… Mas peço que tente me entender, e que possa me perdoar… - Ele pegou em minhas mãos, mas eu as recolhi. - Por favor… diga alguma coisa…

Anahi: Porque não foi trabalhar? - Foi a única coisa que eu consegui dizer.