Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Camille •

No dia seguinte da festa surpresa da minha mãe, eu cheguei na escola toda feliz, como havia acontecido nos últimos dias. Não fazia nem uma semana que eu estava ficando com Bianca, mas confesso que já sentia como se fosse a vida inteira.

Mas assim que ela entrou em sala eu pude ver de cara que havia alguma coisa errada. Fiquei inquieta durante toda a aula. Queria saber o que estava acontecendo, mas nem um sinal de fumaça ela me mandou, na verdade nem olhar ela olhou. Finalmente chegou aquele momento em que todos foram embora e eu fiquei a sós com ela. E mesmo Banca sabendo que só tinha a gente ali, ela ainda não havia olhando para mim.

Camille: Aconteceu alguma coisa? - Eu perguntei ao tocar em seu ombro, mas ela recou, não queria que eu a tocasse.

Bianca: Preciso falar com você. - Ela se virou para mim, sua expressão era completamente séria.

Camille: Fala… o que aconteceu…? - Uma dor sem explicação invadiu meu peito, sem nem ela ter tido nada.

Bianca: Não podemos mais fazer o que estamos fazendo. Eu não quero mais. - Ela disse como se vomitasse em cima de mim, séria, sem expressão.

Camille: O que… Não… Porque? Não faz sentido, ontem mesmo você estava toda feliz comigo… Até me disse que não sabia se ia aguentar não me ver no final de semana… - Meu coração doía tanto que eu segurava minha camisa na altura do peito com uma das mãos.

Bianca: Eu não quero mais Camille… - Ela continuou séria.

Camille: Porque?

Bianca: Porque não quero… Foi legal, divertido… Mas não quero mais… Não tenho idade para ficar me pegando com uma criança em segredo nos banheiros da escola. - Seu olhar era vazio, estranho. - O que não faz sentido é essa loucura que eu entrei por alguns minutos… Mas eu consegui voltar a ter o controle. Não quero mais que você se aproxime de mim Camille. Entendeu? - Ela não esboçava nenhuma expressão.

Camille: Para com isso Bianca, você só está com medo… Mas eu estou aqui com você. - Eu me aproximei, queria pegar em suas mãos, mas ela se afastou. - Não tem que ficar com medo, vai dar tudo certo. Você gosta de mim, eu gosto de você, não há nada de errado nisso.

Bianca: Para Camille, para! Não tem nada haver isso que você está falando. Foi divertido, mas é melhor parar antes que você se envolva e saia machucada. Eu não quero você na minha vida. Não quero ter que cuidar de uma menina.

Camille: Porque você não esquece a minha idade? - Eu estava me segurando para não chorar. - Porque não deixe isso de lado e vive esse sentimento comigo? Para de ser tão medrosa!

Bianca: Porque não tem sentimento nenhum, nunca teve, foi apenas diversão… - Ela foi dura, eu senti meu coração se despedaçar. - Talvez não tenha passado de desejo reprimido pela sua tia Dulce. Acho que ela foi meu primeiro amor e você foi o mais próximo que cheguei dela… - Ela foi totalmente cruel, e eu senti uma lagrima solitária cair de meu rosto.

Eu não consegui dizer mais nada, fiquei ali parada, enquanto ela catava suas coisas e saia de sala sem nem me dizer tchau… Me encostei a parede e fui escorregando até o chão, chorei como um bebe, meu coração tinha sido partido e da pior maneiro possível…

Aquele próximo mês se passou arrastando, era muito doloroso vê-la todos os dias e não falar com ela, não poder beija-la, ou até mesmo ter o seu sorriso para mim. Sei que ficamos por menos de uma semana, mas o que senti naqueles poucos dias, foi mais intenso que qualquer coisa que já vivi na vida. E sei que ela também sentia o mesmo… Foram apenas beijos, mas eu podia ver em seus olhos que tudo que eu sentia dentro de mim, era sentido dentro dela… Mas alguma coisa havia a feito recurar, e mesmo não acreditando em nada do que ela disse, suas ultimas palavras sempre martelavam em minha mente. “Talvez não tenha passado de desejo reprimido pela sua tia… Você foi o mais próximo que cheguei dela.” Setembro foi o mês mais longo da minha vida. Não saia de casa, não saia do quarto, só chorava e dormia. Briguei com minha irmã mais do que o normal e com minha mãe também. Estava sendo mais difícil do que eu imaginei… Eu tinha que fazer aquela dor passar, mas parecia que nunca haveria fim.