Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Camille•

Uma vontade enorme surgiu dentro de mim. Eu queria machuca-lo, bater nele, vê-lo sofrer. Era como se eu quisesse transferir toda a minha dor para ele, com socos e pontapés. Ouvi ele me perguntar o que eu estava fazendo ali, mas sua voz era tão distante, que eu a ignorei, só os meus pensamentos eram ouvidos naquele momento… Só minha vontade de socar a sua cara… E foi o que eu tentei fazer. Fui para cima dele tentando lhe socar, mas ele era meu pai, era muito mais forte que eu. Ele me segurou de uma maneira que eu não conseguia me mover. Seus braços em volta de mim, me segurando como uma criança birrenta me deu nojo, não queria alguém daquele nível tocando em mim.

Alfonso: Para Camille – Ele gritava comigo enquanto eu me debatia. – Para com isso!! – Eu queria tanto machuca-lo, mas eu era tão fraca comparado a ele.

Camille: Me solta, me solta seu porco. – Eu gritava em prantos, eu estava realmente cega de raiva. – Eu vou matar você… eu vou acabar com você… me solta se você é homem! – Eu continuei me debatendo.

Alfonso: Para! Para! – Ele me sacudia tentando me fazer parar. – Para com isso agora! – Ele também gritava.

Camille: Me solta, me solta! – Eu já não tinha forças para me debater. Amoleci nos braços de meu pai e ele me soltou meio cauteloso. – Me larga! - Eu disse me afastando e segurando meus braços que estavam meio doloridos.

Olhei ao redor e vi que todos nos olhavam, e que pessoas de foram do local estavam na porta do estabelecimento assustadas. O menino que estava com meu pai apavorado, com os olhos arregalados e a boca aberta como se fosse chorar, mas não tivesse tido forças.

Alfonso: Camille o que você está fazendo aqui? – Ele perguntou pegando o menino no colo que começou a chorar de imediato. – Você… estava me seguindo… é isso? – Ele falava com indignação

Camille: Calma ai… – Eu tentei respirar para poder levar oxigênio ao meu cérebro que não conseguia pensar. – Você não está fazendo essa pergunta… Não está… – Eu ainda sentia as lagrimas em meu rosto. Meu coração acelerado. E muito odeio dentro de mim. – O que eu estou fazendo aqui é o que menos importa! – Eu gritei. – O que eu quero saber é o que você está fazendo aqui? – Quanto eu mais gritava, mais a criança chorava e mais pessoas apareciam no local. – Fala, fala! O que você está fazendo aqui?

Ele ficou nitidamente sem saber o que dizer. E eu sem saber o que realmente pensar. Eram tantas perguntas… Quem era aquele homem que eu achava que conhecia?

Camille: Fala! – Eu gritei. – Eu Estou esperando uma explicação…. Esse garoto, quem é esse garoto? – Eu apontei para o menino em seu colo.

Naquele instante uma mulher entrou correndo no lugar e veio em nossa direção.

Mulher: O que está acontecendo aqui amor? – Ela disse pegando o menino do colo de meu pai. – Quem é essa? – Ela perguntou confusa olhando para mim e para ele.

Camille: Eu te odeio! – Foi o que eu consegui dizer ao sair correndo daquele lugar.

Mas eu mal sai do bar/restaurante e meu pai conseguiu me alcançar, me segurando pelo braço me fazendo parar. Não demorou muito para que os curiosos estivessem a nossa volta outra vez. Eu não queria mais olhar em sua cara, não queria ouvir sua voz, não queria mais saber quem era meu pai.

Camille: Me deixa em paz! – Eu gritei com ele soltando meu braço bruscamente.

Alfonso: Para com isso Camille, vamos conversar como pessoas civilizadas. – Ele tentou colocar a mão em meu ombro, mas eu recuei.

Mulher: Quem é ela Alfonso? – Ela disse ainda com o menino no colo, mas nem eu nem ele respondemos à pergunta dela.

Camille: Não é com você que eu tenho que conversar! – Eu disse para ele ainda chorando e em tom alto. – Eu te odeio, eu tenho nojo de você… O amor é algo realmente cego, porque se eu soubesse o tipo de pessoa que você é, se todos soubessem, você não teria ninguém… – Eu disse com raiva. – Eu te odeio…

Alfonso: Para com isso, por favor. – Ele tentou me acalmar. – Você está falando besteira, só está nervosa…

Mulher: Do que ela está falando Alfonso? – Ela estava nitidamente nervosa.

Camille: É claro que eu estou nervosa! – Eu ainda gritava. – Eu não sei quem você é, eu não sei o que pensar de você… – Eu estava desesperada, chorando, gritando. – E eu te achava a pessoa mais incrível desse mundo… – Eu perdi a voz nas ultimas palavras.

Alfonso: Camille… – Ele tentou se aproximar de mim, mas eu recuei outra vez. – Por favor, isso não tem nada haver com você…

Camille: Como não pai?… – Eu me indignei com que ele disse. – Como não? – Eu gritei outra vez.

Mulher: Pai? – Não só ela como todos ficaram assustados.

Camille: Como não tem nada haver comigo? Você tem outra família… outros filhos… outra casa… outra vida… – Eu fiz uma pequena pausa. - Outro orgulho… – Eu fui abaixando a voz e deixando o choro tomar conta de mim. – Você foi estava falando do menino como nunca falou de mim…

Mulher: Alfonso, essa garota é sua filha? – Ela se colocou na frente dele, já que estava sendo ignorada.

Alfonso: Marcela, a gente conversa depois. Agora não! – Ele disse tentando empurra-la para o lado com cuidado.

Mulher: Que depois o que?!! – Agora era ela quem estava gritando. – Essa garota é sua filha ou não Alfonso?

Camille: Sou! – Eu gritei para ela. – Sou filha dele e tenho uma irmã gêmea! – Eu olhei para o meu pai em seguida. – Vai pai, conta para ela que você é casado, que tem duas filhas… – Eu disse em tom de desafio, mas meu rosto ainda está molhado.

Alfonso: Sim Marcela, ela é minha filha. – Ele disse olhando para mim. – Vamos conversar Camille…

Camille: Eu não tenho nada para falar com você! Eu não quero em olhar na sua cara. Fica com seu orgulho e me esquece.

Eu ia sair correndo para Deus lá sabe onde, mas assim que me virei Bianca abriu o portão e me olhou assustada como se perguntasse o que estava acontecendo. Eu simplesmente corri para os braços dela. A abracei com força e a empurrei para dentro a fazendo entrar. Ainda sem entrar em sua casa, eu podia ouvir meu pai gritando por mim do lado de fora. Me mandado sair e esmurrando o portão.