Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Anahi •
Eu estava na cozinha conversando com Adriana - a empregada – quando ouvi minha filha Camille chegar aos berros em casa. Eu já estava super preocupada com ela, por não atender o celular, quando a ouvi me chamando com aquela voz eu achei que ela tivesse sem uma perna ou algo pior. Corri até a sala com meu coração na boca, mas ao ver que ela estava inteira eu consegui manter o controle.Fiquei confusa ao ver a tal professorinha com minha filha. O que será que ela havia aprontado?

Anahi: O que aconteceu? – Eu perguntei mais sentindo raiva daquela mulher do que da minha filha, que provavelmente havia feito besteira na escola. Mas mesmo assim, não fazia sentido a professora ter ido até minha casa. A escola provavelmente teria me ligado. - O que ela está fazendo aqui? O que foi que você fez Camille? Não estou acreditando que vocês fez merda na escola outra vez…

Camille: Não mãe… – Ela disse calmamente com lagrimas nos olhos. – Eu não fiz nada…

Anahi: Se você não fez nada porque sua professora está aqui? – Eu perguntei completamente confusa.

Camille: Veio me dar apoio… nos dar apoio… – Ela estava extremamente triste, algo grave realmente havia acontecido.

Anahi: Apoio? Como assim? – Mil coisas começaram a passar em minha cabeça. – Fala logo o que aconteceu Camille! – Eu disse sentindo meu coração voltar a palpitar forte.

Millena: O que houve? – Ela perguntou ao chegar a sala. – Bianca? – Ela perguntou olhando para irmã e a professora, a mesma somente sorriu para ela como um ‘oi’.

Anahi: Fala logo Camille, está me assustando. – Eu disse quase explodindo por dentro. – O que aconteceu?

Camille: Meu pai… – Foi o que ela conseguiu dizer.

Anahi:Ai meu Des. – Eu levei uma mão ao coração e a outra a cabeça. – O que aconteceu?

Millena: Diz que meu pai está bem Camille! – Ela disse com a voz meio tremula.
Ela ficou calada, nos olhando com uma expressão que misturava raiva e tristeza. A professora ao seu lado com a mão em seu ombro, era como se realmente tentasse encoraja-la a falar o que havia acontecido. Mas ela parecia não conseguir dizer. Era como se tivesse entalado em sua garganta.

Anahi: Fala logo o que aconteceu Camille. Cadê o Danilo? Ele está bem? Está ferido? – Eu disse já pensando o pior.

Millena: Fala Bianca, fala você, o que aconteceu? – Ela perguntou a professora.

Bianca: Fala com elas Camille. – Ela disse serenamente para minha filha ainda com a mão em seu ombro.

Camille: Ele tem outra! – Ela disse como se sentisse aliviada.

Anahi: Outra o que?

Millena: Outra?

Camille: Outra família, outra mulher, outros filhos! – Ela disse em tom alto e com certa raiva.

Anahi: O que? – Eu realmente não havia entendido, ou não havia processado.

Camille: Meu pai. – Ela apontou para si. – Nosso pai. – Ela apontou para si e para irmã. – Seu marido. – Ela apontou para mim. – Ele tem outra família, com outra mulher e outros filhos! – Ela disse tudo com muita raiva em sua voz.

Millena: Como? Não estou entendendo… Não pode ser.

Anahi: Calma…

Eu não conseguia raciocinar direito. Aquilo não fazia sentido algum na minha cabeça. Eu tentei ligar alguns fatos, as viagens e tudo mais…. Mas mesmo assim não fazia sentido. Ele me proibiu de ver Maria Helena, disse que fugiria com as meninas se eu a visse novamente… Como alguém que faz isso tem outra família?

Anahi: Não faz sentido Camille. Não faz sentido. – Eu ainda tentava entender. – Você deve está interpretando alguma coisa errada.

Camille: Mãe?! – Ela disse em tom alto como se tentasse me acordar para vida. – Eu vi, eu estava lá, eu tentei bater nele, nós gritamos um com o outro. Foi horrível!

Anahi: Você estava lá? Onde Camille, explica essa história direito.

Millena: Eu não consigo acreditar… – Ela estava em choque, com a boca meio aberta, parada e com os olhos arregalados.

Camille: E-eu – Ela deu uma travada, respirou fundo e prosseguiu com tudo – Eu estava na casa da Bianca em Santa Teresa…

Anahi: O que você estava fazendo na casa dela? – Eu a interrompi.

Camille: Mãe, isso não importa agora… – Eu deixei passar e gesticulei para ela prosseguir. – Então… quando eu fui comprar comida no restaurante da esquina eu fui ao banheiro e quando estava saindo, ouvi a voz dele… – Ela dizia com nojo na voz. – O cara do restaurante perguntando como estava o filho mais novo… Ele dizendo que o filho mais velho era o orgulho dele… – Uma lagrima se formou no canto do olhos de minha filha. – Ai eu sai de lá, e fui para cima do meu pai, e eu tentei bater nele, mas não consegui… A outra mulher dele apareceu logo em seguida, ei eu sai correndo, ele veio atrás de mim de novo…. Discutimos na rua… - Ela fez uma pausa. – E eu vim correndo para casa…

Anahi: Você tem certeza de tudo isso que está falando Camille?

Camille: Eu estou falando grego mãe? – Ela gritou comigo, mas logo baixou o tom falando com tristeza. – Meu pai é um canalha… Ele era meu herói…

Eu não sei explicar o que estava sentindo naquele momento. Eu me sentia traída, mas não conseguia me sentir triste por ele ter outra família. Mas sentia raiva por ele ser tão manipulador e mentiroso…. Estava indignada com a capacidade que ele tinha, de me fazer sentir um nada quando se tratava de Dulce Maria, mas tinha uma outra família, com filhos e tudo… Eu senti nojo dele, por se passar por um cara que jogava lindo, mas que na verdade era só sujeira… E me senti livre, naquele momento eu senti que finalmente ficaria livre da minha ‘prisão’.

Anahi: Vem aqui. – Eu disse puxando Camille pela mão e a abraçando. – Não chora… – Eu olhei para Millena que ainda estava em choque. – Vem aqui você também… – Eu estendi minha mão a ela que veio ao nosso encontro e nos abraçou. – Eu amo vocês minhas filhas. – Eu beijei a cabeça de cada uma. – Vocês não precisam ficar mal com isso… – Eu sentia que ambas estavam chorando. – Eu que tenho que me resolver com ele. Isso não tem nada haver com vocês.

Camille: Como não mãe? – Ela se separou me olhando sem entender – Ele é meu pai, é minha família, claro que tem haver com a gente…