Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Anahi •

Eu estava nervosa, minhas mãos suavam, meu coração batia forte. Eu havia brigado com ela ao telefone depois que Alfonso tinha me ameaçado. E ela foi bem clara quando disse que era para eu nunca mais procura-la. Por mais que tenhamos brigado muitas vezes. Aquela tinha sido a pior. Eu me sentia um lixo, uma menina idiota que ia cair na lábia de um cafajeste e largar tudo que mais amava da vida pela segunda vez.

Por alguns segundos eu me lembrei do dia em que vi Dulce Maria pela primeira vez. Lembrei-me do nervosismo que estava sentindo parada naquela rua esperando dar a hora exata para tocar a campainha. Eu esperava por Alfonso, mas quem abriu a porta foi ela… foi a mulher da minha vida…

Toquei a campainha do loft sentindo leões comerem meu estomago de tão nervosa que eu estava. Minha respiração alterada, eu nem sabia o que ia dizer, eu só queria que ela me aceitasse de volta.

Não demorou nem meio minuto para que ela abrisse a porta, eu sorri amarelo para ela e a abracei com força sem dizer nada. Eu só queria que ela me desculpasse. Ela me abraçou da mesma maneira, acariciando meus cabelos. Um abraço único e reconfortante, era como se ela soubesse o que eu havia acabado de passar.

Ao soltar de seus braços eu entrei no loft já pensando qual seria as minhas primeiras palavras.

Anahi: O que você esta fazendo aqui? – Não era o que eu queria dizer, mas foi o que disse ao ver a professora das minhas filhas ali. Ela não estava com Camille?

Bianca: Vim acompanhar Camille. – Ela disse séria com um copo de bebida em mãos. Eu estava confusa, olhei em volta procurando por Camille, mas minha filha não estava presente.

Dulce Maria : Ela está no banheiro. – Ela disse apontando para o banheiro ao reparar que busquei minha filha com os olhos pelo local.

Anahi: E por qual motivo você está acompanhando minha filha para todos os lugares? – Eu confesso que já imaginava, mas precisava ter certeza.

Camille: Porque sim… – Ela disse logo atrás de mim. Era impressão minha ou ela estava mais calma?

Anahi: Filha… – Eu queria abraça-la, mas fiquei sem saber o que fazer. – Você está melhor?

Camille: Tia Dulce me contou a história de vocês duas. - Sua voz era meio tristonha, como se tivesse arrependida. Ficamos em silêncio por alguns segundos. – Desculpa pelo o que eu te disse lá em casa… – Ela disse ainda mais triste. – Desculpa por tudo, mesmo… Eu sempre achei que meu pai era o cara mais incrível do mundo, sempre quis ser como ele… Sempre achei que você não gostasse muito de mim porque sempre fui meio moleque. Sempre achei que você gostava mais da Millena… – Ela estava desabafando na minha frente, seus olhos marejados. – Eu sempre achei que você nunca iria me aceitar como eu sou, sempre achei que você tinha vergonha de mim… Eu já cheguei a pensar que você escolheu ficar com meu pai por causa da grana… – Uma lagrima correu em sua face. – Mas vendo tudo isso mãe… vendo toda a sua historia de vida desse ângulo completamente novo, eu me sinto uma idiota… – Mais lagrimas caiam de seus olhos, assim como dos meus também. – Me sinto tão mal por todos esses anos morar com uma pessoa sem saber como ela é realmente maravilhosa. Eu nunca te dei abertura como minha irmã… sempre tive medo… mas hoje, eu vejo o quanto você é incrível, como dedicou sua vida inteira por nós, só por nós. Em como desistiu do amor para cuidar da gente… – Eu estava estática. – Por favor, mãe, me perdoa… – Ela me abraçou com força chorando em meu ombro.

Anahi: Eu te amo minha pequena, eu te amo… – Eu disse acariciando seus cabelos. – Não tem que se desculpar com nada… – Eu beijei sua cabeça. – As coisas agora vão mudar… Para melhor… Eu te prometo.

Camille: Por favor, mãe… – Ela me soltou ainda com lagrimas nos olhos. Segurou firme em minhas mãos. – Seja feliz ok? Por favor, seja muito feliz! – E beijou minhas mãos me fazendo derramar minhas lagrimas.

Anahi: Assim como você também filha. É só isso que eu desejo para você e sua irmã, toda a felicidade do mundo. – Eu sorri para ela.

Camille: Mãe eu sou lésbica! – Ela disse como se vomitasse em cima de mim.

Anahi: Não sei mais o que fazer com essa família… – Todos riram. – Mas eu sempre soube filha… Sempre… E eu te amo do mesmo jeito. Confesso que foi uma surpresa quando soube da Millena, mas de você… Eu sempre soube. - Eu olhei para Bianca por alguns segundos. – Ela não é muito velha para você Camille?

Camille: Ela não é nada minha mãe… – Ela disse com uma carinha meio triste. – Não ainda… – Ela olhou de relance para a professora, mas voltou a me olhar. – Mas a diferença nem é tanta assim… – Ela sorriu como a Maria. - Vai se acostumando logo com a ideia mãe, em breve as coisas vão mudar em nossas vidas…

Anahi: É, pelo visto sim. – Eu sorri para ela ao vê-la se afastar de mim e se aproximar da professora. – E você mascotinha. – Eu disse com deboche o ‘mascotinha’. – Você já é bem grandinha, então vai entender o que eu vou dizer… – Eu sempre quis fazer aquilo. – Se você machucar minha filha você vai ter que se ver comigo.

Bianca: Longe de mim… – Ela disse séria. – O que eu mais quero é vê-la feliz. – Ela sorriu de canto.

Camille: Bem, essa conversa está tomando um rumo que não é para tomar. – Ela disse olhando para mim. – Então acho que esse é o momento de deixar vocês a sós… – Ela disse intercalando seus olhares entre eu e Maria.

Nos despedimos e elas partiram. Eu ainda estava nervosa, ainda não sabia como seria minha conversa com Dulce Maria . Assim que ela chegou à porta se virou para mim, mas não disse nada, caminho até as bebidas encheu seu copo e enquanto coloca gelo em outro ela quebrou o silencio.

Dulce Maria : Então Alfonso tem outra família… – Ela disse sem olhar para mim ao despejar Whisky no outro copo.

Anahi: É… – Eu disse em tom baixo a observando.

Dulce Maria : Inacreditável a capacidade de um ser humano. – Ela disse indignada ao pegar os dois copos e vir em minha direção. – Inacreditável saber que alguém com meu sangue, pode ser capais de fazer tais coisas… – Ela me entregou um dos copos. – Eu não sei nem o que é isso que estou sentindo por ele… Copo pôde ser tão baixo, sujo… Como ele conseguiu fazer isso? – Ela dizia de pé a minha frente. Eu não sabia o que dizer. – O pior de tudo é que enquanto ele posava de bom marido e filho perfeito… Eu era a ovelha negra, a filha da puta, a que queria destruir a família dos outros, a invejosa. – Ela estava mesmo com raiva. – Ele me mandou para outro país, ele fez com que toda a minha família me tratasse como uma doente. - Ela fez uma pequena pausa. – Mas o pior de tudo Anahi… – Sim ela ainda estava brava comigo. – O pior de tudo é saber que ele conseguiu o que queria. Ele teve você todos esses anos. E mesmo ele te ameaçando, você preferiu ficar com ele…

Anahi: Mas ele disse que iria tirar as meninas de mim. – Eu disse em defesa.

Dulce Maria : Não seja idiota, ele nunca conseguiria fazer isso, nem mesmo com toda a influência que ele tem. – Ela disse com desdém. – Suas filhas são crescidas, quase maiores de idade, não tem cabimento isso que ele disse que faria… Ele estava blefando e você fraca do jeito que é, caiu na conversinha dele. – Ela dizia com raiva.

Anahi: Eu não sou fraca. – Eu disse em tom alto achando aquilo um absurdo.

Dulce Maria : Claro que é, se você fosse forte, você teria enfrentado ele, contado para as meninas, teria as trazido para cá, juntas a gente daria um jeito na situação. – Ela disse em tom alto e com raiva em seus olhos.

Anahi: Não era tão simples assim…

Dulce Maria : Sim era! – Ela disse aflita em tom mais alto. – Simples como eu disse. Mas você é fraca, não consegue mais ser a menina destemida que eu conheci.

Anahi: Eu não conhecia o mundo.

Dulce Maria : E continua sem conhecer, pelo o que eu estou vendo.

Eu fiquei calada por alguns segundos, tomei um gole da bebida tentando engolir meu choro junto. Ela tinha razão eu era fraca, não tinha mais aquela força de quando jovem… Mas ao mesmo tempo eu sabia que poderia reconquistar aquilo, com a ajuda de Dulce Maria , eu poderia ser forte, até mais que antes.

Anahi: Por favor… – Eu disse em tom baixo a olhando com todo meu amor. – Me ajuda com isso… Me aceita de volta… – Eu sentia as lagrimas querendo descer. - Casa comigo, me mostra o mundo, me faz forte… – Senti uma lagrima escorrer em meu rosto. – Me perdoa…

Ela não disse nada, ficou me encarando com aquele olhos que sempre me comiam. Ela estava brava, isso era nítido. Mas ainda me amava, isso era algo que nem mesmo o tempo poderia apagar. Mas mesmo com essa grande certeza eu estava apavorada com a possibilidade dela me dizer um ‘não’.

Anahi: Por favor… – Eu disse quase em um sussurro.

Ela passou a mão no rosto, estava tentando não chorar. Nenhuma palavra ainda dita, aquilo era agonizante. Ela se virou para a o outro lado, como se tentasse pensar em alguma coisa. Tomou mais um gole se sua bebida e voltou a me encarar.

Dulce Maria : Sabe como eu me sinto Anahi? – Eu apenas neguei com a cabeça. – Como segunda opção.

Anahi: Claro que não, você sempre foi a minha única opção! – Eu disse nervosa.

Dulce Maria : Está errada. Alfonso sempre foi sua primeira e eu a segunda. – Seus olhos estavam vermelhos, ela lutava para que suas lagrimas não saíssem.

Anahi: Não! – Eu quase gritei. – Claro que não, eu escolhei você, mas a vida nos separou… E quando você voltou eu ainda queria você… E eu escolhi você! – Meu coração apertado, minhas lagrimas descendo sem eu perceber.

Dulce Maria : Não, você não escolheu, você escolheu ele. Preferiu ficar com ele!

Anahi: Eu não tive escolha… – Eu disse entre lagrimas

Dulce Maria : Sempre temos uma escolha Anahi, sempre… – Ela disse séria, deixando sua primeira lagrima escorrer.

Anahi: Por favor, me perdoa – Eu me aproximei dela e passei a mão em sua lagrima solitária sem tirar minha mão se seu rosto, com a outra peguei em sua mão. – Eu errei… uma, duas, três… muitas vezes… Mas é disso que o amor é feito… – Eu acariciei seu rosto com o polegar. – De erros e acertos… Eu sou uma fraca mesmo, uma idiota, uma medrosa… Mas com você, com você perto de mim o mundo se transforma… – Ela apenas me olhava atentamente. – Eu me sinto forte, e indestrutível… – Larguei sua mão e segurei seu rosto com as duas. – Seja minha mulher Dulce Maria …

Ela ficou me olhando sem dizer uma palavra se quer. Seus olhos devorando minha alma, mesmo com rancor de tudo que passamos naquela vida. Eu não iria desistir dela. Mesmo que ela falasse ‘não’. Eu ai mostrar a ela que era digna de ter sua confiança. Porque acho que era apenas isso que estava faltando… Ela estava com medo, mesmo sem dizer, ela estava morrendo de medo de me perder… Sua confiança na minha palavra de ficar ao seu lado, estava quebrada, mas eu iria reconstruir.

Aquela troca de olhares durou tempo o suficiente para que ela, Dulce Maria me puxasse pela cintura e beijasse minha boca deixando suas lagrimas caírem sem pudor. Um beijo salgado, calmo, e até um pouco triste. Não sei exatamente o que era… se era um beijo de despedida, ou uma segunda chance.

Aquele beijo tão calmo e saboroso, mesmo em uma situação tão ruim, era de me tirar o folego. Somente ela era capais de faze-me sentir tão bem com apenas beijos… Aos poucos fomos parando, até nos separarmos por completo ainda mantendo nossas bocas coladas e nossos olhos fechados.

Anahi: O que isso quer dizer? – Eu disse ao abrir os olhos e afastar um pouco meu rosto para que eu pudesse olha-la.

Dulce Maria : Que eu te amo… Que não importa o que aconteça, meu amor é maior do que qualquer coisa. Que mesmo brava com você, eu não posso ficar sem você. – Ela dizia em tom baixo. – O que aconteceu me machucou muito, eu realmente me sinto como uma segunda opção… – Eu ia interromper, mas ela não deixou. – Mas eu te amo tanto, que eu estou aqui, passando por cima do meu orgulho para deixar minha vida em suas mãos outra vez. Eu quero que você me prove que eu estou errada. Eu quero me sentir única na sua vida. Quero que seja minha mulher e apenas minha. Não quero mais migalhas Anny… – Ela estava amolecendo e eu sorri ou ouvi ‘Anny`– Quero você por completa…

Eu não soube o que dizer de imediato. Apenas selei sua boca com pressa. Ela estava mesmo me dando uma segunda chance. Eu ia finalmente ser feliz. E para valer dessa vez.

Anahi: Eu não vou te decepcionar Maria… – Eu sorri para ela, que não retribuiu, mas eu não liguei, ela ainda estava zangada. – Eu nunca mais vou saiu do seu lado. Nada e nem ninguém vai nos separar novamente.

Dulce Maria : Eu espero que esteja certa… Porque eu não vou aguentar te perder de novo. – Ela disse meio triste.

Anahi: Casa comigo? – Eu perguntei lhe encarando.

Dulce Maria : Mas eu já havia pedido antes… – Ela sorriu de canto e aquilo me fez vibrar, seu humor estava melhorando.

Anahi: Só estou reforçando. – Eu sorri mordendo o lábio inferior… Ela me olhou com desejo, cada vez melhor o seu humor. – E então? Casa comigo? E me faz sorrir todos os dias? – Eu disse o que ela havia me dito quando me pediu em casamento.

Dulce Maria : Só sorrir? – Ela fez a mesma pergunta que eu fiz. Molhou os lábios e sorriu meio sarcástica.

Anahi: Claro que não, você me prometeu outras coisas também… – Eu lhe deu sorriso sensualmente olhando para sua boca.

Dulce Maria : E o que foi que eu prometi? – Ela disse quase em um sussurro olhando também para meus lábios. A conversa havia tomado outro rumo. Colei minha boca em seu ouvido e disse com calma quase miando.

Anahi: Que me faria gozar pelo menos umas três vezes ao dia… E que ainda me fazia gozar sorrindo… – Ainda estávamos com nossos corpos colados, então eu pude senti sua risada silenciosa vibrar em mim. – Mas eu vou mesmo ter que esperar até o casamento para isso? – Eu a provoquei. – Ela puxou minha cabeça para trás pelo meus cabelos, fazendo-me olhar em seu olhos, que já ferviam de desejo por mim. Assim como os meus por ela.

Dulce Maria : Nem se você quisesse… – Ela disse totalmente sexy antes de me beijar com toda a vontade do mundo, de um jeito completamente diferente de minutos antes.