Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Anahi •

 Eu não queria fazer, eu não queria nem pensar que seria possível eu estar grávida. Está certo que não me cuidei algumas vezes, mas seria muito azar o meu. Logo naquele momento, tão difícil, que eu havia tomado uma decisão tão complicada.

Maria entrou comigo no banheiro de seu quarto, me dando apoio moral e me auxiliando em como fazer o teste. Depois de feito, não tinha mais jeito.

 Anahi: E ae? – Eu disse sentada sobre a tampa do vaso sanitário comendo todas as minhas unhas. Enquanto Maria, sentada em cima da pia, estava com o teste em mãos.

Dulce Maria: Calma… – Ela olhava atentamente para ele.

Anahi: Já se passaram duas horas, eu estou nervosa! – Eu disse aflita.

Dulce Maria: Calma Anny, não se passaram nem dois minutos! – Ela disse em um tom que pareceu brigar comigo. Eu apenas abaixei a cabeça, estava com vontade de chorar.

Dulce Maria: Sem fazer drama, na hora de dar para ele você não estava desse jeito. – Ela disse com raiva e ciúmes na voz.

 Eu não disse nada, estava realmente triste, e apavorada com a possibilidade em ser mãe aos dezesseis anos… Esperamos mais alguns minutos até que ela se levantou e o entregou em minha mão. Eu o olhei sem saber exatamente o que aquilo queria dizer.

 Anahi: O que deu? – Eu disse olhando para o teste.

Dulce Maria: Positivo Anny, positivo… – Ela disse triste.

Anahi: Não Maria, não! – Eu me levantei ainda olhando para o teste. – Não pode ser, por favor! – Eu já estava quase chorando.

Dulce Maria: Claro que é possível Anny, mas se quiser a gente faz o outro para você ter certeza. – Ela disse séria e preocupada.

Anahi: Eu não quero. – Eu joguei o teste no lixo. – Não quero! – Eu disse em tom alto. – Eu quero morrer Maria, morrer… – Eu disse ao deixar o choro vir e abraça-la em prantos.

 Com calma, enquanto eu chorava como uma criança abandonada, ela me levou até de volta a sua cama. Sentou-se na cabeceira e me fez deitar em seu colo. Eu apenas chorava e chorava. Não sabia o que fazer, nem o que dizer. Maria por sua vez tentava me acalmar acariciando meu rosto, meus cabelos, secando minhas lagrimas e cantarolando baixinho para mim…

Aos poucos ainda sem chão eu consegui me acalmar. Sentei-me de frente para ela e passei a mão em meu rosto.

 Anahi: E agora? – Eu disse com a voz falhando. – Você não vai me querer mais não é? - Eu disse com medo.

Dulce Maria: Não fale besteira Anahi! – Ela me olhou incrédula. – Eu quero você de qualquer jeito, grávida ou não. O problema vai ser você, querer ficar comigo tendo um filho do meu irmão dentro de você. O problema vai ser você, querer ficar comigo agora que esta unida ao Alfonso para sempre. – Ela estava triste, mas sua pose de superior era sempre a mesma.

Anahi: Eu quero Maria… – Eu peguei em suas mãos. – Eu quero você, só você, ficando com ele eu estou enganado a mim e a ele. E não da mais para ficar assim… Eu só não sei como fazer agora, como…

Dulce Maria: Se é isso que você quer, a gente vai dar um jeito. – Ela sorriu com esperança. – Nem que a gente tenha que fugir, ir morar na Espanha com meus pais. Mas a gente vai ficar juntas… – Ela apertou minhas mãos e as beijou em seguida.

Anahi: Você jura? Jura que vamos ficar juntas para sempre? – Eu estava começando a ver uma luz no fim do túnel.

Dulce Maria: Para sempre Anny, para sempre. E nada vai conseguir nos separar, nem mesmo esse bebezinho ai. – Ela colocou a mão em minha barriga. – Eu vou cuidar dele como se fosse meu Anny, como se eu fosse o pai. – Ela sorriu e eu ri ao imagina-la tentando dar papinha para um bebe. – Porque esta rindo?

Anahi: Acho que ia ser engraçado você tentando dar papinha para o bebe e ele cuspindo na sua cara, e você ficando irritada… – Eu ri outra vez, já ela fechou a cara.

Dulce Maria: Essa parte eu deixo para você. – Ela sorriu sarcástica.

Anahi: Não vamos falar disso agora… – Eu voltei a lembrar da parte ruim da historia. – O que vamos fazer, como eu vou falar com ele, como vou contar aos meus pais? A sua vó? – Eu disse já sentindo as lagrimas quererem voltar.

Dulce Maria: Vamos ter que pensar nisso com calma Anny… Mas agora o mais importante é você se cuidar, ir ao médico e ver se está tudo bem com sua saúde…

Anahi: Não, o mais importante é falar com o Alfonso, eu preciso terminar com ele, não aguento mais ficar nessa situação.

Dulce Maria: Que seja, fala com ele hoje então, quando ele voltar…

Anahi: Eu vou falar…

 Ficamos alguns segundos em silêncios, como se refletíssemos sobre as coisas que aconteceram nos últimos minutos. Eu olhava fixamente para as mãos dela, observando cada detalhe e tentando arrumar um jeito de sair daquela situação tão complicada.

 Dulce Maria: Mas se você quiser a gente foge, eu estou falando sério. – Ela disse quebrando o silêncio. – Deixa só eu colocar uma blusa e a gente vai, vai embora e nunca mais volta!

Anahi: Não sua louca… Só vamos fugir em ultimo caso… – Eu olhei para o seu corpo, estava só de sutiã e saia da escola. Linda e sexy. Incrível como eu sempre sentia meu corpo queimar por dentro só de imaginá-la sem nada. – Não coloca blusa nenhuma não, esta ótima assim… – Eu sorri meio tímida.

Dulce Maria: Estou é? Só reparou agora? – Ela disse me provocando.

Anahi: Desculpa, eu estava com a cabeça em outro lugar antes…

Dulce Maria: Não tem problema o que importa é o presente… – Ela veio vindo para cima de mim e me empurrou fazendo-me deitar outra vez. – E agora eu só quero que pense em mim. – Ela subiu em cima de mim e começou a abrir minha blusa. - Assim como eu to pensando em você… – Ela me beijou ainda abrindo os botões de minha camisa do colégio.

 Entre beijos na boca e no pescoço, quando eu fui pensar em tirar seu sutiã, a porta do quarto se abriu. E a luz no fim do túnel que eu tinha visto há alguns minutos atrás, havia se apagado, fazendo tudo a minha voltar ficar escuro.

Era Alfonso quem estava parado na porta do quarto. Estático, sem branco, como se tivesse visto um fantasma. Eu me levantei empurrando Maria de cima de mim e abotoando minha blusa. Eu não sabia o que dizer, o silencio naquele momento fazia meus ouvidos doerem.

 Dulce Maria: Poncho… – Foi ela quem falou primeiro.

Alfonso: Não fale comigo nunca mais na vida sua vadia! – Ele disse com tanto ódio nos olhos, que tenho certeza que ele queria mata-la.

Anahi: Amor, calma, eu posso explicar… – Usei a pior fase do mundo.

Alfonso: Não, você não pode explicar anda! – Ele disse aos gritos, com os olhos vermelhos, acho que estava prendendo o choro. – Você é uma nojenta, você é podre, só não é pior que a outra. – Ele disse apontando para Maria. – Eu vou acabar com a vida de vocês! As duas vão se arrepender de terem me feito de idiota! – Uma lagrima escorreu de seus olhos. – Como eu fui burro, como? – Ele gritava. – Como nunca imaginei… – Ele ria, mas tenho certeza que era de nervoso.

Anahi Calma amor, deixa a gente explicar… – Eu me aproximei.

Alfonso: Não tem que explicar nada Anahi, nada! Eu vi, eu vi com meus próprios olhos – As lagrimas começavam a surgir com mais frequência e seu rosto. – Como eu fui burro… – Ele não conseguia parar de gritar. – Vocês são duas nojentas, duas porcas!

Dulce Maria: Esta me ofendendo Alfonso. – Ela disse séria.

Alfonso: Ofensa é pouco para vocês duas! – Ele estava vermelho de raiva. – Eu vou fazer pior, eu vou acabar com a vida de vocês, vou acabar com essa coisa nojenta que vocês fazem…

Dulce Maria: Não, você não vai fazer nada…

Alfonso: Eu quero ver você me impedir…

 Naquele momento ele deu um soco na porta do quarto de Maria e desceu as escadas correndo. Eu gritava por ele e logo fomos atrás também. Ele saiu pela casa chamando pela avó e nos xingando de todos os nomes. Quando chegamos à sala quase junto com ele, Dona Clara estava de pé próxima a porta da cozinha. O alfonso já chegou aos berros. Foi uma confusão só, Maria foi para cima dele, tentando tampar sua boca, mas ele era mais forte e a derrubou no chão, eu a ajudei enquanto ele tentava falar para a avó, que por sua vez brigava com ele, por ter derrubado a irmã. A coisa estava séria, não se dava para entender nada. Maria gritava de um lado, Alfonso de outro e Dona Clara gritava no meio. Depois disso eu não me lembro mais nada. Apaguei no meio da sala e acordei com meus pais me olhando – Lara e Túlio. Olhei ao redor e ainda permanecia na casa de Alfonso, que estava de um lado da sala com os braços cruzados olhando feio para mim. Dona clara a minha frente, sentada em uma poltrona, seu olhar era de preocupação. E Maria no degrau da escada abraçada as pernas com um olhar triste.

Eu me sentia meio zonza. Senti-me e achei que minha cabeça ia explodir. Naquele momento meu pai começou a brigar comigo e minha mãe também. Ele me levantou pelo braço e foi me arrastando em direção a porta. Eu não conseguia entender muito bem o que estava acontecendo. Olhei para Maria, que pela primeira e única vez na vida, eu vi chorando. De pé perto da escada ela não dizia nada, apenas me olhava em prantos, como se fosse a ultima vez que ia me ver na vida…