Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Dulce Maria: Sem problemas, Anny… – Ela me olhou dos pés a cabeça e sorriu de um jeito meio malicioso que me fez ficar apavorada. Em seguida olhou ao redor de onde estava. – Sua casa é linda…

Anahi: Obrigada, eu e Alfonso que montamos quase tudo. – Eu andei indo em direção a escada. – Vem, vou te mostrar seu quarto.

Dulce Maria: Vocês dois fizeram um ótimo trabalho…

Anahi: É, fizemos sim… – Eu comecei a subir a escada e ela veio atrás de mim. – E suas coisas, onde estão?

Dulce Maria: Dentro do carro, quando meu irmão chegar eu peço para ele pegar, não quero carregar peso… – Aos poucos eu ia vendo que ela tinha mudado um pouco sim. Dulce Maria de dezessete anos era muito independente, e fazia tudo sozinha, essa já não era tão assim. – E minhas sobrinhas, onde estão?

Anahi: Alfonso foi buscá-las, elas voltaram de viagem hoje, estavam em Búzios, com um casal de amigos nossos e a filha deles. – Eu expliquei já quase chegando ao quarto de hospedes.

Dulce Maria: Nossa, elas já devem ser duas mulheres… – Disse ao entrar no quarto logo atrás de mim. - A última vez que as vi pessoalmente deve fazer uns cinco anos ou mais… O tempo voa mesmo… Só em pensar que a última vez que eu te vi elas nem eram nascidas… – Ela comentou de um jeito meio melancólico.

Anahi: Esse é o seu quarto… – Eu desviei o assunto. – Tem um banheiro para você. – Eu apontei para uma das portas. – E tem também um closet. – Apontei para a outra porta. - Não é lá essas coisas, mas acho que da para você se virar por uns dias.

Dulce Maria: Está ótimo, Anny… – Ela sorriu olhando o quarto.

Anahi: Bem, eu vou te deixar sozinha um pouco, vou tomar um banho e colocar uma roupa descente. – Eu disse indo em direção a porta. – Não vou demorar, quando eu acabar, podemos comer alguma coisa, tudo bem?

Dulce Maria: Tudo ótimo… – Ela veio atrás de mim. – Vou ficar lá em baixo, posso ligar o som?

Anahi: Sinta-se em casa, não precisa de cerimônia.

Dulce Maria voltou lá para baixo, enquanto eu fui tomar um banho quente para ver se conseguia lavar aqueles pensamentos loucos de mim. Não era possível que mesmo depois de tanto tempo, eu ainda pudesse sentir aquelas coisas. Talvez seja só nostalgia, ou saudades de uma época que nunca mais vai voltar… Tentei ser rápida, coloquei um short jeans, uma blusa social de manga comprida e uma sapatilha bem confortável. Penteie os cabelos com os dedos, passei uma maquiagem bem natural no rosto e um pouco de perfume também. Me olhei no espelho nervosa, como se tivesse pronta para meu primeiro encontro… Tentei espantar aqueles pensamentos doidos de minha cabeça e desci quase correndo, como costumava fazer aos dezesseis anos.

Cheguei à sala e tive que rir da cena que vi. Estava na rádio que eu escuto tocando uma boa MPB. E Dulce Maria estava parada próxima à janela fumando um cigarro com um copo de whisky em sua mão.

Anahi: Demorei? – Eu disse parada próxima a escada.

Dulce Maria: Não reparei, estava com a cabeça longe… – Ela me olhou de canto e sorriu.

Anahi: Está com fome? – Eu perguntei ainda de longe. Lembrando-me do dia em que beijei Dulce Maria pela primeira vez.

Dulce Maria: Estou… – Ela deu um trago no cigarro ao se virar completamente para mim. – Peguei um pouco de whisky, espero que não tenha problema.

Anahi: Não, não tem… – Eu caminhei indo até a janela, ficando a meio metro dela. – Quer comer agora, ou prefere esperar o Alfonso chegar com as meninas? – Eu disse ao pegar o copo de sua mão e tomar um gole  devolvendo-o.

Dulce Maria: Podemos esperar… – Ela não parava de me olhar daquele mesmo jeito. – Enquanto isso você poderia me contar como foi seus últimos dezesseis anos… – Ela sorriu ao dar mais um trago no cigarro.

Anahi: Não… – Eu fui até as bebidas que estavam próximas e coloquei um pouco de whisky em um copo. – Prefiro que você fale sobre a sua. – Eu voltei até a janela. – Como é ser famosa? – Eu perguntei ao tomar um gole, colocar o copo na janela e ascender um cigarro.

Dulce Maria: É legal, eu gosto de cantar, gosto de ser reconhecida…

Anahi: Você sempre gostou de chamar atenção. – Eu sorri para ela e virei as costas para janela. – Vamos sentar lá fora?

Dulce Maria: Vamos… – Eu fui indo na frente e ela logo atrás. – E as meninas, já estão namorado, saindo muito? Dando dor de cabeça? – Ela perguntava enquanto andávamos até a parte da frente da casa.

Anahi: Elas estão em uma fase bem chata. – Eu abri a porta dando passagem a ela. – Camille está mais revoltada que a Millena, mas as duas estão me dando uma dor de cabeça enorme. – Ela se sentou em uma das cadeiras e eu me sentei na outra.

Dulce Maria: Mas é normal da idade né, Annyi… – Ela falou meu nome como se fosse alguma indireta. – Dezesseis, dezessete anos não é fácil…

Anahi: Eu sei que não… – Eu sorri lembrando do meu passado. – Millena me lembra muito você as vezes… Ela tem seu gênio, fala do mesmo jeito como se fosse superior a todos, não aceita não como resposta, mas ao mesmo tempo é doce, em algumas situações é meio tímida, e em outras um furação. Alfonso sempre diz que ela é uma mistura minha com você…

Dulce Maria: Nossa, nem imagino como deva ser, mas pelo jeito que esta falando deve ser uma menina incrível. – Ela sorriu com um ar de arrogância.

Anahi: É… E ela também se acha muito assim como você… – Eu olhei com a cara fechada para ela, mas logo ri em seguida. – Estou com saudades das minhas filhotas…

Dulce Maria: Não as vê desde quando?

Anahi: Desde sexta… – Eu disse meio triste.

Dulce Maria: Nossa, assim você sufoca essas garotas. – Ela riu de mim. – Mas e a Camille, como ela é?

Anahi: Camille já é uma mistura minha com Alfonso, mas confesso que acho o gênio dela muito mais parecido com o dele… – Eu disse lembrando-me dela – Camille é muito moleque, não liga para nada, e eu tenho algumas duvidas sobre a sexualidade dela… – Eu disse com um certo receio…

Dulce Maria: Minha sobrinha é gay? – Ela perguntou com um sorriso divertido no rosto.

Anahi: Eu acho que sim, mas não conte a ninguém, acho que Alfonso surtaria se suspeitasse de alguma coisa…

Dulce Maria: Mas vocês duas já conversaram sobre isso?

Anahi: Nunca, eu estou esperando ela vir me contar… Mas não sei se virá tão cedo, ela é muito mais apegada ao pai, sempre conta as coisas a ele…

Dulce Maria: Então, você deveria conversar com ela, antes que ela acabe contando a ele e não a você…

Anahi: Tenho medo de esta errada e ela ficar chateada comigo… Melhor eu esperar mais um pouco…

Dulce Maria: Mas não adie muito isso, elas já vão fazer dezessete anos, converse com ela… – Ela disse como se fosse um grande conselho.

Anahi: Eu vou conversar. – Eu disse ao ver o carro de Alfonso entrar no quintal de casa. – Chegaram… – Eu disse sentindo um frio enorme na barriga.