Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Anahi •

 Os olhos de Maria fixos nos meus. Só de pensar em chegar perto dela, meu coração parecia que ia explodir. Eu não movi nem um centímetro para frente. Apenas fiquei olhando ela vir lentamente em minha direção. Eu sabia o que poderia acontecer, na verdade eu queria que acontecesse. Ela estava a meio metro de mim, só faltavam um ou dois passos para alguma coisa acontecer. Mas minha cabeça conseguiu falar mais algo naquele momento e eu cortei o contato visual que estávamos fazendo dando um passo para trás me encostando a porta.

 Anahi: Você não disse que estava com fome? – Eu falei com pressa. – Vou pedir para Neide servir o lanche, antes de ela ir embora. – Eu sai de onde estava indo em direção a cozinha.

Dulce Maria: É estou com fome sim… – Ela disse com um sorriso na voz ainda parada no mesmo lugar.

 Eu praticamente corri dali, me senti encurralada. Como um ratinho indefeso e medroso, que fosse ser comido por um gato faminto.Ao chegar à cozinha, Neide estava terminando de por o lanche à mesa.

Dulce Maria chegou um pouco depois de mim. Como se tivesse esperado para me seguir. Eu ainda estava nervosa, sentindo meu coração bater forte… Ela propositalmente parou ao meu lado, próxima a mesa da cozinha onde eu estava. Encostando seu braço no meu, fazendo todo o meu corpo se arrepiar… Ela soltou uma risada abafada e satisfeita, já eu me afastei novamente, querendo fazer aquele momento de tensão passar o mais rápido possível… Mas o cheiro de Maria me deixava meio bamba, como se fosse uma droga, me fazendo querê-la perto de mim… Uma confusão de sentimentos e pensamentos invadiam todo o meu ser naquele momento.

Neide pediu licença ao terminar de por a mesa, disse que ia se arrumar para ir embora, mas que já havia deixado a janta pronta. Eu autorizei sua partida e ela se foi, me deixando sozinha com Dulce Maria. Ela me olhou do mesmo jeito que antes, sentou-se a mesa e olhou para mim novamente.

 Dulce Maria: Não vai sentar não? – Ela disse com ar de superior.

Anahi: Claro, mas pensei em… Chamar as meninas… – Eu disse não querendo ficar sozinha com ela.

Dulce Maria: É impressão minha ou ta com medo de ficar sozinha comigo? Não vou fazer nada que você não queria Anny. – Ela disse séria com aquele ar de esnobe.

Anahi: Eu? Com medo você de ficar sozinha com você? – Eu fiz pose e fiz a atriz que tem dentro de mim. – Claro que não! Porque eu teria esse medo?

Dulce Maria: Então sente e vamos comer. – Ela sorriu de canto, meio maliciosa.

Anahi: Vamos! – Eu me sentei ao lado dela.

 De inicio eu não disse nada, nem olhar para ela direito eu estava olhando. Me senti como no dia em que ela fez café da manha para gente a primeira vez… Quando eu ainda tinha dezesseis anos e achava que tinha o mundo em minhas mãos.

 Dulce Maria: Gostei da sua amiga, Olivia o nome dela não é? – Ela disse quebrando o silencio com um sorriso sarcástico no rosto, e naquele momento eu entendi o que ela quis dizer. Ela tinha ouvido a conversa.

Anahi: Isso mesmo… – Eu disse séria e meio sem graça. – Você… Ouviu a conversa não é?

Dulce Maria: Depende… – Ela sorriu linda e sexy para mim, tomando um gole de café em seguida.

Anahi: Depende de que? – Eu estava nervosa, mas consegui manter a pose. – Ela é maluca, não ligue para cosias que ela disse…

Dulce Maria: E para as coisas que você disse? – Ela foi direta como sempre.

Anahi: E-eu não disse nada… – Eu fiquei nitidamente nervosa.

Dulce Maria: Calma… – Ela sorriu satisfeita e colocou a mão sobre a minha mão. – Já disse que não vou fazer nada que você não queria… – Eu encarei a mão dela sobre a minha e senti meu coração sair pela boca, mas ao mesmo tempo eu senti paz… Encarei nossas mãos por alguns segundos, mas logo retirei a minha de baixo da dela, e voltei meus olhos para seu rosto perfeito.

Anahi: Não sei o que você ouviu, mas… Eu quero que você esqueça! – Eu disse séria ao me levantar. – Vou lá falar com minhas filhas, quero saber melhor o que aconteceu hoje a tarde, e na viagem também… – Eu disse totalmente séria. – Obrigada mais uma vez por ter me contando… – Ela sorria de canto, como um cafajeste, aquilo mexia comigo, ela sabia disso. Mas eu fui forte, dei as costas e fui embora, deixando-a sozinha em minha cozinha.