Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Dulce Maria: Não, eu já terminei por hoje. – Ela disse ao colocar o violão ao seu lado. – Vem, senta aqui…

Anahi: Ta… – Eu me sentei no chão, próxima a ela. – E ai, compondo sobre o que?

Dulce Maria: Sobre la vida… – Ela disse com um sorriso torto e aquele sotaque lindo. – Hace… Faz tempo que não faço musicas em português, resolvi fazer umas agora, para essa nova faze na minha carreira.

Anahi: Toca alguma para eu ouvir…

Dulce Maria: Assim que estiver pronta… – Incrível como ela nunca perdia a pose.

Anahi: Nem mesmo um pedacinho?

Dulce Maria: Não… – Ela sorriu. – Lembrei de uma coisa… Não sai daí… – Ela disse ao se levantar com pressa. – Vou buscar e já volto.

Anahi: Buscar o que? – Eu perguntei confusa.

Dulce Maria: Calma, você vai ver… Porque não liga o som enquanto eu vou lá em cima? – Ela disse já quase correndo para dentro de casa.

 Me levantei sem pressa e fui até a churrasqueira onde havia um som. O liguei e apertei o play do cd sem ao menos ver o que era. Assim que começou a tocar Maria Rita eu achei graça e ri sozinha. Sem duvidas o universo estava querendo me dizer alguma coisa… Sentei-me na beira da piscina outra vez, fiquei tentada a olhar o que Maria estava escrevendo, mas me contive e molhei meus pés na água quente da minha piscina aquecida.

Logo ela voltou com duas taças em mãos, um vinho na outra e um sorriso super cafajeste na cara. Vinho sempre acabou comigo, ela sabia disso. E era proposital isso que ela estava fazendo. Naquele momento eu tive quase certeza que o papo ia sim acabar em outro lugar.

Dulce Maria: Trousse esse vinho da Espanha, uma safra muito boa. – Ela se sentou ao meu lado.

Anahi: Você sabe que vinho acaba comigo. – Eu disse séria.

Dulce Maria: Mas esse aqui vale apena… E essa noite meio fria esta pedindo um bom vinho… – Ela tirou a rolha da garrafa. – Bebe só um pouco. – Ela serviu as taças.

Anahi: Você não tem jeito mesmo… – Eu disse negando com a cabeça, mas sorrindo de canto.

Dulce Maria: Toma, prova. – Ela me entregou uma taça e eu provei em seguida.

Anahi: Nossa, bom mesmo. – Eu disse achando verdadeiramente gostoso.

Dulce Maria: Eu disse que era bom. – Ela sorriu e tomou um gole de vinho também. – Gostei da musica que escolheu…

Anahi: O cd já estava no aparelho, eu só dei play…

Dulce Maria: Eu queria ter ido em um show da Elis Regina… – Ela disse olhando para o céu.

Anahi: É eu também. – Ela voltou a olhar para mim. – Fui em um da Maria Rita uma vez, muito bom!

Dulce Maria: Poderia me levar um dia não é? – Ela sorriu de canto.

Anahi: Claro… – Tomei mais um gole de vinho.

 Ficamos em total silencio por um tempo, eu observava meus pés dentro d’água, já ela era fixa no céu, que estava limpo e estrelado.

 Dulce Maria: Eu sempre senti falta do Brasil. Sempre quis voltar para cá – Ela disse voltando a me olhar.

Anahi: E porque não voltou antes?

Dulce Maria: Eu não sei, nos primeiros meses e anos que estava na Espanha, eu pensei em varias maneiras de fugir de casa e voltar para cá e… – Ela parou de falar como se pensasse no que ia dizer e como. – Sei que acabei ficando… Conheci pessoas e com o tempo me acostumei.

Anahi: Pessoas quer dizer mulheres não é? – Eu disse com um tom de deboche.

Dulce Maria: Exatamente… Muitas mulheres… Cada uma mais linda que a outra…

Anahi: Imagino que sim…

Dulce Maria: Mas nenhuma nunca conseguiu ser suficiente. Sempre ótimas, mas nunca suficiente.

Anahi: Ou talvez fosse você, que nunca esteve satisfeita realmente, sempre querendo mais e mais.

Dulce Maria: Não exatamente, eu desejava uma coisa. E como nunca achava, eu continuava procurando…

Anahi: O que você desejava? – Eu perguntei e me arrependi de imediato. Ela me olhou com aquele sorriso safado se sempre.

Dulce Maria: Eu procurava uma menina em especial, que eu sabia que nunca acharia lá.

Anahi: Ah. – Eu já estava sentindo meu corpo tremer. – Talvez não tenha procurado direito

Dulce Maria: Na verdade eu sabia onde ela estava… – Eu engoli a seco.

Anahi: Entendi. – Eu não queria perguntar onde.

Dulce Maria: Incrível como as coisas não mudam né?

Anahi: Como assim? – Eu me estiquei até pegar o maço de cigarro.

Dulce Maria: Você, é do mesmo jeitinho que a dezesseis anos… Quase nada mudou, quase a mesma cara, na verdade esta mais bonita agora, mais mulher, mais sexy… – Ela molhou os lábios com a língua – Mas também esta mais… mais reservada…

Anahi: Amadureci não é? – Eu disse ao dar o primeiro trago no cigarro.

Dulce Maria: Sim claro, a cada dia que se passa amadurecemos mais… – Ela pegou o cigarro da minha mão e deu um trago me devolvendo em seguida. – Mas acho que o que quero dizer é que esta mais… – Ela tentou buscar uma palavras, mas pareceu não achar. – Medrosa? Não medrosa não… Receosa talvez.

Anahi: Não acho isso…

Dulce Maria: Então pergunta… – Ela sorriu de canto.

Anahi: Perguntar o que? – Fiquei confusa.

Dulce Maria: O que você queria perguntar… Eu sei que você queria…

Anahi: Sobre o que? – Eu realmente não estava mais entendendo.

Dulce Maria: Onde ela estava… A menina que eu procurava, procuro… – Sinto meu coração disparar naquele momento.