Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Quando eu me virei novamente para onde o pequeno grupo estava eu dei de cara com Samara, ela estava atrás de mim.

 Millena: Ai garota! – Eu disse com raiva, por ter levado um susto. – Não faz isso! – Ela riu de mim.

Samara: Relaxa, foi sem querer ok? – Ela disse na defensiva com um sorriso no rosto. – Vamos pegar mais bebida?

Millena: Ta… Vamos sim, a Camille bebeu quase tudo que tinha no meu copo… – Eu mostrei o copo a ela.

Samara: Não tem problema eu faço outro para você! – Ela disse já indo em direção as bebidas, eu fui atrás.

 Enquanto ela fazia a simples mistura perfeitamente, de vodka, energético e gelo eu fiquei calada, observando-a… Era tão estranho e ao mesmo tempo tão bom… Mas o diferente mesmo era aquela vontade doida que começou a me dar de tocar nela. Em querer tocar seu cabelo, seu rosto, seus braços… Como se eu precisasse daquilo para ver se era real.

 Samara: E ai, esta bom? – Ela disse depois de me dar o copo e eu experimentar a mesma mistura pela quarta vez.

Millena: Esta! – Eu sorri meio tímida. – Isso é bom demais! Vodka com energético é uma bebida comum, mas tem alguma cosia que você faz que fica muito gostosa!

Samara: O que faz ficar bom sou eu! – Ela disse se achando.

Millena: É… Eu me esqueci com quem estava falando. – Eu disse debochada..

Samara: Com a menina dos melhores drinks de vodka! – Ela riu para mim.

Millena: Tinha que ser boa em pelo menos uma coisa não é? – Eu disse implicando com ela, ela sorriu.

Samara: Sou em muitas outras, você que nunca reparou. – Ela sorriu de um jeito único, meio sapeca.

Millena: Só acredito vendo. – Eu disse meio esnobe.

Samara: Com o tempo quem sabe? – Ela tomou um gole de sua bebida. – Vamos sentar um pouco ali na calçada? – Ela apontou para a calçada vazia, eu senti um medo muito grande, e uma adrenalina maior ainda.

Millena: Vamos… – Ela foi à frente, e eu logo atrás.

 Sentamos uma ao lado da outra e ficamos caladas apenas observamos as pessoas daquele lugar. Estava frio, o vento gelado batia em meu rosto, mas a bebida me ajudava a ficar aquecida… Meu coração sapateava dentro de mim, e meu estomago parecia estar sendo invadido por um enxame de abelhas carnívoras… Tudo aquilo porque eu estava sentada ao lado daquela garota, tão irritante e fascinante ao mesmo tempo…

Conhecíamos-nos desde crianças, não teve uma vez que deixamos de brigar ao nos ver. E estar ali sem toda aquela guerra me deixava desesperada. Eu não sabia como agir, o que dizer, o que fazer. Passei toda a vida “machucando” Samara, eu sempre sabia exatamente o que devia ser feito. Mas ali, sentada ao lado dela, tomar uma bebida descontraída, eu me sentia total desprotegida.

 Samara: Vocês vão para casa depois daqui? – Ela perguntou ao me olhar.

Millena: Vamos sim, você vai para onde?

Samara: Não, eu vou para casa também… Queria saber se posso ir com vocês.

Millena: Claro, não tem problema, vamos ligar para o taxi quando formos…

 E o assunto acabou ali, voltamos a olhar para as pessoas… Era tão mais fácil manter um dialogo quando estávamos brigando por alguma coisa… Era tão mais simples que isso… Tentei buscar em minha mente algum jeito de fazer a conversa render e nada me vinha a cabeça. Fazendo-me ficar mais nervosa a casa minuto silencioso entre nós…

Lembrando-me do passado eu ri sozinha e sem perceber comecei a falar…

 Millena: Lembra aquela vez… – Eu olhei para ela que se virou rapidamente para mim. - Que a gente estava brigando por que eu queria que todos brincassem de pique esconde, mas você queria que todos brincassem de queimado. Ai chegou aquela menina grandalhona, que vinha passar final de semana com o pai e disse que todos iam brincar do que ela queria e não o que a gente queria? – Eu estava sorrindo ao lembrar.

Samara: Claro que lembro… Ai a gente se olhou com toda aquela raiva, e rapidinho colocamos ela para correr, mas em seguida voltamos a brigar pelo mesmo motivo de antes… – Ela também sorria.

Millena: Exatamente assim. – Eu estava feliz ao lembrar daquilo e compartilhar com ela…

Samara: E daquela vez que estávamos apostando corrida todo mundo junto e você estava vencendo de mim e de repende caiu e se ralou toda…

Millena: Que você veio me ajudar e eu coloquei a culpa em você e começamos a gritar uma com a outra? – Eu perguntei contente.

Samara: Isso! – Ela também parecia feliz. – Que depois de muita gritaria você deixou eu lavar seu machucado na torneira do zelador, ai quando já esta tudo bem começamos a brigar de novo, até que a Camille chegou e separou a briga. – Riamos meio tímidas ao lembrarmos da infância.

Millena: Camille sempre atrapalhando nossas brigas! – E sorri de canto.

Samara: Acho que seria melhor se fosse… ‘Camille, sempre chegando a tempo de não nos matarmos’… – Rimos juntas e eu senti minhas bochechas ficarem quentes.

Millena: É, pode ser assim também. – Tomei um gole da bebida.

Samara: Teve aquela vez que você me ajudou com as duas meninas mais velhas, se lembra?

Millena: Lembro que você estava quase apanhando quando eu cheguei. – Eu ri.

Samara: Se você não tivesse chegando naquele instante eu teria parado no hospital isso sim… Você aquele dia salvou minha vida… – Ela sorriu meio tímida. – Mas como sempre depois, quis acabar com ela com as próprias mãos! – Ela sorriu outra vez. E a cada sorriso que ela dava, eu tinha mais vontade de toca-la.

Millena: Claro, só eu posso querer matar você, brigar com você, xingar você e tudo mais! – Eu disso rindo de canto.

Samara: Nunca soube se isso era bom ou ruim…

Millena: É, nem eu…

E novamente paramos de conversar no nada, olhando cada uma para um lado, como duas estranhas.