Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Anahi •

 Eu estava em sono profundo, sonhando com um lindo jardim florido e perfumado. Meu nome sendo chamado ao longe, era Dulce Maria dizendo meu nome com tranquilidade. Já eu procurava por ela entre as flores. Até que a achei, sorrindo para mim. Mas não era a Maria de hoje em dia que estava lá. Era a de dezessete anos. Uma jovem cheia de gaz e como sempre, me olhando como se lesse minha alma… Mas antes de conseguir abraçá-la eu fui tirada de perto dela…

Dulce Maria: Anny… Anny… – Ela disse com a mão em minhas costas.

Anahi: Hum… Que? – Eu disse totalmente grogue de sono.

Dulce Maria: Toma café comigo? – Ela sentou-se na cama e passou a mão em meus cabelos tirando-os do meus olhos.

Anahi: O que? – Eu ainda não estava muito presente.

Dulce Maria: Café.. Toma café comigo?

Anahi: Não… – Eu resmunguei querendo voltar a sonhar.

Dulce Maria: Vai, por favor… Toma café comigo… – Ela disse tirando as cobertas e cima de mim. – Hum… interessante… – Ela disse ao ver que eu estava só de calcinha e mesmo ainda ‘dormindo’ eu pude sentir meu corpo queimar com seus olhos em mim.

Anahi: Não faz isso, estou sem roupa! – Eu disse me cobrindo como se ela fosse uma total estranha para mim.

Dulce Maria: É eu vi… – Ela sorriu maliciosa para mim. – Então, vamos tomar café? Posso trazer até aqui se preferir e comemos na cama mesmo… Ai você nem vai precisar colocar a roupa.

Anahi: Não! – Eu disse em reflexo de medo dela tão perto de mim. Era como se as horas de sono, tivessem feito com que eu voltasse ao normal. Querendo preservar casa e família e não a amor com luxúria…

Dulce Maria: Porque não? – Ela parecia surpresa, fazendo seu sorriso feliz de desmanchar aos poucos.

Anahi: Não quero! – Eu estava realmente desesperada em cair em suas tentações como na noite anterior. – Não quero tomar café com você! Não quero você no meu quarto, não quero você de jeito nenhum… Ontem a noite aconteceu como a despedida que não tivemos quando jovens… Não fique achando que vou te ter como amante outra vez… Agora se puder me deixar em paz eu quero voltar a dormir. – Aquelas coisas saíram de mim como no automático, totalmente se pensar, apenas querendo-me livrar daquela situação, daquele medo.

 Dulce Maria fechou a cara. Me olhou com raiva e desprezo. Levantou sem dizer nada e saiu do meu quarto batendo a porta com força. Ali naquele momento eu soube que havia feito a coisa certa para o meu casamento. Mas ao mesmo tempo vi mais uma porta se fechar para o meus sonhos…

Me cobri até a cabeça querendo voltar para aquele sonho lindo, onde eu e Dulce Maria éramos apenas nós… Mas a porta do meu quarto se abriu de novo, sem duvidas era Maria vindo brigar comigo, ou algo parecido. Bem que achei que havia sido fácil de mais me livrar dela.

 Anahi: Me deixa dormir Maria, não adianta vir dizer nada para mim, não vai conseguir me levar na conversar. Já disse que não!

Millena: Que? Do que esta falando mãe? – Ela disse ainda um pouco distante da cama. Eu me sentei com pressa olhando para ela um pouco assustada.

Anahi: Oi? Nada… nada… – Eu disse achando que Millena havia entendido tudo e agora ela sabia de todos os meus segredos.

Millena: Nada? Disse sim… Achou que eu fosse a tia Dulce… – Ela e olhou meio desconfiada. – Vocês estavam brigando?

Anahi: Não..

Millena: Não é o que parece… Mas também acho que você não vai me dizer o que está acontecendo não é?

Anahi: Não está acontecendo nada.

Millena: Não tem problema se não quiser me contar agora, mas sabe que também pode me contar as coisas… Não sou tão experiente na vida como você, mas posso ser uma boa ouvinte. – Ela sorriu ao sentar em minha cama.

Anahi: Claro que sei filha… – Eu sorri para ela.

Millena: Não sei como consegue dormir só de calcinha nesse frio… – Ela disse como se me reprovasse. – Mas então mãe, já é quinta-feira, o ultimo final de semana das férias está chegando… E eu quero tomar café da manha com você. Porque quando as aulas voltarem eu sei que não vou poder ter esse privilégio… – Ela sorriu feliz para mim e eu para ela.

Anahi: Tá, mas que horas são?

Millena: Acho que são quase meio deia…

Antahi: Ta bem, vai descendo, pede para Neide colocar nosso café lá trás. Quero comer perto do jardim…

Millena: Não demore a descer ok? – Ela se levantou.

Anahi: Chama sua irmã para tomar café com a gente também.

Millena: Ai mãe, ela vai me bater se eu acordar ela… Nem quero apanhar hoje não.

Anahi: Ta, deixa que eu chamo quando for descer…

Millena: Ok, mas não demora que eu estou com fome! – Ela disse ao bater a porta logo atrás dela

 E a segunda chegou com tudo. Inicio de agosto e volta as aulas das meninas. Alfonso havia voltado na sexta bem cedinho, me levou para jantar e tudo naquele dia. Dulce Maria mal estava falando comigo. Falava apenas o necessário. Por um lado eu estava me sentindo livre, pois sabia que não corria mais riscos. Que com minha cunhada ‘longe’ de mim, meu casamento estava a salvo. Por outro eu estava em prantos, querendo que ela me olhasse, me notasse, me beijasse. Que viesse até mim e me fizesse mulher, que brigasse comigo ou me obrigasse a beber mais vinho. Mas ela nada fez, apenas me tratava como uma desconhecida. Como alguém que não sabe nem o nome. E a cada dia eu ia travando uma intensa batalha dentro de mim. Entre o meu eu certo, e o meu eu sonhador.

Alfonso saiu para trabalhar bem cedo naquela segunda. As meninas foram para escola. Dulce Maria foi pela primeira vez ver casas. E eu como de costume, fiquei sozinha. Fazendo nada, ou fazendo tudo…