Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Fui com ele até a porta de entrada onde ele parou e se virou para mim. Sua cara estava fechada e de algum jeito eu tremi por dentro, com medo dele vetar minha saída com Dulce Maria.

Alfonso: Quero que o Pedro leve vocês. Se for para ir no carro da Dulce eu prefiro que você não vá.

Anahi: Porque? Qual o problema? – Eu disse como se não entendesse, mas eu sabia que ele não nos queria sozinhas.

Alfonso: Porque eu não quero. Não quero você sozinha com ela. – Ele foi direto e grosseiro.

Anahi: Alfonso… Aquilo aconteceu antes mesmo das meninas nascerem. Você já me perdoou, já a perdoou, faz tanto tempo… Que eu mal me lembro…

Alfonso: Te perdoei porque te amo, e porque ela é minha irmã, mas eu não esqueci, e nunca vou esquecer. Para mim parece que foi ontem. E me da nojo só de lembrar. – Ele estava bravo e falava em tom baixo.

Anahi: Mas eu já esqueci. E você tem que confiar em mim…

Alfonso: Eu confio em você em todos os requisitos do mundo, menos nesse Antonieta, menos nesse. – Ele olhou no relógio e voltou a me olhar. – Tenho que ir… Vou falar com o Pedro para voltar logo para casa depois de levar as meninas na escola. Assim ele pode levar vocês.

Anahi: Esta bem… – Eu disse abaixando a cabeça como sempre.

Alfonso: Eu te amo. – Ele selou meus lábios rapidamente e saiu pela porta da frente.

 Fechei os olhos e lembrei de mim antes de conhecer Alfonso. Nem mesmo meus pais conseguiam me dar ordens. Era maravilhoso ter o mundo nas mãos e fazer tudo que eu queria a hora que eu queria. Para falar a verdade eu nem me lembro como é ser realmente ‘livre’. Voltei a cozinha e minhas filhas estavam levantando. 

Millena: Estamos indo mãe. – Ela disse beijando minha bochecha. – Vamos só escovar os dentes…

Anahi: Boa aula meninas.

Camille: Quando voltarmos da aula você vai estar em casa? – Ela perguntou já da porta.

Anahi: Eu não sei filha, não sei mesmo.

Camille: Ta bem mãe. Beijos… – Ela mandou um beijo de longe. – Te amo. – Ela disse sorrindo e saindo.

Anahi: Também amo vocês. – Eu disse mais para parede do que para elas.

 Me sentei novamente, ficando de frente para Maria que estava calada tomando café preto. Eu realmente amava o jeito que ela me olhava. Sempre do mesmo jeito desde a primeira vez que nos vimos. Com intensidade, como se me despisse, lesse minha alma, e visse meus desejos mais obscuros.

 Anahi: Nunca pare de me olhar assim. – Eu pensei alto.

Dulce Maria: Assim como? – Ela intensificou o olhar e passou a pontinha da língua na borda da xicara.

Anahi: De nenhum jeito. Pensei alto. – Eu fiquei com vergonha e ela apenas riu de mim.

Dulce Maria: E aê, meu irmão te proibiu de sair comigo?

Anahi: Não exatamente. Mas se quiser que eu vá vamos ter que ir com o motorista.

Dulce Maria: E você vai obedecer as ordens dele? – Ela disse e desafiando.

Anahi: Se eu quiser ir é claro que vou. – Ela me olhou me reprovando.

Dulce Maria: Desde quando você obedece tudo que ele diz em? Porque você não começa a agir como mulher e não como filha dele? Porque é isso que parece, que você é filha dele e que tem que pedir permissão para tudo. – Ela estava mesmo indignada com aquela situação.

Anahi: Não é bem assim… – Eu disse séria, mas na verdade não sabia o que dizer.

Dulce Maria: Para de ser tão submissa a tudo que ele diz e começa a viver sua vida.

Anahi: Aé, e como acha que eu devo fazer isso?

Dulce Maria: Em primeiro lugar indo comigo no meu carro. E em segundo aceitando a minha proposta.

Anahi: Proposta? Que proposta? – Eu tremi de nervoso.

Dulce Maria: Essa proposta eu só vou te fazer quando sairmos daqui. Não quero que ninguém escute a principio.

Anahi: Para, ta me deixando curiosa, fala logo. – Eu disse ansiosa.

Dulce Maria: Não, só depois. Mas fica tranquila que é coisa boa. Boa para ambos os lados na verdade. – Quando ela disse ambos os lados ai que eu fique ainda mais nervosa para saber o que era.

Anahi: Não… Se você não me falar o que é agora eu não vou com você. – Eu a peitei.

Dulce Maria: Porque em vez de me desafiar e me dizer não, você não faz isso com o Alfonso? Eu só quero te ajudar, já ele não parece que está querendo a mesma coisa. – Ela disse como se tivesse toda a razão do mundo. – Então para de gastar esse seu lado rebelde comigo e vai se arrumar. Saímos daqui as nove horas. – Ela disse levantando.

Anahi: Não… Espera! Me diz o que é…

Dulce Maria: Já disse que não vou dizer agora. – Ela disse irritada. – Mas que mulher chata. – Ela foi em direção a porta. – Você te duas horas para fazer tudo que tem para fazer. – E saiu me deixando sozinha como sempre.