Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Millena •

 A primeira coisa que fiz quando cheguei na aula foi, deitar a cabeça na carteira e dormir. Samara ainda não havia chegado, nem mesmo a professora de Biologia, então seria ainda mais fácil me desligar do mundo. Não sou de dormir em aula, mas eu estava realmente precisando de um pouco de sono, apaguei em menos de cinco minutos.

 Era tarde o sol já estava se pondo, a rua estava cheia, um lugar totalmente desconhecido, e eu caminhava entre as pessoas que hora ou outra esbarravam em mim. Era como se não tivesse para onde fugir, apenas andar sem parar, para onde eu não fazia ideia… No meio da multidão eu senti alguém me puxando pelo braço, não pude ver quem era até entrarmos em uma outra rua totalmente deserta e escura, o sol já havia ido embora.

 Samara: Indo por ali você nunca vai chegar a lugar nenhum. – Ela me disse meio ofegante como se tivesse corrido para me alcançar.

Millena: Mas quem disse que eu queria chegar em algum lugar?

Samara: Eu sei o que estou falando, você não ia querer continuar ali por muito tempo. – Ela pegou em minha mão. – Vem vou te levar para um lugar legal.

Millena: Não quero ir a lugar nenhum com você. – Eu disse já pensando em voltar para o meio das pessoas.

Samara: Se você entrar ali de novo nunca mais vai poder voltar para casa. – Ela ainda segurava minha mão. – Vem comigo…

 Eu simplesmente fui, andei com ela de mãos dadas por aquela rua escura e deserta, e mesmo sendo um lugar totalmente desconhecido para mim eu não tive medo, me senti bem e totalmente feliz, como se realmente tivesse indo para um lugar lindo e perfeito. Caminhamos mais um pouco até que chegamos a um muro muito alto. A rua era sem saída.

 Millena: Acho que você errou o caminho… – Eu soltei da mão dela.

Samara: Não, é aqui mesmo. – Ela sorriu de um jeito estranho para mim.

Millena: Mas aqui não tem nada, só um muro.

Samara: Então, um lugar muito melhor. Onde posso fazer o que sempre quis. – Seus olhos mudaram de cor e ficaram vermelhos.

Millena: O que? Do que esta falando? – Eu senti medo. – Eu vou voltar para lá. – Eu tentei voltar, mas ela se colocou na minha frente.

Samara: De jeito nenhum. Agora que estamos sozinhas, longe de todos, eu posso realizar meu grande sonho. – Ela sorria como um demônio.

Millena: Para com isso Samara, deixa eu ir embora… – Eu fui dando passos atrás enquanto ela vinha lentamente em minha direção.

Samara: De jeito nenhum minha doce e amarga Millena… – Ela se aproximou o bastante e me segurou na parede. – Eu vou arrancar seu coração e vou come-lo por inteiro. – Ela abriu a boca e todos os seus dentes eram afiados.

Millena: Para, para, por favor! – Eu gritava enquanto ela aproximava seus rosto do meu.

Samara: Vai ser a melhor refeição que já fiz… – Ela lambeu os próprios lábios.

 Naquele momento eu apenas fechei os olhos com força e rezei para que ela fosse rápida e que eu não sentisse dor. Mas antes mesmo de seus dentes afiados me abocanharem eu levei uma sacudida fazendo-me abrir os olhos e olhar ao redor. Eu ainda estava na aula de biologia e a turma toda estava agitada, falando alto e movendo as carteiras de lugar… Havia sido apenas um pesadelo.

 Camille: Acorda logo, já dormiu um tempo e meio. A professora mandou a gente fazer duplas, mas como a turma agora é impar pedi para Samara ficar com a gente. – Meu raciocínio ainda estava meio lento.

Millena: Que? – Só conseguia pensar em Samara querendo comer meu coração.

Camille: Vira a carteira para cá. – Ela tentou me puxar. – Temos um trabalho para fazer. E a Samara vai fazer com a gente. – Assim que olhei para o lado Samara estava ali de pé com seu caderno em mãos.

Millena: Mas ela quer comer meu coração. – Eu disse ainda assustada com o sonho meio que me afastando dela.

Camille e Samara: Que? – As duas me olharam sem entender.

Millena: Ai… nada… – Eu ajeitei a carteira. – Acho que tive um pesadelo.

Camille: Onde a Samara comia seu coração? Conte-nos sobre… – Ela riu e Samara também.

Millena: Não tem graça. – Eu fechei a cara. – E meus sonhos são particulares, não quero falar deles.

Samara: Mas você sonhou comigo… – Ela se sentou na carteira próxima a gente. – Tenho direito de saber como foi…

Millena: Não sonhei com você, tive um pesadelo. – Eu disse com raiva. – E só de lembrar, me da vontade de te bater. Porque até no meu sono você me persegue.

Samara: Ou talvez seja você que não para de pensar em mim. – Eu senti minha bochechas queimarem naquele momento.

Millena: Não quero discutir com você. – Eu disse com raiva e logo voltei meu olhar para minha irmã. – Sobre o que é o trabalho?

Camille: Dai-me paciência senhor. – Ela disse olhando para cima, mas logo voltou a me olhar. – Ela já vai distribuir os temas. Hoje só vamos ter que bolar o que vamos fazer no trabalho. Semana que vem vamos mostrar o que bolamos, se ela aprovar começamos a fazer, ela disse que quer de tudo, maquete, cartaz, vídeo, e mais…

Millena: Essa mulher é doida mesmo. Sempre passa esses trabalhos malucos.

Camille: Espero pelo menos que os temas não sejam tão trabalhosos. Porque se forem, vocês vão ter mais dor de cabeça.

Samara: Vocês? – Ela perguntou sem entender.

Millena: É, Camille dificilmente faz algum trabalho. Ela fica só mandado, faz assim, não faz assim…

Samara: Então isso explica nunca ter repetido de ano. – Ela riu.

Camille: Ah cara, para que estudar se tenho uma irmã inteligente e um pai rico? – Ela disse como se fosse a pessoa mais esperta do mundo.

Samara: Vai pensando assim vai…

 A professora pediu silêncio a turma e logo distribuiu os temas de casa dupla, no nosso caso o trio. Com sorte acabamos pegando chuva acida, nada muito complicado de se fazer. Ia até ser até divertido, se não fosse por Samara estar fazendo ele junto comigo.