Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Anahi •

 Eu acabei cedendo. E como se tivesse dezesseis anos outra vez eu me senti totalmente fora das regras. Aceitar ir com Dulce Maria no carro dela, era como ir a aquelas festas que eu ia sem meus pais saberem. E já fazia tempos que eu não sentia aquele tipo de adrenalina. Maria realmente sempre me induzia fazer coisas que não devia. Mas confesso que eu estava amando, ‘desobedecer’ as ordens. Me senti totalmente livre e completamente eu apenas com aquilo.

Assim que saímos do condomínio, ela parrou o carro em frente a um ponto de ônibus. E me olhou com aqueles olhos que sempre me comiam. Senti medo, mas mais do que ninguém eu queria sentir aquele medo.

Dulce Maria: Para onde quer ir? O que quer fazer? – Ela sorriu de canto após perguntar.

Anahi: Ué… – Eu fiquei meio confusa. – Não íamos ver casas?

Dulce Maria: Nós vamos, mas antes quero saber o que você quer fazer… Agora que está livre de sua prisão, posso te levar a qualquer lugar, para fazer o que quiser. – Ela disso como se eu nunca saísse de casa e aquilo me irritou de alguma maneira.

Anahi: Maria, eu não vivo em uma prisão, eu posso sair a hora que quiser e ir a qualquer lugar. – Eu disse meio irritada.

Dulce Maria: Não é o que parece, porque pelo pouco que vi em mais de uma semana você nunca sair e quando sair tem que pedir autorização e que quase sempre é negada pelo seu ‘pai’. – Ela disse ‘pai’ com deboche.

Anahi: Não é bem assim. Eu posso sair sim, e ele não manda em mim. Somos casados é diferente, eu só comunico a ele onde eu vou, e quando ele acha que não é apropriado para mim eu deixo de ir. Mas não porque ele não deixa, e sim porque eu não quero, porque respeito as vontades dele. – Eu disse com mais raiva ainda.

Dulce Maria: E por acaso ele te informa todos os lugares que vai, ou quando você diz que não é apropriado para ele, ele deixa de ir?

Anahi: É diferente… – Eu me senti encurralada.

Dulce Maria: Porque é diferente? Só porque ele é homem? Ou pelo simples fato dele te sustentar?

Anahi: Olha Maria, da minha vida cuido eu, se você quiser minha ajuda para achar sua casa ótimo, agora se não quer, já pode me levar para casa. – Eu disse com raiva e virei a cara, mas eu pude sentir que ela não desviou o olhar.

Dulce Maria: Eu só queria que aquela Anahi que eu conheci a anos atrás falasse mais alto do que essa mulher totalmente sem vida. Sem personalidade… – Fiquei tentada em responder, em começar uma briga ali mesmo, mas eu respirei fundo e me contive.

Anahi: Vamos ver as casas ou não? – Foi a ultima coisa que eu disse.

 Eu pude sentir que ela estava irritada, que ela queria continuar a falar, mas assim como eu ela engoliu a seco e deu partida no carro. Quem ela pensa que era para dar palpite assim na minha vida? Para dizer que eu vivo em uma prisão ou algo parecido. Quem ela era para dizer o que devo ou não fazer. Para dizer que eu não tenho personalidade, que não tenho vida, que o Alfonso manda em mim. Quem manda na minha vida sou eu. Quem decide a coisas sou eu. Ela não esteve ao meu lado todos aqueles anos, ela não tinha o direito de opinar em nada. Bem ou mal eu não conhecia aquela mulher, eu só fiz parte da vida dela por dois meses mais ou menos. E isso fazia mais de dezesseis anos…

Ficamos em total silêncios até chegarmos a primeira casa. Não era longe da minha, uns dez minutos de carro… A casa era linda, mas não tinha nada haver com ela. E ainda bem irritadas com a conversa no carro mal trocamos algumas palavras. Vimos mais uma casa naquele mesmo clima pesado. Eu apenas dizia que não era a cara dela, e ela concordava comigo. Quando chegamos a terceira casa o clima já estava mais tranquilo. E com calma fomos olhando cômodo por cômodo, como nas outras. A cara era incrivelmente maravilhosa. Tinham quatro quartos, todas suítes, dois andares, sala, sala de televisão, sala de jantar, área externa com piscina, churrasqueira e sauna. E mais algumas coisas. A casa era mesmo incrível e muito grande também.