Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Anahi •

 Decimo sétimo andar. Era onde a cobertura se encontrava. Todo o prédio era incrível, desde a calçada do lado de fora, até a plantinha no hall de entrada. No ultimo andar haviam apenas dois apartamentos, e o que fomos ver era o que dava para ver o mar. A mulher nos recebeu já de portas abertas, e assim que entramos eu soube que era aquele lugar, que era a cara de Dulce Maria. 

Era um loft bem amplo, a cozinha ficava no lado esquerdo, a frente toda a parede e a porta - que davam para a parte externa - eram de vidro. Do lado direito havia uma escada que dava em uma parte superior não muito alta, que deduzi que fosse um quarto. Abaixo da parte alta haviam estantes embutidas… Na parte externa, havia uma pequena piscina, um espaço até que grande, uma churrasqueira, uma mine sauna, e um outro espaço também um pouco grandinho do outro lado, totalmente vazio.

 A corretora mostrou cada pedacinho daquele lugar, o quarto que era na parte superior, era grande, tinha um closet enorme, e um banheiro maior ainda. Aquele sim era perfeito para Maria, eu estava encantada, e quase morrendo de vontade de mandar ela comprar e vir morar com ela… O telefone da mulher tocou e ela se retirou para atender, nos dando liberdade para ficarmos olhando tudo que quisermos.

 Dulce Maria: Nossa eu adorei, tudo, tudo mesmo! – Ela dizia olhando pela janela a vista que tinha do mar. – Da para ver o mar de todos os lugares. – Ela estava sorrindo e seu sorriso era como de uma criança.

Anahi: Esse sim é a sua cara, tem seu jeito, seu estilo. – Eu disse sorrindo feliz.

Dulce Maria: Nossa, com essa sua escolha eu estou até animada para ver o outro que escolher.

Anahi: O outro também é um apartamento, mas não é cobertura e não da para ver o mar. – Eu disse em um tom de desapontamento.

Dulce Maria: Então nem quero mais ver… – Ela sorriu e voltou a olhar pela janela.

Anahi: Nossa, já estou até imaginando, a cama pode ficar ali. – Eu apontei para o lado. – Ali do outro pode ficar um divã… – Eu apontei para o outro lado. – As cortinas podem ser claras e leves, para voarem com o vento… – Eu estava fascinada e imaginando tudo em minha cabeça…

Dulce Maria: Isso… – Ela disse com um sorriso vitorioso. – Tive uma ideia. – Ela se aproximou de mim.

Anahi: Ideia de que?

Dulce Maria: Na verdade não e uma ideia e sim uma proposta para você. – Ela sorriu daquele jeito meio malicioso.

Anahia: Você e essas suas propostas, nem me fez a primeira e já quer arrumar outra. – Eu disse ao me lembrar do que ela havia dito mais cedo.

Dulce Maria: E mais quantas forem necessárias. – Ela molhou os lábios com a língua e sorriu de canto em seguida. Senti meu corpo tremer e tive medo das propostas mais uma vez.

Anahi: Então fala logo que propostas são essas. – Eu disse meio impaciente.

Dulce Maria: Então qual você quer primeiro?

Anahi: Qualquer uma… Fala a de mais cedo logo.

Dulce Maria: Sabe os desenhos que me mostrou ontem? – Ela perguntou séria, mas com um leve sorriso sarcástico no rosto. Eu apenas disse que sim com a cabeça. – Então, eu encontrei com o Salazar depois, o meu empresário, e ele amou seus desenhos mais que própria vida dele. – Ela riu. – Bem foram essas as palavras que ele usou. E juntos tivemos a ideia de você fazer toda a capa do meu novo CD.

Anahi: Que? Não, eu não sei fazer isso. – Eu disse meio assustada com a tal proposta.

Dulce Maria: Claro que sabe. E muito bem por sinal.

Anahi: Não, eu até desenho, mas fazer cada de CD é algo que nem imagino como se faça.

Dulce Maria: Não te problema, você vai ter toda a ajuda do mundo, só tem que desenhar… – Ela sorriu – Na verdade me desenhar.

Anahi: Não sei se consigo. – Eu estava meio em choque, queria dizer que sim, mas ao mesmo tempo que não.

Dulce Maria: Anny… – Ela se aproximou ainda mais de mim e segurou em meus ombros, olhando bem em meus olhos. – Não vai ser nem um bicho de sete cabeças não, você só vai desenhar, só vai fazer o que sabe fazer, o resto é com eles. Vai ser divertido, você vai amar e o melhor é que vai ter algo só seu. – Ela ainda olhava em meus olhos e aquela proximidade toda estava me deixando com a boca seca.

Anahi: E a segunda proposta, qual é? – Ela me soltou, mas continuou onde estava.

Dulce Maria: Antes me diga se aceita a primeira.

Anahi: Não sei…

Dulce Maria: Se liberte Anny. – Ela me sacudiu pelos ombros

Anahi: Esta bem, eu aceito. – Eu disse me sentindo aliviada e feliz. Ela sorriu de um jeito que misturava vitória e felicidade. – Agora diga a outra.

Dulce Maria: Quero que você decore meu novo lar. – Ela ainda sorria do mesmo jeito.

Anahi: Esse aqui?

Dulce Maria: Sim!

Anahi: Então você vai mesmo ficar com ele? – Eu disse sentindo a felicidade transbordar de dentro de mim.

Dulce Maria: Claro que vou, quero nem pensar duas vezes. – Ela também parecia muito feliz. - E ai topa, decora meu novo lar?

Anahi: Decoro, decoro tudo, faço tudo!

Estávamos tão felizes que nos abraçamos com força, sem nenhum motivo, apenas tentando transmitir uma para outra aquela felicidade que estava ascendendo todo o meu corpo. O abraço durou mais tempo que o comum e quando me dei conta seus lábios já estavam nos meus. Um beijo gostoso, bem dado, sem pressa, sem medo, sem ressentimento. Apenas com vontade. Como se selássemos aqueles tratos e aquele novo lugar com chave de ouro.

O beijo acabou sem vontade de separar, ainda abraçadas, eu olhei em seus olhos que me olhavam sorrindo. Eu queria mais… Queria mais beijos, mais tempo, mais tudo. Mas em apenas uma piscada de olhos eu me coloquei em meu lugar, me lembrei de quem eu era e me afastei dela dando as costas em seguida.

 Anahi: Desculpa, isso não irá se repetir. – Eu disse indo em direção a janela.

Dulce Maria: E porque não? – Ela disse totalmente sexy se aproximando de mim. – Você não gosta?

Anahi: Não. – Eu me virei para ela meio irritada. – Não é que eu não goste Maria, muito pelo contrário, eu amo, mas não posso mais ficar beijando minha cunhada a essa altura do campeonato. Sou casada com seu irmão e tenho duas filhas com ele.

Dulce Maria: Então você ama… – Ela pareceu ignorar o que eu disse. – Porque não deixa as coisas apenas fluírem? – Ela se aproximou ainda mais de mim, colocando as mão na janela, uma em cada lado do meu corpo me prendendo ali.

Antahi: Porque não. – Eu a empurrei e fui para o centro do quarto. – Olha se você quer que eu faça seu CD e que eu decore sua casa, eu faço, mas nossa relação vai ser apenas no profissional e na amizade, mais nada além disso. É pegar ou largar.

Dulce Maria: Você fala como se eu te agarrasse e te obrigasse a me beijar, ou a fazer qualquer outra coisa. - Ela disse séria. – Talvez o único perigo para você aqui seja você mesma…

 Eu não soube o que dizer, fique calada olhando para ela, tive vontade de jogar tudo para o alto e beija-la outra vez, mas ai eu estaria me contradizendo. Eu realmente tinha que aprender a me controlar. Porque quando um não quer, dois não brigam.

 Dulce Maria: Mas eu aceito seus termos de trabalho… – Foi o que ela disse antes de dar as costas e descer.

 Depois do beijo e da pequena discussão, o clima ficou meio estranho, Maria ficou meio fria e eu tentei não manter o contato visual. Conversamos com a corretora e Maria ficou de dar entrada nos papéis no dia seguinte mesmo. Se tudo desse certo em pouco tempo aquele lugar já ia ser completamente dela.