Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Olhei no relógio e vi que ainda eram duas da manhã, o sono naquele momento era algo longe, então resolvi descer, tomar alguma coisa bem forte, para cair na cama junto com meu namorado e dormir como um anjo.

Da escada eu podia ouvir o vinil ainda tocando, a voz da Elis Regina sempre me acalmou. Desci despreocupada, tinha certeza que estava sozinha, que Dulce Maria havia ido para algum outro lugar com os amigos dela, ou com a ruiva nojenta. Mas ao chegar à sala e ver que ela estava lá, na janela, olhando para o mundo, fumando um cigarro e bebendo, eu me apavorei. Tentei voltar correndo, mas esbarrei nos copos que estavam em cima da mesa, fazendo ela se virar com calma e me olhar dos pés a cabeça me fazendo ficar petrificada.

Dulce Maria: Aposto que ele deitou na cama e apagou na mesma hora, deixando-te na mão. – Ela disse com aquele tom superior e com aquele sorriso sínico.

Anahi: É, ele dormiu. – Eu disse séria, indo em direção ao outro lado da mesa onde estavam as bebidas. – Só vim pegar algo para beber. – Eu disse de costas para ela, sentindo minha pele queimar, como se seu olhar fosse flamejante.

Dulce Maria: Relaxa cunhadinha, eu não vou te morder, pega whisky, mistura com guaraná e vem fumar um cigarro comigo. – Pela primeira vez, ela parecia estar sendo um pouco amigável.

Não sei porque, mas fiz exatamente o que ela mandou, coloquei whisky, gelo e guaraná em meu copo e fui até a janela juntar-me à ela. Eu não sentia meu coração bater, era uma paz misturada com medo que me fazia ter coragem, como se eu fosse a pessoa mais forte do mundo. Ela acendeu um cigarro e me entregou, baforou em minha cara, sorriu como um cafajeste e voltou a olhar para a rua. Linda e sexy. Eu tinha vontade de tocá-la, como uma criança toca algo encantador que nunca viu.

Dulce Maria: Você acha que tem tudo sobre controle, que o mundo está em suas mãos, quando do nada e do caminho nenhum tudo muda, sua vida vira de cabeça para baixo e você já não sabe o que fazer, nem para onde ir. – Ela disse ainda olhando para fora.

Anahi: Que? – Eu não entendi o que ela quis dizer com tudo aquilo. – Do que esta falando?

Dulce Maria: Nada! – Ela me olhou nos olhos e sorriu de um jeito meigo. – Só pensamentos saindo pela boca… – Ela ficou de frente para mim. – Anahi não é um nome muito comum…

Antonieta: E nem Dulce Maria … – Eu fui meio debochada.

Dulce Maria: É, eu sei, é o nome da minha outra avó, a materna, ela morreu um mês antes de eu nascer, e minha mãe quis homenageá-la.

Anahi: Mentira! – Eu disse meio espantada, mas acho que pareceu mais deboche do que qualquer coisa.

Dulce Maria: Claro que não, porque eu mentiria? – Ela disse meio grosseira.

Anahi: Não, é que… – Eu fiquei sem graça. – É que meu nome é Anahi por casa da minha avó também, só que a paterna, também não a conheci.

Dulce Maria: Então temos alguma coisa em comum. – Ela sorriu. – Gosta de Elis Regina?

Anahia: Amo, a voz dela me acalma, minha mãe cantava para mim quando criança.

Dulce Maria: Meu pai também… Já são três coisas…