Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Anahi •

 Aquela briga na sala foi como um choque de realidade para mim. Em que ponto eu deixei chegar a minha vida, que meu marido colocou a irmã para fora de casa só por eu ter aceitado trabalhar com ela… Como que eu deixei as coisas ficarem assim? Porque não lutei pela minha liberdade desde cedo?Subi atrás de Dulce Maria e assim que entrei em seu quarto minhas filhas também estavam lá.

 Camille: Não tia, você não pode ir, não agora! – Ela disse nervosa.

Millena: Mas porque? Porque meu pai fez isso? Porque ele quer que você vá? – Ela também estava nervosa.

Dulce Maria: Calma meninas, calma! – Ela gesticulava com a mão tentando ‘acalmar’.

Camille: Não, que calma?! Meu pai não podia ter feito isso! Não tem motivos para ele te por para fora assim!

Millena: Não entendo, me explica! – Ela falava para Maria, mas olhou para mim em seguida. – Porque ele fez isso mãe? Porque vocês estavam brigando? Porque ele estava tratando a tia Helena daquele jeito?

Camille: Porque você disse que meu pai tem medo de acontecer de novo? – Ela perguntou para Maria. – Acontecer de novo o que?

Millena: É, acontecer de novo o que?

 Confesso que eu congelei naquele momento, e não sabia nem que mentira inventar para elas. Olhei para Maria que me olhou assustada por milésimos de segundos, mas logo voltou a pose de superior de sempre. Ali eu soube que ela ia saber o que dizer. 

Dulce Maria: Olha meninas, fiquem calmas! Está bem? Fiquem calmas… – Ela disse séria, fazendo as duas calarem a boca. – Acontecer de novo? Bem… Não é nada, nada mesmo, mas eu sei que ele ainda se dói por isso e eu quis tocar na ferida dele… – Ela sorriu meio maliciosa. - É que algumas vezes quando ele a Anahi brigavam, ela ficava do meu lado, e ele ficava com raiva, por achar que ela tinha sempre que obedecer ele… Já eu sempre fui contra isso, sempre achei que a mãe de vocês tinha que ter a liberdade dela… E ele acha que com eu aqui, ele pode perder o controle.

 Não achei legal a mentira que ela inventou, mas qualquer coisa era melhor que a verdade.

 Anahi: Ele é um idiota. – Eu disse com raiva.

Dulce Maria: É eu sei.

Anahi: Não concorde comigo! – Eu disse com raiva de tudo, mas me arrependi em seguida. – Desculpe… Estou nervosa.

Camille: Mãe… Você falou igualzinha a Millena agora, ainda mais quando ela ta brigando com a Samara. – Minha filha fez esse comentário me olhando meio estranha.

Millena: Ai, não lembra que essa garota existe. – Ela deu um beliscão na irmã.

Anahi: Olha, nem pensem em começar a brigar agora, se não vão ficar de castigo por um mês! – Eu disse ainda com raiva de tudo. – Maria… – Eu olhei para ela, que parecia fingir uma tranquilidade.

Dulce Maria: Anny, não precisa colocar ninguém de castigo, e nem ficar com raiva do mundo. Eu vou embora, mas não vou para Espanha, eu comprei um apartamento perto daqui, você vai trabalhar comigo agora. E as meninas. – Ela olhou para elas. – Bem, vocês podem ir na minha nova casa quando quiserem, podem me ligar para saímos e tudo mais. E até o apartamento ficar pronto eu vou me hospedar em um hotel qualquer, o mais perto possível daqui, para podemos nos vermos sempre. – Eu fui me acalmando enquanto ela falava. – E eu vou vim aqui quase todos os dias, fiquem tranquilas, ainda mais que meu irmão nunca está em casa. – Ela sorriu sarcástica para gente. – E quando ele viajar eu venho dormir aqui com vocês. – Ela olhou rapidamente para mim, mas voltou para minhas filhas. – Vocês prometem que vão me ligar sempre?

Camille: Claro, ainda temos muito que conversar tia Dulce. – Ela olhou de um jeito estranho para Maria, como se falassem de algo que só elas sabiam.

Dulce Maria: Pode deixar ‘mine Dulce’. – Ela sorriu para minha filha, a puxou pelo braço a abraçando, e faz cafuné em sua cabeça.

Camille: Ai, chega! – Ela empurrou Maria de leve.

Millena: Eu vou sentir saudades tia Dulce. – Ela abraçou Maria quase chorando. – Desculpa. – Ela limpou uma lagrima, estou de TPM…

Dulce Maria: Já disse, não vou para outro país e sim para outra rua.

Camille: Mesmo assim, não vai ser a mesma coisa.

Dulce Maria: Não, claro que não, vai ser melhor ainda! – Ela piscou para as meninas.

Millena: Você promete?

Dulce Maria: Prometo. – Ela sorriu para elas, mas ficou séria em seguida. – Meninas, vocês podem me dar licença agora, que quero falar uma coisa com a mãe de vocês?

Camille: Está bem. – Ela olhou meio torto para gente.

Millena: Não vai embora sem se despedir, vamos esperar você lá em baixo.

Dulce Maria: Está bem, já já eu desço.

Eu achei a maneira que Camille havia nos olhado muito estranha. Será que ela sabia de alguma coisa? Será que ela tinha descoberto algo? Na verdade aquilo não era tão importante naquele momento, o que tínhamos que resolver era onde realmente Dulce Maria iria ficar. Eu não queria que ela se fosse, não queria perde-la outra vez. Mesmo da outra sendo uma maneira completamente diferente desta.

 Anahi: A Camille sabe de alguma coisa? – Eu perguntei quase em reflexo assim que elas saíram do quarto.

Dulce Maria: Mais ou menos. – Ela disse sem nenhum rodeio.

Anahi: Como assim, ela sabe de que? Ela sabe da gente? – Eu me exaltei um pouco.

Dulce Maria: Claro que não!

Anahi: Menos mal… Mas depois a gente fala sobre isso, agora me diz, onde você vai ficar?

Dulce Maria: Tem um hotel que fica a duas ruas do condomínio. Vou ficar lá mesmo. – Ela sorriu confiante. - Não se preocupe, eu vou remarcar a reunião de hoje para segunda a tarde, assim o Alfonso não vai interferir em nada.

Alfonso: Você não pode me deixar de novo. – Eu pensei alto e quis tampar o rosto como uma menina com vergonha. – Quero dizer… Você… você faz falta na vida da gente, não pode sumir ok?

Dulce Maria: Eu não vou Anny… – Ela sorriu confiante dando alguns passos em minha direção. – Eu vim para ficar, vim para fazer, vim para acontecer. – Porque ela sempre me olhava como se fosse dar o bote a qualquer momento?

Anahi: Fico feliz. Obrigada por tudo.

Dulce Maria: Não me agradeça ainda. – Ela estava bem próxima de mim e me olhava como um leão, pronto para abater um cordeiro. 

Eu sabia que ela queria me beijar, e eu sabia que também queria. Então sorri para ela e por apenas cinco segundos eu deixei a vontade falar mais alto. Segurei em sua nuca e selei seus lábios. Não chegou a ser um beijo, apenas uma troca de carinho bem rápida e simples. A abracei em seguida e a soltei ainda sorrido para ela.

Anahi: Vamos, vou te ajudar a fazer a mala.