Fanfic: Amor com luxuria | Tema: Portinon

Millena •

 Millena: Por favor… – Eu disse ao soltá-la dando um passo atrás. – Não vai embora, eu te deixo em paz, finjo que você não existe, nem se quer olho na sua cara outra vez… Mas não vai embora… – Só faltava eu me ajoelhar no chão.

Samara: Acho que não está mais em meu domínio… – Ela passou a mão no rosto limpando suas lagrimas. – Briguei muito feio com a minha mãe hoje, não sei nem se vou voltar para casa… To até pensando em ligar para alguma amiga e pedir para dormir por lá.

Millena: Não precisa, dorme lá em casa. – Eu falei sem pensar. – Quero dizer… Não precisa ligar para ninguém, já está meio tarde, você pode dormir lá em casa. E o melhor de tudo é que fica pertinho da sua. – Ela me olhou como se eu fosse um ET e eu me senti a pessoa mais idiota do mundo.

Samara: Você me pediu desculpas, disse que não quer que eu vá embora, e agora ta me chamando para dormir na sua casa? – Ela sorriu de um jeito lindo. – Cadê a Millena que eu conheço? O que você fez com ela? – Ela ainda me olhava como um ET.

Millena: Eu só estou tentando ser legal ok? – Eu disse com um pouco de raiva por estar me sentindo tão idiota.

Samara: Ah, está ai. – Ela pareceu meio decepcionada.

Millena: É serio, tudo que eu disse é sério. E-eu… Eu não sei explicar ainda, nem entendo para falar a verdade… Só não vai embora. Pelo menos agora… Quero dizer, dorme lá em casa…

Samara: Você esta me dando medo…

Millena: Desculpa… – Eu também estava com medo de mim.

Samara: Para de me pedir desculpas!

Millena: Ta…! É que eu não sei o que dizer, ta tudo girando na minha cabeça… Não sei nem mais o que estou falando…

 Eu queria chorar, queria abraça-la outra vez. Mas fiquei imóvel enquanto ela me analisava. Aquela conversa havia sido bem doida mesmo. Eu nunca tinha pedido desculpas a ela antes, nem mesmo me imaginei a convidando para dormir em minha casa… Lembrar do beijo em Búzios me fez sentir calafrios, meu coração acelerou e de um jeito estranho eu fiquei enjoada, como se tivesse alguma coisa em meu estomago, mexendo para lá e para cá.

 Samara: Você é realmente uma pessoa muito estranha… – Ela ainda parecia me analisar.

Millena: Porque?

Samara: Porque é… Mas eu gosto disso…

Millena: De que?

Samara: Nada… – Ela sorriu meio tímida. – Está meio frio aqui, se você for embora agora eu vou para sua casa… Mas caso queria voltar para festa, eu ligo para minha amiga…

Millena: Não, de jeito nenhum, não quero voltar para lá, quero ficar com você… – Eu falei sem pensar outra vez, me sentindo a pessoa mais idiota do mundo. – Não, quero dizer… é… eu quero… não quero te deixar sozinha nesse momento… – Eu tentei concertar, mas pareceu não dar muito certo, já que ela ria da minha cara de um jeito meigo.

Samara: Ta, não precisa falar mais nada. – Ela sorria tão linda, que me dava vontade de roubar seu sorriso e guarda-lo para sempre.

 Eu realmente fiquei com muita vergonha, devo ter ficado vermelha como um tomate. Depois daquela eu resolvi que ia pelo menos pensar antes de falar alguma coisa. Porque se não eu ia ter que arrumar um buraco no chão para enfiar minha cabeça…

Eu sempre sonhei em ter Samara longe da minha vida, que ela fosse para bem longe e nunca mais voltasse. Para eu ter paz e finamente ser feliz sem ter que me preocupar. Mas ou ouvi-la dizer que teria que partir, foi a noticia mais dolorosa que eu já havia escutado e toda a minha vida. Eu realmente não entendia, não conseguia ver o porquê de tudo aquilo. Talvez seja coisa de outra vida como ela mesma tinha dito. Ou talvez… Eu não odiasse tanto ela assim… Acho até que gosto um pouco…

Pegamos um taxi ali na orla mesmo, eu ainda em estado de choque, ela ainda parecendo me analisar. Não falamos nada naqueles dez minutos dentro do carro. Eu estava com medo de falar mais besteiras, já ela acho que estava tentando entender tudo o que eu não entendo.

 Samara: Sua mãe vai achar bem estranho eu vir dormir aqui… – Ela disse no mesmo instante em que eu coloquei a chave na porta da frente.

Millena: Ela, eu, você e todo o mundo. – Eu abri a porta da sala dando de cara com minha mãe e tia Helena sentadas no sofá. – Oi mãe, oi tia. – Eu disse meio sem graça dando passagem a Samara, fechando a porta em seguida.

 Minha mãe estava com algo em mãos, um caderno eu acho, e minha tia estava sentada no braço do outro sofá sem camisa só de sutiã. Achei aquilo bem estranho, mas nem deu tempo de perguntar o que estava rolando, porque minha mãe veio logo perguntando.