Mais tarde naquela noite Christopher me levou para casa, logo após o jantar.
Eu estava um pouco ansiosa. Eu realmente queria lhe dizer como eu me sentia.
Mas o medo dele me rejeitar ou se afastar, era maior que tudo .Lógico que
talvez eu estivesse sendo boba, e Christopher me amasse, assim como eu o amo, ou ele
simplesmente me mandaria ir catar coquinho.
Poxa eu nem sabia aonde dava coquinho. Existe uma arvore de coquinho?
E será que ela é parecida com as arvores onde ficam os cocos normais? Tipo um
mini coqueiro?
- Dulce Savinon! – Christopher gritou na minha cara e pisquei.
- O que?
- Estou te chamando há uns cinco minutos?
- Oh... – eu corei e olhei para minhas mãos. –Desculpe eu me distrai.
-Com o que?
- Bem sabe, eu tava me perguntando. De onde vêm os coquinhos?
- O que?
- Tipo eu sei que os cocos são das palmeiras, coqueiros né, mas e o
coquinhos?
- Eu...?
- Tipo das mini palmeiras, ou coqueirozinhos?
-Cala a boca Savinon. – fiz um biquinho e Christopher riu.
- Eu só estava curiosa. –murmurei e ele suspirou e pegou minha mão.
-Não sei de onde veio isso. Mas os coquinhos... bem eu acho que dos
coqueiros normais, eu sei lá Dull.Oh. E agora, essa dúvida vai me consumir. Como vou poder dormir
sossegada sem saber de onde...
- Dull do que você está falando? – ele me interrompeu, e olhei para seus
olhos nervosa e suspirei.
-Deixa pra lá. Amanhã nos falamos.
- O que? – eu nem dei tempo dele falar, dei um beijo rápido em sua boca e
sai do carro, correndo para dentro de casa. Acenei antes de fechar porta, mas ainda
pude ver Christopher me olhando com a boca aberta.
-Hey Dull.
- Oi pai.
-Cadê Christopher?
- Ele... –mal comecei a falar e tocaram a campainha, franzi as sobrancelhas
e abri a porta e Christopher me encarava sorrindo.
- Christopher... – ele riu e me mostrou minha mochila. – Merda. – guinchei e
ele riu.
- Sério Dull, eu não sabia que você podia se mover tão rápido. – eu corei
levemente e ele sorri e olhou para dentro, acho que a procura de meu pai, sem ver
ninguém me deu um beijo rápido.
-Na verdade nem eu sabia. – ele sorriu torto.
- Posso te buscar amanhã?
- Por que ta perguntando?
Você sempre vem me buscar Por que você
cansou de me dar carona? -acusei já ficando irritada,e cruzando os braços. – É isso
né, você cansou de mim. Vai me chutar como se eu fosse um saco velho de coquinhos.
- Mas você cismou com esses coquinhos. Dull eu nunca te chutaria.
- Mas você está tentando se livrar de mim, não me a... – tampei a boca apressadamente. E meus olhos encheram de lagrimas, Christopher estreitou os olhos e
se aproximou de mim.
-Hmmm... Acho que sei o que está acontecendo.
-É? – ele continuou me olhando e evitei seus olhos, fitei minhas mãos que
torciam nervosamente.
- Sim, você está de TPM! -falou pesaroso.
- O que? Vai se danar eu não...
Ok talvez eu estava de TPM, eu me sentia meio ansiosa e nervosa, irritada
e com vontade de chorar. Uma montanha russa emocional,Christopher normalmente
me evitava nesses dias.
Sim ele fugia como um homem covarde e me jogava para meu pai.
Tipo você colocou no mundo, se vira!
Não que ele falasse isso para meu pai, ele tinha medo de morrer se falasse
algo assim. Mas eu e ele sabíamos que era o que ele fazia. Mas agora as coisas
mudaram, ele era meu namorado, e teria que agüentar meus humores, e embarcar
na montanha russa comigo. Afinal não faltavam lugares.
-Claro que eu quero que você venha amanhã. – falei sorrindo e ele fez
uma careta.
- Esse cargo de namorado, não dá pra se livrar de você não é? – eu poderia
ficar chocada, mas sorri.
-Não meu chapa, você já comprou e não aceitamos devoluções. – ele
suspirou e sorriu quando me abraçou e beijou meu rosto.
- E quem disse que eu quero devolver? – eu sorri abertamente e encostei a
cabeça em seu peito. –Tava mais pensando em um empréstimo.
- Christopher! –bati em seu peito o fazendo rir e esfregar o nariz contra o meu.
-Você é linda sabia? –eu corei com o elogio repentino e ele sorriu mais.
- Christopher, eu...
-Crianças está tarde, vocês tem aula amanhã. –meu pai apareceu atrás
de mim,e Christopher me soltou imediatamente.
- Boa noite chefe Saviñon
- Christopher. – ele falou serio e bufei.
Merda, era o momento perfeito.
Olhei feio para meu pai que ficou confuso. A voz de Christopher me distraiu e
ele aproveitou para fugir para a cozinha.
- Eu já ia mesmo Dull. Boa noite. –se aproximou para me beijar e ouvimos
uma batida forte na geladeira,Christopher se afastou rapidamente e acenou correndo
de volta pro seu carro.
- Pai! – bufei indo pra cozinha e ele sorria.
- O que?
- Pare de assustar o Christopher. Ou eu serei uma encalhada na vida. – ele fez
uma careta.
- Eu não fiz nada Dull. Agora vou dormir e você já devia estar na cama.
Ainda irritada fui para meu quarto e me joguei na cama. Poxa não sabia
que confessar seu amor pelo seu melhor amigo fosse tão complicado. Estava sem
sono e olhei meu computador decrépito.
Sorri ao vê-lo e lembrei quando pesquisei sobre sexo nele, meu rosto corou
de vergonha, mas ignorei e me levantei indo até ele e o ligando. Eu tinha uma
duvida que estava me corroendo e eu precisava descobrir isso.
Aproveitei enquanto o PC trabalhava e fui fazer minha higiene e vestir
meu pijama.
Quando voltei a minha escrivaninha, entrei no Google e digitei minha
pesquisa, “qual o nome da arvore que da coquinhos?”.
Agora era só esperar.
[...]
- Bom dia Dull.
-Dia pai. – resmunguei me jogando em uma cadeira, eu usava minhas
roupas largas, meu cabelo um emaranhado em um rabo de cavalo, cá entre nós, um
cavalo bem mal cuidado.Eu estava usando óculos escuros, meu pai me olhou atentamente e voltou a
tomar o seu café.
-Carona para escola hoje?
-Não, Christopher vai me levar. – ele parou de beber.
- Sério?
- É, como namorado ele tem que me agüentar até nesse dias.
Sim eu estava naqueles dias, aqueles dias tenebrosos, apocalípticos, dias
em que era preferível estar no inferno tomando limonadas com o diabo... Ok eu
estava menstruada. Mas dava tudo no mesmo.
- Pobre rapaz.
Olhei feio para ele.
Alem de estar nos dias dumal, eu ainda não achei nada sobre os coquinhos.
Ô vida ingrata. Ouvi a buzina lá fora e me levantei, dei um beijo no meu pai e sai
para fora.
Christopher ao contrario do usual, me esperava encostado na porta, acabei
sorrindo, ele abriu os braços e o abracei apertado, ele beijou meus cabelos.
-Como está se sentindo?
- O que acha?
-Não brigue comigo, lembre-se é meu primeiro dia. – eu acabei sorrindo.
- Obrigada por ficar comigo. – ele sorriu seu lindo sorriso torto.
- Bem, eu não tive escolha, já que eu não podia devolver. – ele piscou pra
mim e acabei rindo baixinho.
-Vamos logo. – Christopher abriu a porta para mim e correu para seu lado,
assim que estávamos dentro ele segurou minha mão e me olhou de cima a baixo.
- Sabe eu gosto quando se veste assim. – arquei uma sobrancelha.
- Ta me zoando, e logo cedo?
- Não, é serio. Assim você é só minha, e não tenho que ficar olhando feio
pra cada moleque da escola.
- Oh, isso foi uma das coisas mais românticas que alguém já me disse. Ok
mais ou menos. – Christopher riu.
Ele estacionou na sua vaga de sempre e deitei a cabeça no banco o
olhando, a mão de Christopher veio para minha bochecha e fechei os olhos
aproveitando seu carinho, senti sua respiração pertinho do meu rosto e suspirei
quando sua boca encostou na minha.
Primeiro levemente, tocando os lábios contra os seus, em seguida
chupando meu lábio superior e em seguida o inferior. Tateei pelo banco e toquei
sua coxa, Christopher gemeu contra meus lábios e sua língua invadiu minha boca.
Com força e determinação me fazendo gemer contra seus lábios, eu já
queria subir em seu colo e repetirmos o que fizemos ontem. A boca dele se afastou
da minha ofegante e ele sorriu.
-Você é realmente linda Dulce, e toda minha. – eu sorri e me inclinei
para beijá-lo outra vez, minha mão subindo para o caminho da alegria entre suas
pernas, mas ele segurou minha mão.
-Não Dull.
- O que? Por que?
- Bem, você está... – ele me olhou inquisitivamente e fiquei com a boca
aberta o olhando.
- O que?
- Merda Dull, vai mesmo me fazer dizer. Você está menstruada. – ele
sussurrou a ultima palavra e corei.
- Oh isso. Bem não da pra fazer assim?
- Eu...
- Por que você não me quer assim?
-Não, quer dizer...
-Você não gosta mais de mim?
-Dull, eu só pensei que você não, bem que você ficaria desconfortável.
- Oh... Eu nunca tinha pensado nisso. Sempre achei que dava sempre, mas
pensando bem, fazer sexo nessas circunstancias deve mesmo ser desconfortável. E
meio nojento, sem falar na sujeira, e... – Christopher me beijou e sorri contra sua boca.
- Foco Dull. – ele murmurou contra meus lábios e sorri agarrando seus
cabelos e o beijando de volta.
Ouvimos o sinal batendo e relutantemente saímos do carro, Christopher pegou
minha mão e fomos para a aula.
As primeiras aulas foram normais. O mesmo de sempre, eu e Christopher
fazendo nossos deveres juntos, indo para as classes de mãos dadas. Na hora do
almoço estávamos chegando ao refeitório quando vimos Poncho no meio do
caminho.
-Hey Uckermann.
- Fala Poncho. – eles deram aqueles toquinhos de macho, socando o punho
um do outro.
- O Treinador disse que o treino vai ser mais cedo novamente. Você já está
liberado da ultima aula.
Christopher e Poncho conversaram mais um pouco enquanto seguíamos para
o refeitório, assim que chegamos vi Belinda que se escondeu atrás de uma das suas
lideres, e sorri.
Isso mesmo, se esconde vadia o seu ta guardado! - eu disse mentalmente,
Christopher nos levou para a fila, e nem percebi quando ele encheu uma única
bandeja e levou para nossa mesa de sempre.
Poncho se sentou conosco, roubando algumas das besteiras que Christopher
havia jogado na bandeja. Sorri vendo ele brigar com o amigo, por que ele roubava
um potinho de pudim que ele havia pegado especialmente para mim.
- Para de roubar o lanche da Dull.
- Ah, Dull nem ta comendo Christopher.
- Ela vai comer depois. Isso se você deixar algo pra ela.
-Para de ser fresco christopher.Seja homem e se imponha.
- Eu me imponho.
- Mal começaram a namorar e ela já esta te dominando.
- Ela não me domina. – cara eles falavam como se nem estivesse aqui. Rolei
os olhos e peguei o pudim que Poncho havia esquecido para discutir com Christopher,
e os observei.
-Domina sim, prefere dar o pudim para ela, do que para seu amigo do
peito, quase um irmão.
- Poncho não vou nem responder esse comentário.
-Claro, por que ela ta te dominado.
-Não to dominado, eu só estou apaixonado. – assim que as palavras saíram
da boca de Christopher minha colherzinha caiu na mesa, os dois olharam para a mesa
suja de pudim e em seguida para mim que estava de boca aberta.
- Dull?