Fanfic: αbรυяdα (lesb) | Tema: Lesbica; gay; lesbian; menians

Capítulo 1

“Tá com voz de sono?!”

 “Eu nem sei, o que faria nesse inverno”

“Cada motivo é um motivo pra eu te procurar”

“Poderia estar agora no espaço em um módulo lunar; oh que chato”

“Meu ponto de equilibro, o meu comando é você, é tudo que eu preciso”

“Mas eu, eu, eu, prefiro estar aqui, te pertubando, domingo de manhã”

“Então devolva de uma vez o que roubou de mim”

Um dia você acorda e percebe que tudo tá diferente.

O barulho da rua está diferente, a luz entrando pela janela do seu quarto esta diferente, o sono matinal também não está igual.

Tudo, absolutamente tudo resolveu acordar esquisito.

Na verdade me sinto esquisita, você já se sentiu assim; esquisita?!

No momento estou parada com a escova de dentes na mão olhando para o espelho. Tudo está igual, o cabelo escuro caído pelos ombros levemente bagunçado, as olheiras presentes em todas as segundas-feiras, a pele branca e os olhos castanhos alaranjados, fixos em mim mesmo.

Mas a maldita sensação do esquisito ainda está aqui, presente desde o watts app da Mirela.

“Você viu quem está voltando pra Curitiba?!”

Pois é, gelou o estômago, o intestino, pâncreas...

“A Kike... ela mandou um zapzap pra Carolzinha!”

Foi o necessário para o mundo parar, a cerveja esquentar, o som ficar chato, a morena de olhos verdes ficar feia.

Resumindo: acabou o domingo mais cedo.

- Monique da pra você se mexer? Preciso que tire seu carro de trás do meu. – Gritou minha simpática e adorável irmã mais velha.

- Já to indo. – Finalmente enfiei a escova de dentes na boca.

Vem comigo, enquanto eu dirijo até o “trampo” vou te explicando quem é Kike e tudo que existe em torno desse nome.

Chiara Mendes, conhecida na galera toda como Kike.

Kike é um vulcão, não, vulcão não. Um furacão, uma espécie jamais estudada, nem pelos japoneses (ou chineses) e olha que esses “caras” sabem de tudo.

Éramos melhores amigas, fomos namoradas, voltamos a ser melhores amigas, depois amantes... namoradas... e melhores amigas...

Hoje não somos nada.

Tem quem diga que eu errei com ela, expus demais nossa relação, joguei na galera, botei fogo, queimei tudo.

Tem quem me defenda, Kike não tem limites é livre demais, solta como um minuano gaucho. Indomável, irritante, incontrolável e todos os “i’s” que você queira colocar no meio.

Enfim, tudo acabou, romance, amizade, contato.

No final de 2010 ela se mudou, colocou a mochila nas costas e “Kikeou”.

Simplesmente deu um beijo do rosto de sua mãe e foi morar na Inglaterra, na casa da ex-noiva do irmão.

Nunca mais nos falamos, algumas vezes vi seu instagram pelas contas das meninas, outras vezes soube notícias pela carolzinha ou pela Mirela.

Jamais trocamos um watts ou um like, nunca nos adicionamos no face ou fomos citadas na mesma postagem de alguém.

Foi como apagar o passado, apagar tudo que fomos ou vivemos.

É um vazio no peito, um vazio na vida, um vazio na história.

E agora ela esta voltando ou voltou.

Como uma pessoa pode passar cinco anos longe e de repente voltar? Parece certo? Parece normal?!

Pior de tudo, como minha barriga ainda consegue gelar?!

É muita “esquisitisse” para um dia só.

Para uma pessoa só.

É, vamos trabalhar por que esquisita ou normal no final do mês as contas são iguais. 

Marcos e Belutti-Jads e Jadson