Fanfic: αbรυяdα (lesb) | Tema: Lesbica; gay; lesbian; menians

Capítulo 3 (Kike)

“Te falo tanta coisa enquanto tento segurar a lágrima”

“Nesse dia eu vou te esquecer”

“Ainda vou te esquecer, escreve ai”

“ta duvidando, é?! Cuidado”

“Mas quem é que eu to tentando enganar”

“Ta se achando, aproveita. Que um dia eu te esqueço na gaveta”

“Eu te amo e falo na sua cara”

“Quando a praia se esquecer do mar”

“Talvez você tenha deixado eu ir pra ter o gosto de me ver aqui”

“E o mar desistir das ondas”

O aeroporto estava gelado, era como inverno em meio à primavera.

Aquele vento no estacionamento fazia meu cabelo loiro voar e com certeza minhas bochechas deveriam estar rosadas.

Mas também o que esperar de Curitiba, 23:30 de sexta-feira.

Atravessei a rua arrastando a mala de rodinhas, estava um pouco perdida, estar em casa era estranho, o clima, os brasileiros.

- Precisa de ajuda, madame?! – Uma voz conhecida soou por trás de minhas costas, me arrancando um suave sorriso.

- Carol! – Exclamei, virando meu corpo já recebendo um abraço apertado da minha melhor amiga.

- Sua cadela! – Me apertou em seus braços. – Que saudades do tamanho do mundo, poxa. – Seus olhos estavam cheio de lágrimas.

- Não vai chorar né?! – Ri, tentando descontrair.

- Por você?! Jamais. – Riu, passando as mãos nos olhos. – Você não sabe como foi difícil mentir para as meninas que você vinha só amanhã. – Balançou a cabeça negando e segurou em meu braço, me guiando pelo estacionamento.

- Ah, foi por uma boa causa...imagina isso aqui cheio de sapatão com balões e gritando meu nome. – Apontei para cima, girando o dedo, indicando o aeroporto todo.

- Seria sensacional. – Carol sorriu, abrindo o porta-malas do golzinho vermelho para mim. – Joga a mala ai e vamos se mandar daqui, tá muito frio. – Riu.

Entramos no carro e o trajeto São José dos Pinhais x Curitiba foi regado a muita conversa e risadas.

Quando paramos o carro em frente a minha casa, Carol me olhou nos olhos.

- Vamos causar? – Ergueu uma sobrancelha.

- Carol... – Revirei os olhos.

- Para... vamos deixar todos sem fôlego... como fazíamos a.... hum... – Parou de falar, contando em seus dedos. – uns cinco anos?! – Soltou uma gostosa gargalhada.

- Ai! – Foi o que consegui falar, levando a mão na testa e sentindo o carro arrancar.

Sapataria CWB

Esse foi o destino que tomamos, não era um bar, nem nada do tipo, era apenas uma pracinha, dessas com escorregadores e quadras de basquete.

A nossa pracinha de tantas bebedeiras e risadas, bem em frente ao apto de Mirela, no Cabral.

- Cara isso vai dar muita merda! – Falei, ao ver mais um menos quinze garotas, algumas em pé, outras sentadas.

- Isso vai ser muito louco. – Carolzinha riu, parando o carro, já sendo gritada por uma de nossas amigas. – Vamos nega?! – Sorriu, saindo do carro.

Respirei fundo, inevitável pensar nela, inevitável sentir um besta frio na barriga.

“Será que Moon estaria entre elas?! Que pergunta besta, esta é sua galera, a nossa galera.”

Fechei meus olhos e quando abri, já tinha minha mão no trinco da porta.

“Seja o que Deus quiser.”

Saí do carro sentindo todos os olhares vindo em minha direção.

O silêncio não sei se era real mas nada escutei além na minha saliva sendo engolida com dificuldade.

- Puta merda! – Foi o que eu ouvi antes de ser agarrada com Mirela. 

Luan-Fernando e Sorocaba