Anahí SE ajoelhou no chão frio do jardim e arrancou algumas ervas daninhas que circundavam as flores e a folhagem. Durante a rotina de trabalho matinal de Alfonso , ela encontrara outras formas de ocupar seu tempo para o desânimo do jardineiro que voava até ali
duas vezes por semana para cuidar dos jardins.Desde aquele desabafo na praia, Alfonso deixara de lhe impingir Camila e o dr.
Karounis a cada preocupação com sua saúde. Em vez disso, a enfermeira e o médico se mantinham nos bastidores para serem acionados se necessário e Alfonso lhe permitira transitar pela escada sozinha. Apesar do fato de continuar trabalhando durante as manhãs, ele aparecia para tomar café da manhã em sua companhia antes de retornar ao escritório. E então, começava o divertimento de
Anahí. Todas as manhãs, encontrava uma forma de enlouquecê-lo. Quando Alfonso saía à sua procura, após a jornada de trabalho, invariavelmente Anahí punha à prova a promessa que ele fizera em se abster de exigir que descansasse. Quando ele a encontrara no jardim, apoiada nas mãos e nos joelhos, Anahí pensou que fosse vê-lo enfartar. No mesmo instante, Alfonso erguera nos braços, a carregara para dentro de casa e pela escada, a despira e a colocara na banheira. Anahí dera risadinhas da expressão feroz do noivo, escutara com pretensa seriedade o sermão sobre não se colocar em perigo daquela forma nunca mais e no mesmo instante tramara incorrer na mesma travessura, tão logo Alfonso se distraísse com o trabalho.
Aquilo dera início a um jogo engraçado entre eles, no qual o divertimento ficava exclusivamente por conta de Anahí, porque ele não conseguia achar nenhuma graça em sua contínua desobediência. E então, lá estava ela, esperando, extasiada, o momento em que ele a encontrasse. Anahí ouviu o suspiro exasperado atrás dela e sorriu, mesmo quando se viu erguida no ar. Sua cabeça colidiu com a solidez do peito largo e um sorriso lhe curvou os lábios diante da expressão sombria de Alfonso , que resmungava durante todo o trajeto até a casa.
– Prometi suavizar minhas tendências superprotetoras. Parei de insistir para que descansasse e até permiti que você transitasse sozinha pela escada. – Anahí revirou os olhos. – Mas você é capaz de desafiar a paciência de um santo.
Como fizera antes, e com o que ela estava contando, Alfonso a despiu e colocou-a em um banho de imersão. Ele lhe lançava olhares furiosos o que a fazia soltar risadinhas enquanto afundava na água. Anahí se banhava lentamente, e os olhos mel seguiam cada movimento com um desejo feroz. Deleitando-se com o fato de deter toda a atenção de Alfonso , valeu-se daquela vantagem para, lânguida, esfregar a esponja sobre cada centímetro de seu corpo. Quando terminou, lançou um olhar inocente à Alfonso , que a secava com uma toalha. Anahí conjurou um de seus melhores sorrisos, mas aquilo não ajudou em nada a suavizar o brilho feroz daqueles olhos dourados.
– Sua graciosidade não a livrará de um sermão, pedhaki mou.
– Bem, ao menos sou graciosa – retrucou atrevida.
– Por que insiste em me provocar? Meus cabelos estão ficando grisalhos e a culpa é toda sua. Anahí relanceou o olhar aos cabelos negros do noivo que não se encontravam maculados por um único fio branco e ergueu as sobrancelhas.
– Pobre querido. Está muito velho para lidar com uma mulher grávida?
– Eu lhe mostrarei o velho – rosnou ele enquanto a erguia da banheira.
Mal teve tempo de secá-la, antes de penetrar no quarto com passos duros e depositá-la na cama. Os olhos de Anahí se arregalaram, apreciativos, quando ele começou a se despir revelando o corpo musculoso.
– Certamente tenho de agir como uma menina levada com mais frequência – murmurou ela.
– Posso me acostumar facilmente com a punição. Sua feiticeira – disse ele ao se inclinar na direção dos braços que o aguardavam.
Alfonso sempre determinava a forma como faziam amor, e ela sabia que sempre fora daquele jeito, mas no momento foi invadida por um repentino desejo de virar a mesa.
Enlouquecê-lo da mesma forma como Alfonso fazia com ela.
Anahí o empurrou, fazendo-o recuar e erguer o tronco com a testa franzida. Em seguida,também se ergueu e pousou as mãos nos ombros largos, forçando-o a se deitar de costas. Quando montou sobre os quadris retos com um joelho de cada lado, observou a expressão
chocada com que ele a encarava e um sorriso malicioso lhe curvou os lábios.
– Quero tocá-lo – disse com voz suave, espalmando as mãos sobre as coxas musculosas e as movendo lentamente para cima.
Os olhos mel faiscaram como labaredas de fogo.
– Então, fique à vontade e me toque, agape mou.
Incapaz de evitar uma pontada de nervosismo, Anahí lhe tocou a virilidade e o sentiu se contrair em resposta. Invadida pela ousadia, fechou os dedos em torno da ereção e o acariciou suavemente.
Um gemido escapou da garganta de Alfonso e ela percebeu gotículas de suor lhe brotarem na testa. Ele era um homem lindo. Forte, viril, exalando força por todos os músculos.
Inclinando o tronco, Anahí pressionou um beijo no abdome definido, traçando um caminho eletrizante com os lábios até os mamilos planos. Uma fileira fina de pelos lhe escurecia a linha média do peito e ela escorregou os dedos naquele local, gostando da sensação da
aspereza em sua pele. Sabia o que desejava fazer, mas não tinha certeza de como conseguir. Alfonso devia ter lhe pressentido a incerteza e a hesitação, porque esticou os braços e lhe envolveu as laterais dos quadris com as duas mãos. Em seguida, suspendeu-a e tornou a baixá-la sobre o comprimento de sua ereção,escorregando para dentro dela.
– Você está me matando, pedhaki mou – confessou com voz gutural.–Deus! Isso é muito bom. Você é tão doce!
Encorajada com a satisfação e a aprovação na voz de Alfonso , fez amor com ele,depositando beijos sobre o peito largo, enquanto as mãos longas guiavam os movimentos de seus quadris. Anahí sentiu o próprio corpo estremecer e percebeu que estava se aproximando do clímax,
mas não sucumbiria até que ele também se rendesse ao êxtase. No instante seguinte, sentiu Alfonso enrijecer sob seu corpo e as mãos fortes se contraírem nas laterais de seus quadris. Ele arqueou, penetrando-a ainda mais fundo, e, com um grito, Anahí sentiu o mundo
explodir ao seu redor. Pendeu para a frente, mas ele a segurou com todo cuidado. Em seguida,Alfonso a deitou sobre o peito arfante e lhe acariciou os cabelos enquanto os dois lutavam para recuperar o fôlego. Alfonso girou para acomodá-la ao seu lado e desencaixar os corpos dos dois, suscitando outro gemido de Anahí. No mesmo instante, ela se aninhou ao corpo forte, aquecida e saciada.
– Eu me saí bem? – perguntou as palavras abafadas pelo peito largo.
Alfonso soltou uma risada que lhe sacudiu o corpo e virou o rosto para que ela pudesse vê-lo.
– Se tivesse sido melhor, teria feito de mim um velho antes do tempo.
– Mas você gostou? – questionou ela com voz suave. – Ou acha que me transformei em uma devassa agora?
Alfonso lhe beliscou a ponta do nariz e depositou um beijo no mesmo ponto.
– Gostei muito. Tanto que estou considerando deixá-la brincar no jardim outra vez amanhã.
Anahí revirou os olhos e bocejou sonolenta. Ele lhe traçou o contorno da maçã do rosto com um dos dedos.
– Durma agora. Eu a acordarei na hora do jantar.
– Não preciso cochilar – resmungou ela, embora quase adormecida.