Alfonso NÃO perdeu tempo em finalizar os preparativos para o casamento e organizar a
viagem para a ilha. Sozinho, rearranjou sua agenda de trabalho, providenciou para que tudo
que Anahí precisasse fosse comprado, embora já tivessem comprado o vestido de noiva.
Anahí não pôde deixar de se admirar com tudo que ele providenciara em tão pouco tempo.
As autoridades a interrogaram agora que ela recuperara a memória e Anahí teve de passar
várias e exaustivas horas fornecendo-lhes os detalhes que conseguia se lembrar. Os
sequestradores não a haviam machucado e mostraram até mesmo um pouco de consideração
quando sua gravidez ficou evidente. Eles a haviam observado, sabendo que era próxima a
Alfonso e a atacaram quando surgiu oportunidade. Optaram por uma quantia modesta para
o resgate, esperando consegui-la sem muito alarido. Quando viram que não conseguiriam seu
intento, abortaram o plano do sequestro e tomaram providências para que Anahí fosse
encontrada. O fato de saber que Alfonso ignorara o pedido de resgate fora a gota d’água
que transbordara o copo. Fora naquele momento que Anahí bloqueara seu passado, tão
abalada ficara com aquela traição. A emoção devastadora a levara à amnésia. O medo de ser
abandonada pelos sequestradores, o terror de ser deixada sozinha, sem ter para onde ir ou
ninguém a quem recorrer.
Anahí ficara transtornada durante o relato e Alfonso sofreu a agonia de ser confrontado
com tudo que ela havia passado. Por sua causa, pensou ele. Durante todo o depoimento, ele se
manteve ao lado dela em atitude protetora e pediu que parassem quando percebeu que Anahí
não poderia mais suportar.
A polícia ficou de posse dos contatos de Alfonso para que a chamassem caso fizessem
prisões ou necessitassem de seu testemunho.
Dois dias depois, estavam casados. Christopher e Adam compareceram, e Camila foi a única
testemunha da cerimônia.
Após os trâmites legais, Adam lhe desejou as boas-vindas à família de maneira reservada
enquanto Christopher foi mais efusivo.
– Você o faz muito feliz, irmãzinha – murmurou ele enquanto a puxava para um abraço.
Anahí exibiu um sorriso tímido, mesmo sabendo que Christopher não se deixaria enganar com
isso.
Pouco depois, os dois irmãos de Alfonso partiram. Christopher , para a Inglaterra, e Adam,
para o Rio de Janeiro, a fim de supervisionar os planos para a construção do novo hotel.
Camila retornou a Atenas, onde se encontraria com o dr. Karounis. Embora Alfonso
quisesse esperar mais um dia, antes de viajarem para a Grécia, Anahí não abriu mão de
partirem tão logo a cerimônia acabasse. Queria retornar à ilha, ao lugar onde fora feliz mesmo
que por um curto período de tempo. Nova York guardava muitas lembranças desagradáveis e
queria apenas se afastar dali.
Alfonsoa acomodou no jato particular e insistiu para que ela dormisse durante toda a
viagem. Era tarde quando aterrissaram e ainda mais tarde quando o helicóptero tocou o solo
da ilha.
Entretanto Anahí se sentia aliviada por estar em casa.
Alfonso a carregou nos braços para dentro da casa e não a soltou até que estivessem no
quarto. Sentou-a sobre a cama e, em seguida, se ocupou em despi-la e colocá-la debaixo das
cobertas.
Quando se deitou ao lado dela e se limitou a segurá-la nos braços com delicadeza, como se
estivesse com medo de tocá-la, Anahí franziu a testa na escuridão. Ergueu o corpo e esticou o
braço por sobre Alfonso para acender a luz do abajur que ele apagara momentos antes.
– O que há de errado? – perguntou quando ela baixou o olhar para encará-lo.
Anahí o estudou, observando as linhas que lhe vincavam os cantos dos lábios e a
preocupação estampada nos olhos dourados. E então, naquele momento, percebeu que
Alfonso estava com medo.
– Faça amor comigo – sussurrou Anahí . Os olhos de Alfonso faiscaram como ouro
líquido e um suspiro sonoro lhe escapou dos lábios. – Preciso que faça amor comigo.
– Tem de estar certa disso, agape mou. Não quero pressioná-la a fazer nada que não esteja
preparada.
– Tenho certeza do que estou dizendo.
Com um gemido rouco, Alfonso a deitou e a fez cativa sob seu corpo. Cada beijo, cada
toque expressava extrema ternura. Ele a tocava e acariciava com um cuidado reverente.
A camisola foi removida e, instantes depois, Alfonso deslizou a cueca boxer pelas
pernas musculosas, em um movimento suave e preciso. O corpo forte, quente e excitado,
cobriu o dela. O prazer a inundou em ondas, quando os lábios experientes se fecharam em
torno de seu mamilo. Alfonso o sugou de leve, roçando a língua pela protuberância
intumescida para, em seguida, aplicar o mesmo tratamento ao outro.
Uma das mãos longas se espalmou, protetora, sobre o abdome avantajado e em seguida a
puxou contra o corpo enquanto a boca quente e sensual imprimia uma trilha de beijos ardentes
pelo pescoço, até lhe capturar os lábios.
– S’agapo, pedhaki mou, S’agapo – murmurou ele com uma voz tão rouca e com tanta
emoção que fez lágrimas brotarem nos olhos de Anahí .
– Por favor – suplicou ela enquanto Alfonso se movia por seu corpo. – Preciso de você.
Com uma única e lenta investida, ele a penetrou. Os movimentos cuidadosos e calculados.
Mas ela não queria ser tratada com tanto zelo. Desejava-o por completo. Portanto, arqueou os
quadris e enroscou as pernas em torno da cintura reta.
Soluços de desejo e prazer lhe escapavam da garganta e, pela primeira vez, a dor
minimizou a uma lembrança distante. Era como se existisse apenas aquele momento e o homem
que amava.
Com uma velocidade alucinante, ela escalou a montanha do prazer e despencou em queda
livre no êxtase. Alfonso estava lá para segurá-la, puxando-a de encontro ao corpo e
murmurando palavras de amor contra seus lábios.
Anahí se aninhou no casulo protetor daquele abraço quase se fundindo a ele. Precisava
daquela proximidade. Precisava dele.
– Não me deixe – sussurrou ela.
– Nunca, agape mou – prometeu Alfonso, acariciando-lhe os cabelos, as costas, o
abaulamento do abdome enquanto ela flutuava para o sono. A última coisa que ouviu foi ele
dizer que a amava.