Fanfics Brasil - 9♡ Traição AyA

Fanfic: Traição AyA | Tema: Ponny aya


Capítulo: 9♡

980 visualizações Denunciar


 

NA MANHÃ seguinte, Anahí se encontrava sentada em frente a Alfonso, que a observava tomar o desjejum. Ele anuiu em aprovação quando a viu terminar de comer a omelete que lheBpreparara e a estimulou a tomar o copo de suco que pousara diante dela.A despeito da ansiedade e da insegurança, Anahí se sentia bem sendo cuidada por aquele

homem, mesmo não tendo certeza de seu lugar no mundo de Alfonso. Embora solícito, lhe parecia distante. Anahí não sabia dizer se aquilo era uma deferência à sua amnésia, por não querer assustá-la, ou se o relacionamento dos dois era assim mesmo.

Anahí prendeu o lábio inferior entre os dentes e o mordeu distraidamente. A ideia de que aquilo poderia ser comum entre os dois a incomodava. Certamente não desejara se casar com alguém que a tratava de maneira tão educada, como se estivesse lidando com uma estranha.E ainda assim, para todos os propósitos, os dois não passavam de estranhos. Ao menos Alfonso era um estranho para ela. Uma onda de compaixão a atingiu. Como deveria ter

sido terrível para ele saber que a noiva, a mulher que amava e com quem planejara se casar,simplesmente o esquecera como se ele nunca existisse. Não podia se imaginar no lugar dele.Alfonso a observara atentamente durante todo o desjejum e ela sabia que devia estar

deixando transparecer todo seu constrangimento, mas ele não disse nada até retirar a mesa e levá-la para a sala de estar. Em seguida,acomodou-a no sofá e se sentou ao lado dela,observando-a com olhar especulativo.

– O que a está preocupando esta manhã? – perguntou. Os olhos  a estudando, e a expressão do belo rosto a deixando levemente ofegante.

– Estava apenas pensando no quanto toda essa situação deve ser terrível para você.

Uma das sobrancelhas espessas se ergueu enquanto ele inclinava a cabeça para o lado com expressão questionadora. Alfonso parecia surpreso, como se aquela fosse a última coisa

que esperasse ouvir dela.

– O que quer dizer com isso? – Anahí baixou o olhar, sentindo-se de repente tímida e ainda mais insegura. Ele esticou a mão e lhe tocou o queixo, erguendo-o e a forçando a encará-lo. – Diga-me por que as coisas são tão terríveis para mim.

Quando dito daquela forma, soava ridículo. Alfonso era um homem que podia ter, e provavelmente tinha, qualquer coisa que desejasse. Poder, riqueza, respeito. E ainda assim,ela presumira que era uma catástrofe o fato de a insípida noiva não se lembrar dele. Aquilo

teria sido o suficiente para fazê-la gargalhar se não estivesse se sentindo tão angustiada.

– Estava tentando me colocar em seu lugar – disse ela melancólica. – Como seria a sensação de ser esquecida por alguém a quem se ama. – O polegar longo lhe roçou os lábios,fazendo um arrepio peculiar percorrer a espinha de Anahí. – Acho que me sentiria…rejeitada.

– Está preocupada que eu esteja me sentindo rejeitado? – Um discreto brilho divertido bailou nos olhos dele, e a insinuação de um sorriso fez curvar os cantos dos lábios de Alfonso.

– Não está? – perguntou ela. E aquilo tinha alguma importância? Anahí detestava aquela falta de confiança. Não só as lembranças daquele homem lhe haviam sido sequestradas como  também qualquer segurança do papel que representava para ele. Odiava a ideia de não

conseguir discutir o relacionamento dos dois por medo de tirar conclusões erradas e fazer papel de boba.

A vergonha estampou um rubor nas maçãs do rosto de Anahí enquanto ele continuava a observá-la.

– Não teve culpa do que lhe aconteceu, Anahí. Não a culpo e também não nutro nenhum ressentimento. Seria mesquinho de minha parte.

Não. Não conseguia vê-lo como uma pessoa mesquinha. Perigoso. Um tanto assustador.Mas não mesquinho. Tinha medo daquele homem? Anahí estremeceu de leve. Não. Não era a ele que temia, mas a ideia de que pudesse ter sido tão íntima de um homem como aquele e não

conseguir se lembrar. Não conseguia se imaginar esquecendo tal experiência.

– O que aconteceu comigo? – Uma nota de súplica transpareceu em sua voz. As mãos dela tremiam, e ela as entrelaçou com força para disfarçar a inquietação.

Alfonso suspirou.

– Você teve… um acidente, pedhaki mou. O médico me assegurou de que sua amnésia é apenas temporária e que é indispensável que você não sobrecarregue a mente.

– Sofri um acidente de carro? – Mesmo enquanto perguntava, Anahí baixou o olhar ao próprio corpo, procurando por ferimentos ou hematomas. Mas não sentia nenhuma dor muscular ou rigidez. Apenas uma imensa fadiga e a sensação de desconfiança que não sabia

explicar.

Por um breve instante, os olhos de Alfonso se desviaram.

– Sim.

– Oh! Foi algo sério? – Anahí levou uma das mãos à cabeça, tateando por algum ferimento.

Alfonso lhe segurou a mão gentilmente e a pousou no colo de Anahí, mas não a soltou.

– Não. Não foi nada sério.

– Então por que… como perdi minha memória? Sofri uma concussão? Minha cabeça não dói.

– Fico feliz por sua cabeça não doer, mas não foi uma batida na cabeça que causou a amnésia.

Anahí inclinou a cabeça para o lado e o observou, perplexa.

– Então, como?

– O médico explicou que essa é uma forma que você encontrou de lidar com o trauma de seu acidente. Um instinto protetor para poupá-la de lembranças dolorosas.

As sobrancelhas de Anahí se aproximaram quando franziu a testa. Lutou, tentando romper a névoa preta e espessa que lhe embotava a mente. Certamente devia haver algo, algum lampejo de lembrança.

– Mas ainda assim não sofri nenhum ferimento – disse ela incrédula.

– Algo pelo qual sou muito grato – disse Alfonso. – Ainda assim, deve ter sido muito assustador.

Um pensamento repentino lhe invadiu a mente, fazendo-a puxar a mão, alarmada.

– Alguém mais se feriu?

Mais uma vez os olhos de Alfonso se desviaram apenas por um segundo. Ele esticou o braço e lhe recapturou a mão, levando-a aos lábios. Um ofego suave escapou dos lábios de Anahí quando ele pressionou um beijo na palma da mão macia.

– Não.

Anahí deixou escapar um suspiro de alívio.

– Gostaria de poder me lembrar. Fico pensando que se me esforçar um pouco mais, tudo voltará, mas, quando tento me focar no passado,minha cabeça começa a latejar.

Alfonso franziu a testa.

– Exatamente por isso não gosto de discutir o acidente com você. O médico me preveniu para não lhe causar nenhum aborrecimento ou estresse. Deve esquecer esse acidente e se focar em recuperar as forças. – Ele pousou a outra mão sobre o abdome abaulado de maneira

protetora. – Esse tipo de estresse não faz bem para nosso bebê. Você já passou por uma situação ruim o suficiente para o meu gosto.

Anahí soltou a mão que ele segurava e pousou as duas sobre a que Alfonso mantinha em seu abdome. Sob os dedos longos, o bebê se mexeu. Ele retirou a mão rapidamente, com uma expressão perplexa a lhe iluminar o rosto.

Anahí franziu a testa enquanto o observava curiosa. Ele voltou a espalmar a mão sobre seu abdome, e, mais uma vez, o bebê se mexeu.

– Isso é incrível! – Alfonso exclamou.

Ao vê-lo tão atônito, Anahí não pôde conter um sorriso. Mas, no rastro daquele sorriso,seguiu-se a incerteza. Ele agia como se nunca tivesse experimentado aquilo.Umedecendo os lábios, ela praguejou contra o fato de não conseguir se lembrar de nada.

– Certamente já o sentiu antes.

Alfonso não interrompeu a exploração suave do abdome abaulado. Passou-se um longo instante até que ele respondesse.

– Estou sempre viajando a negócios – justificou, com uma nota de desânimo na voz. – Havia acabado de retornar quando soube de seu acidente. Fazia algum tempo que… não nos víamos.

Anahí soltou o ar que estava prendendo, o alívio lhe suavizando a preocupação. O fato de estarem separados por algum tempo explicava muita coisa.

– Acho que não foi a volta ao lar que esperava – disse ela tristonha. – Deixou uma mulher que o conhecia, que estava grávida de um filho seu e com quem planejava se casar e quando voltou, se deparou com uma que o trata como um estranho. – Em um gesto automático, baixou

o olhar aos próprios dedos enquanto falava. Não havia nenhum anel ou aliança. Franziu de leve a testa, antes de voltar a erguer o olhar,tentando fazer a inquietação desparecer uma vez

mais.

– Fiquei feliz com o fato de você e o bebê terem se salvado – retrucou ele, mudando de posição de modo a colocar mais distância entre os dois. O olhar ainda se fixando no abdome proeminente, como se estivesse fascinado com o pequeno ser se fazendo presente ali.

Um telefone tocou, e Alfonso se encaminhou ao interfone fixado na parede. Anahí se esforçou para ouvir quem estava falando, mas captou apenas a ordem de Alfonso para que a pessoa subisse.

Em seguida, ele retornou e se sentou, tomando-lhe as mãos nas dele.

– É a enfermeira que contratei para cuidar de você. Tenho uma reunião à qual não posso deixar de comparecer dentro de uma hora.

Os olhos de Anahí se arregalaram.

– Mas, Alfonso, não preciso de uma enfermeira. Sou perfeitamente capaz de permanecer aqui enquanto você cuida de seus negócios.

As mãos longas apertaram as dela com mais força.

– Faça isso por mim, pedhaki mou. Sinto-me melhor sabendo que estou deixando você em mãos capazes. Não gosto de pensar que você possa ter alguma necessidade insatisfeita em minha ausência.

Um sorriso curvou os lábios de Anahí diante daquela insistência.

– Por quanto tempo ficará ausente? – perguntou ela, detestando o tom esperançoso, quase pesaroso da própria voz. Soava patética.

Alfonso se ergueu ao ouvir as portas do elevador se abrirem.

– Fique aqui. Voltarei com a enfermeira.

Anahí relaxou contra o encosto do sofá e aguardou pelo retorno dele. Toda aquela atenção de Alfonso era adorável, mesmo que desnecessária.Instantes depois, ele retornou com uma mulher sorridente que trajava calça comprida e um

suéter. Dirigiu um sorriso luminoso a Anahí quando estacou a alguns centímetros do sofá.

– Você deve ser Anahí. É um grande prazer conhecê-la. Sou a srta. Camila, mas, por favor,me chame de Mila. – Anahí não pôde evitar retribuir o sorriso da mulher. – O sr. Herrera  já me orientou sobre o que quer que eu faça e me esforçarei ao máximo para garantir seus

cuidados.

Anahí focou um olhar expressivo em Alfonso.

– Ah, ele fez isso, certo? Posso perguntar quais foram as instruções que lhe deu?

Alfonso conferiu a hora no relógio de pulso com um gesto teatral.

– As instruções foram para garantir que você descanse. Agora, desculpe-me, mas terei de me ausentar por um tempo. Voltarei a tempo de almoçarmos juntos.

– Gostaria disso – retrucou Anahí com voz suave.

Alfonso se inclinou e lhe depositou um beijo suave na testa, antes de virar e se afastar.

Os olhos de Anahí o acompanharam enquanto imaginava como devia parecer pegajosa.Com muito esforço, conseguiu arrastar o olhar de Alfonso para Mila.

– Estou me sentindo bem – explicou ela. – Alfonso faz parecer que estou uma completa inválida.

Mila sorriu e lhe deu uma piscadela.

– Ele é homem. Eles são famosos por se comportarem dessa maneira. Ainda assim, um pouco de descanso não faz mal algum, certo? Vou acompanhá-la até a cama e depois prepararei uma bela xícara de chá para tomarmos quando você acordar.

Antes que Anahí se desse conta do que estava acontecendo, a enfermeira a estava guiando em direção ao quarto. Ela piscou várias vezes, quando Mila a acomodou na cama e arrumou as cobertas em torno de seu corpo.

– Você é muito hábil nisso – disse Anahí .

Mila deixou escapar uma risada baixa.

– Conseguir que meus pacientes façam o que não querem faz parte do meu trabalho. Agora descanse um pouco para que seu noivo fique feliz comigo e com você quando retornar.


Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Erika Herrera

Este autor(a) escreve mais 7 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

    Anahí  ouviu os sons suaves dos sapatos de Mila se afastarem do quarto. Quando o ruído se dissipou, relanceou o olhar à lareira na parede oposta da cama. Alfonso acendera o fogo na noite anterior, mais para tornar o ambiente aconchegante do que de fato aquecê-lo, porque o apartamento não era frio. Até mesmo o asso ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 50



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • Ponny_Forever_ Postado em 05/06/2021 - 00:02:06

    Depois de seis anos, agora que to lendo essa história e eu tenho 99% de certeza de que a roslyn é uma vaca

  • franmarmentini♥♥ Postado em 15/06/2015 - 19:54:18

    Ja vou na próxima...

  • franmarmentini♥♥ Postado em 15/06/2015 - 19:53:35

    Amei essa fic foi maravilhosaaaaaaaaaaaaaa

  • Mila Puente Herrera Postado em 15/06/2015 - 00:03:00

    Ainnnnnnnnnnnnn q pftaaaaaa *-* Amei, já indo lá na nova

  • Belle_ Postado em 14/06/2015 - 20:49:13

    Já acabou??? Q pena :/ foi pfta*-*

  • Belle_ Postado em 12/06/2015 - 20:42:33

    Ele disse q a ama*-* Continua

  • Mila Puente Herrera Postado em 12/06/2015 - 17:12:57

    Ainnnnnnnn scrrrrrrrrrrrrr qnt perfeição *-* Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaa <3

  • franmarmentini♥♥ Postado em 11/06/2015 - 15:20:07

    tadinha da any...ela precisa de um tempo pra ela...poncho não merece agora a any pq ele tratou ela muito mal...

  • franmarmentini♥♥ Postado em 11/06/2015 - 14:08:15

    *.*

  • Mila Puente Herrera Postado em 10/06/2015 - 23:02:17

    Ainnnn tadinha da Anny pelo menos agr o Pon sabe de td mas ela tá mto magoada :/ Postaaaaaaaaaaaa <3


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais